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REPRESSÃO
Jovem é assassinado em baile funk e família diz que disparo veio da PM
Redação

Família afirma que teria teria visto um PM disparar duas vezes próximo a Kelri Antonio Claro, de 23 anos.

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Na madrugada desse domingo (9), o jovem Kelri Antonio Claro foi brutamente assassinado com um tiro durante um baile funk em Itaquera, zona leste de São Paulo. A família do jovem afirmou à polícia que viu, da sacada da casa onde mora, um PM disparar duas vezes em direção a onde o jovem estava. Já segundo o policial envolvido, Kelri teria sido baleado por uma pessoa não identificada.

No último sábado (8), houve uma operação policial contra perturbação ao sossego e de fiscalização de veículos com som alto em ambiente público. Cerca de 15 PMs foram mandados ao local e, segundo o capitão da PM, a operação não chegou ao baile funk, mantendo distância de 800 metros. Ainda em entrevista, o capitão afirma que os PMs envolvidos negam ter disparado a bala

O depoimento da família, entretanto, contradiz o capitão. Segundo eles, no começo da madrugada os PMs teriam entrado agressivamente no baile, disparando bombas de gás e causando terror aos jovens. Duas pessoas de sua família afirmaram que viram disparos dos policiais próximo ao jovem e que logo depois receberam a notícia de que Kelri teria sido baleado por PM. Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) reafirma o discurso dos policiais envolvidos.

O caso relatado pela família não é isolado. O Estado, por meio da polícia, vem desenvolvendo uma política de repressão das festas de funk, ritmo ouvido por jovens de todas as classes, assassinando jovens da periferia sem nenhum tipo de consequência aos envolvidos.

No começo de dezembro de 2019 presenciamos um quadro parecido que envolvia 9 jovens brutalmente assassinados pela polícia militar durante um baile funk em Paraisópolis. A tentativa de criminalizar o baile funk é parte desse projeto racista do Estado de restringir dos jovens periféricos seus espaços de lazer, projeto esse que também ficou escancarado com a prisão injusta e arbitrária do Dj Rennan da Penha.
O problema, para o Estado, não é o funk em si, que pode ser utilizados em boates de elite para lucro, mas seu uso socializado e irrestrito pela juventude das periferias.

Sob o pretexto de combate às drogas, milhares de jovens negros morrem. Em São Paulo, em 2019, a PM assassinou 414 pessoas, contando com Lucas, de 14 anos, que foi encontrado morto em um lago depois de ser abordado por PMs em sua casa e ter desaparecido.

Em 2018, Marco Vinícius, também aos 14 anos, foi baleado por policiais voltando da escola. Antes de morrer, o adolescente afirmou à mãe que foi morto por PM e ainda perguntou se eles não teriam visto a roupa de escola.

O Estado tem suas mãos sujas do sangue de Marco Vinícius, Lucas, Kelri e de tantos outros jovens negros vítimas dessa política. Exigimos que a apuração do caso de Kelri seja fiscalizada rigorosamente por representantes dos direitos humanos, movimentos sociais e organismos da classe trabalhadora para que os policiais envolvidos não sejam acobertados.

 
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