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CASO MARIELLE
Porteiro que citou Bolsonaro não é o mesmo da gravação apresentada por Carluxo, afirma laudo
Redação
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Conforme reportagem do jornal O Globo, que teve acesso a perícia da Polícia Civil, a voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que havia mencionado o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH).

Portanto, a gravação utilizada por Carlos Bolsonaro em seu twitter como evidência de que o porteiro havia mentido sobre o destino de Élcio no condomínio não prova nada.

De acordo com o laudo, a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no local foi o policial reformado Ronnie Lessa, morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro. Tanto Élcio como Lessa estão presos. O primeiro é acusado de ter dirigido o veículo usado no crime, e o segundo é acusado de ter efetuado os disparos contra Marielle e Anderson.

O depoimento do porteiro que afirmou ter falado ao telefone com o "seu Jair" para autorizar a entrada do miliciano na casa, e que depois desmentiu sua versão, é mais um dos pontos obscuros das investigações do caso Marielle. Logo após a repercussão da fala do porteiro, e do vídeo de Carlos Bolsonaro desmentindo o depoimento, a promotoria carioca prontamente saiu em defesa do clã Bolsonaro, mais tarde descobriu-se que uma das promotoras a frente da investigação era uma bolsonarista assumida, o que levou a seu afastamento.

Veja mais: "Não posso falar nada", porteiro que associou Bolsonaro a morte de Marielle mora em área de milícia

Promotora bolsonarista se afasta do caso Marielle e Anderson

Mais uma vez, é a Globo que obtém o furo de reportagem da Polícia Civil. No mesmo momento em que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega é executado numa aparente queima de arquivo, a emissora retoma essa ofensiva contra Bolsonaro. Uma mostra dos diversos interesses paralelos que correm junto às investigações do caso Marielle.

Já está mais do que demonstrado que não podemos confiar nem por um segundo nesses canalhas. Que temos que impor com uma grande mobilização que a investigação e punição dos culpados seja efetivada, sem deixar que se naturalize que o Estado burguês pode seguir fazendo o que quiser com nossos mortos, até mesmo quando se trata de uma vereadora de esquerda. É muito grave que siga sem chegarmos à verdade e justiça para Marielle, dando uma verdadeira licença para matar para milicianos e quem quer que seja.

Mas ao mesmo tempo não podemos ter nenhuma ilusão de que sem uma investigação independente, que trabalhe em paralelo e controle todo o processo, será possível chegar a alguma verdade. A investigação do Estado deve ser acompanhada e fiscalizada rigorosamente por uma investigação que seja independente, composta por defensores notórios dos direitos humanos, sindicatos, familiares, parlamentares do PSOL, movimentos sociais e todos aqueles que, ao contrário da polícia e do judiciário, não tem rabo preso com os capitalistas, com milícias e nem nenhum interesse em deixar impune alguém que matou uma parlamentar negra e de esquerda. Para que isso ocorra, não podemos contar com meras manobras parlamentares e jurídicas, mas só com a mobilização.

O Estado tem o sangue de Marielle nas mãos! Exigimos investigação independente e punição!

 
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