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GREVE DA PETROBRAS
Parasita Ives Gandra chama suposta negociação desde que a greve acabe
Redação
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A proposta foi feita em uma reunião intermediada por parlamentares do Partido dos Trabalhadores e do PC do B, ao lado de petroleiros da FUP e da CUT. O autoritário Ives Gandra agora diz que quer "negociar" as demandas dos petroleiros, mas apenas se estes decretarem o fim da greve.

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho é relator do dissídio da greve dos petroleiros e foi responsável por inúmeros ataques anti-sindicais à greve. O mesmo ministro que vilipendia a organização dos petroleiros desde o acordo coletivo do ano passado, que impôs uma série de multas aos sindicatos, que rasgou o direito de greve com a tentativa de impor uma presença mínima de absurdos 90% dos trabalhadores nas unidades. O mesmo sujeito que autorizou a contratação de fura-greve, decretou a ilegalidade da greve em decisão autoritária, e que de quebra autorizou a empresa a tomar medidas administrativas contra grevistas quer negociar.

Ives Gandra é o rosto anti-operário e autoritário dos tribunais e é o parceiro de primeira hora de Bolsonaro. Ele é inclusive relator de um grupo de trabalho para estudar como "mudar" o regime sindical, seguramente para destruí-lo e abrir caminho a maior retirada de direitos dos trabalhadores para aumentar os lucros patronais. Ele atacou a greve desde o seu começo, com a ajuda de seus companheiros de toga, como o presidente do STF, Dias Toffoli que declarou que todas as medidas de Gandra, mesmo que "monocráticas", ou seja de um só juiz e não do colegiado estão válidas.

Agora o mesmo Gandra, quer engambelar os petroleiros. Trata-se de uma farsa de ’negociação’, aonde o juiz primeiro impõe que a greve tenha que acabar para que só então se negocie o dissídio. Sem instrumento de luta e organização os petroleiros estarão ainda mais reféns do autoritarismo de uma pessoa, que do alto de seu cargo milionário só é digno do adjetivo que Guedes quis atribuir aos funcionários públicos: parasita.

São mais de mil famílias que a Petrobras quer jogar na rua e Ives Gandra está fazendo de tudo para que ela consiga isso, querendo desmontar a organização dos trabalhadores. Sua ajuda a deixar a que os trabalhadores da FAFEN fiquem ao relento não é por um especial ódio a eles, mas porque eles são um laboratório do que ele e Bolsonaro querem para as 8 refinarias à venda e tantos outros ativos, em terra e mar que estão na mira das empresas imperialistas.

Apesar disso, esta chantagem apresentada como ’negociação’ só é feita por causa da demonstração da força da greve petroleira. Como dissemos em relação ao caso da da juíza que suspendeu as demissões na FAFEN-PR por 15 dias, as manobras do judiciário mostram que a greve pode vencer e impor o completo cancelamento das demissões.

Em sua decisão, deslegitima a greve petroleira afirmando que ela é "política". Por trás da decisão está incutida a reafirmação do projeto golpista de país: judiciário manda, trabalhadores obedecem. Política fazem eles, os governantes, deputados e juízes. Portanto, Gandra não merece nenhum pingo de confiança por parte dos trabalhadores. Somente com a organização destes nos locais de trabalho é que é possível derrotar o projeto golpista de Petrobras, defendido por Gandra, Bolsonaro, Paulo Guedes e a Rede Globo - quer dizer, o projeto de privatização, venda de ativos, fechamento de terminais e unidades para que a empresa vire uma mera produtora de óleo cru, enquanto milhares de postos de trabalho são fechados e milhares de famílias são jogadas na rua. Para isso é de fundamental importância a unificação da categoria, sua organização desde a base, superando as divisões de FUP e FNP e constituindo uma Comando Nacional com representantes de cada unidade em luta, como argumentado aqui.

A greve dos petroleiros mostrou força, e é por isso que judiciário, legislativo e executivo, junto com a imprensa golpista, se unificaram para lutar contra os trabalhadores. A greve dos petroleiros pode vencer. Sua vitória será uma vitória para toda a classe trabalhadora do país.

A greve precisa se fortalecer e seguir, as grandes centrais dirigidas pelo PT e PCdoB precisam articular solidariedade de seus sindicatos, sem manobras que fortaleçam o inimigo, e sim colocando energia num fundo de greve para que os petroleiros não tenham sua greve asfixiada financeiramente pela empresa.

 
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