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EDITORIAL MRT
Por um comando nacional da greve petroleira com representantes de cada base
Leandro Lanfredi
Rio de Janeiro | @leandrolanfrdi

Nós do Esquerda Diário, viemos fazendo a maior cobertura da greve petroleira, ajudando a furar o bloqueio da mídia, com artigos, twittaços e várias iniciativas, e sendo parte da greve com nossos militantes petroleiros e apoio ativo nos piquetes, queremos apresentar nossa avaliação da luta e propostas pra que ela possa vencer.

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Estamos na greve petroleira mais longa e forte desde 1995. Nossa greve é para impedir que mil famílias sejam deixadas ao relento, uma greve que defende o sustento de efetivos e terceirizados e mostra que os trabalhadores se opõe à política de privatizações de Bolsonaro e Guedes. A entrega de recursos nacionais ao imperialismo é um projeto de toda a burguesia, acelerado e aumentado desde o golpe institucional, aumentando a entrega que o PT já promovia.

Começaram a faltar combustíveis em algumas cidades e no Porto de Santos. Começamos a conseguir furar o bloqueio da mídia. A produção nas plataformas está caindo, estamos atingindo o bolso da empresa e acionistas. Esses impactos da greve precisam se estender, com ações mais fortes, concentradas e rápidas, porque nossos inimigos estão apostando no desgaste da greve e chantageiam dia a dia com corte de salário, assédio e ameaças. É por causa da força da greve que adotam medidas anti-sindicais e ilegais, colocando a pressão do TST e da justiça burguesa contra nós, assim como dão um bônus chamado PPP (apelidada na greve de “Prêmio Para Pelego”) especial para fura-greves.

O sentimento de unidade da categoria na base, independente de qual federação se organiza, é muito forte e o mais importante para nossa vitória nesta greve e nas próximas batalhas. Não podemos aceitar que a divisão entre federações debilite a luta petroleira e que a vontade da maioria da base não se faça valer. Isso facilita a que a FUP, vinculada à CUT e sua direção petista, abandone a luta, como tantos petroleiros criticam por experiências passadas. Também não podemos aceitar que a pauta que é discutida na base da FNP, onde o PSTU e correntes do PSOL tem peso, sequer entre nas negociações que são controladas pela FUP. Precisamos ter um comando nacional de greve que unifique a base das duas centrais, com representantes eleitos em cada assembleia de unidade, que se reúnam e coordenem as decisões sobre os rumos do movimento de forma unificada nacionalmente, sempre dando retorno pra base do que se discute e que as decisões sejam de acordo com a vontade da maioria, unificando pela base os trabalhadores representados seja pela FUP ou FNP.

O conhecimento e as ideias de como afetar a produção estão em grande medida na base, e a força para executar ações mais fortes está na coordenação dos grevistas. Coordenar as decisões nacionalmente é necessário também para também impedir que unidades retrocedam da greve de forma desorganizada, e pelo contrário, se apoiem onde a greve está mais fortalecida para se manter na luta.

A FNP, apesar de ter entrado na greve com uma semana de atraso, tem em suas bases as cruciais plataformas do pre-sal, além de refinarias e terminais com tradição de luta. A FNP, que corretamente critica a condução burocrática da FUP nas lutas da categoria, precisa dar um exemplo de unidade pela base, começando por organizar este comando de greve com representantes eleitos na base de cada unidade. Se a FNP concretiza um comando assim em suas bases e faz um chamado de unidade pela base aos que estão na base da FUP, teria uma enorme força para que os que querem superar os limites impostos pelas direções sindicais possam pesar nas decisões da greve.

Com toda a categoria unida em um só comando de greve nacional, poderíamos pressionar com mais força para que a CUT, CTB e as demais centrais sindicais coloquem sua força para ajudar na vitória da greve petroleira, em primeiro lugar superando os calendários separados de luta de cada categoria, que tem deixado nossa greve isolada por exemplo dos Correios, que deveriam estar conosco em luta contra a privatização. Também é necessário que as centrais garantam que nossa greve apareça na mídia, cartazes de apoio massivamente espalhados pelas cidades e que mobilizem militância real nos atos petroleiros, ampliando ações para conquistar apoio popular como as vendas de gás de cozinha barato.

Com essa unidade pela base pressionaríamos a que CUT e CTB (dirigidas pelo PT e PCdoB) apoiem efetivamente a luta petroleira e não somente com discursos para ganhar votos em próximas eleições, sem enfrentar, como precisamos, os ataques de Bolsonaro na luta de classes concreta para vencer unindo os petroleiros com outras categorias.

Se os petroleiros vencem toda a classe trabalhadora nacional será vitoriosa. A luta contra as demissões num país com mais de 11 milhões de desempregados e milhões de pessoas sobrevivendo como Uber, como Rappi, etc se fortaleceria. Se os petroleiros vencem a luta contra as privatizações e a luta contra entrega dos recursos nacionais ao imperialismo também será fortalecida, demonstrando para Bolsonaro e Castello Branco que não aceitamos os ataques.

 
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