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CARNAVAL
Vários blocos do carnaval de BH podem não desfilar por perseguição da PMMG e do judiciário
Maré
Professora designada na rede estadual de MG

60 blocos do carnaval de BH até então estão proibidos pelo Detran e pela PM de desfilarem com carros de som ou trios elétricos. O Tribunal de Justiça negou, na manhã de hoje, a liminar requerida pelos blocos. Alguns blocos já cancelaram seus desfiles.

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Foto: Élcio Paraíso

O carnaval de rua de BH, que é historicamente atravessado pela luta negra na cidade, e tem seu ressurgimento recente de forma bastante política, este ano está sob grande risco. 60 blocos estão proibidos de desfilar com seus carros de som ou trios elétricos, o que superlotaria os blocos que puderem manter seus desfiles, em um carnaval que já é um dos maiores do país (e nem por isso conta com infraestrutura suficiente por parte dos governos, sobretudo da prefeitura de Alexandre Kalil).

Desde a última sexta-feira, alguns blocos têm recebido notificações, às vezes minutos antes de começarem seus desfiles, proibindo o uso de carro de som por algumas supostas ilegalidades que nunca antes haviam sido cobradas ou mesmo notificadas. No domingo, o mesmo aconteceu, com carros apreendidos. Os blocos comprovam que seguiram todos os pré-requisitos combinados com a prefeitura e outros órgãos competentes em reuniões de preparação do carnaval. A PMMG não compareceu a essas reuniões mas é quem, junto ao Detran, notifica esses blocos.

A advogada dos 60 blocos notificados protocolou ontem uma liminar no Tribunal de Justiça para viabilizar os desfiles, mas o pedido foi negado. "A decisão foi indeferida. O juiz entendeu que é preciso uma alteração no documento do veículo. Ainda que seja uma mera alteração formal, mesmo que garantida a segurança desses caminhões. Agora a decisão de ter ou não ter o carnaval de Belo Horizonte é do Estado", diz a advogada Laura Diniz Mesquita.

Repudiamos veementemente este ataque ao carnaval de rua de BH. O governo de Alexandre Kalil, por mais se cubra de um discurso populista, não diferente de Zema e Bolsonaro quer a juventude, sobretudo negra, atravessando a cidade sob bicicletas com isopores nas costas, no telemarketing, na terceirização, sem acesso à educação gratuita e tampouco acesso ao lazer. Aos negros e negras que moram nas regiões mais afastadas já é reservado desde outros carnavais o risco de dar “pulões” nos ônibus e metrôs, devido ao preço das tarifas que este ano estão mais altos, e serem reprimidos por isso, impedidos de chegar aos locais onde há carnaval de graça na rua.

A população mineira, que conviveu este ano com o fato de o crime da Vale em Brumadinho completar um ano com 270 mortos, com a mote de outras 57 pessoas e mais de 50000 desabrigados ou desalojados por causa dos descaso dos governos e empresários com relação às enchentes, com os casos de contaminação de cerveja, com o risco do coranovírus... essa população composta majoritariamente por trabalhadores e trabalhadoras que estão amargando os ataques de Bolsonaro, Zema e Kalil, tem todo direito de acesso ao lazer, não só no carnaval, como durante todo o ano.

Por isso seguiremos lutando pela valorização do carnaval de rua de BH, pela total independência dessa festa com relação às empresas, que só querem lucrar, e sem a submissão aos mandos e desmandos da prefeitura, que sempre persegue e reprime os ambulantes, e da polícia, que sempre persegue e reprime a juventude negra que só quer se divertir.

 
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