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REFORMA TRABALHISTA
Crise? Carrefour lucrou tanto com a reforma trabalhista que comprou a rede concorrente
Redação

Carrefour compra mais de 55% das operações da rede Makro no Brasil, o setor de atacado e varejo vem liderando os índices de aplicação da Reforma Trabalhista.

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Por meio de comunicado realizado pelo presidente global da rede, no início desta semana, o Carrefour anunciou a compra de 30 lojas da concorrente Makro no Distrito Federal e em outros 16 estados do Brasil. Além da lojas atacadistas, no conjunto da compra estão diversos postos de combustível. O valor da compra chega a cifra de R$ 1,95 bilhões, quase R$ 2 bilhões de reais.

Dono da rede de atacado e varejo Atacadão, o Grupo Carrefour Brasil é por diversos anos seguidos líder de faturamento no ranking de supermercados. Conforme aponta o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) fechou 2018 com um faturamento de R$ 56,2 bilhões e viu seu faturamento aumentar para R$ 62 bilhões em 2019. Ao todo são mais de 250 lojas e com a nova aquisição concentra ainda mais sua presença nos estados do Rio de Janeiro e mais oito estados da região Nordeste.

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Tendo o Brasil como o segundo país com maior concentração de lojas, ficando atrás apenas do seu país sede, a França, o Carrefour foi ávido defensor da reforma trabalhista no país. Empregando mais de 70 mil trabalhadores, viu nas propostas de facilidade para demitir, corte de custo através de redução de direitos trabalhistas uma via expressa para o aumento do seu faturamento.

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Desde a aprovação da Reforma Trabalhista em 2017, o atacado e varejo lidera índices de sua aplicação. Do valor total de contratações intermitentes do ano de 2018, mais de 54% foram no setor de comércio, com destaque para as funções ligadas a supermercados, conforme dados do CAGED/Ministério do Trabalho 2018, sendo mais de 50% desse valor sendo mulheres.

Assistente de Vendas: 26,65%

Repositor de Mercadorias: 11,51%

Atendente de Lojas e Supermercados: 10,11%

Operador de Caixa: 5,84%

Demais funções: 45,89%

Com as novas aquisições e o que chamam de “otimização da estrutura de custos”, o grupo Carrefour projeta uma expansão de 60% das vendas e aumento também no seu faturamento, o que não dizem é que a principal forma de continuarem aumentando seus lucros é jogando a crise para que os trabalhadores paguem, aumentando o desemprego e impondo que aceitem trabalhos cada vez mais precários e sem direitos.

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Utilizam das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores para “otimizar a estrutura de custos” e fazer suas contas fecharem em um crescente positivo as custas de que cada empregado trabalhe mais por muito menos. O exemplo da França frente a reforma trabalhista e da previdência é algo que seja o Grupo Carrefour, como outros empresários e políticos que se empenharam tanto para aprovar as reformas, hoje temem.

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