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GREVE PETROLEIROS
6 propostas para fortalecer a greve dos petroleiros
Redação
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A greve petroleira é muito forte, atinge a quase totalidade de unidades operacionais. As refinarias têm uma taxa de adesão como não se via há muito anos. Contra essa disposição de luta, a Petrobras conseguiu um ponto de apoio no TST para aumentar muito as ameaças de repressão ao movimento e os ataques ao direito de greve. Junto do reacionário Ives Gandra, a Petrobras tenta dizer que ela não tem nenhuma responsabilidade pelos 1mil empregos que pretende extinguir em Araucária, jogando essas famílias na rua, e tenta ainda coibir a greve enviando cartas às residências dos grevistas, tentando impor uma absurda presença de 90% dos trabalhadores bloqueando as contas dos sindicatos, impondo multas e até mesmo autorizando contratação emergencial de fura-greve - ou seja, rasga o direito de greve.

Ao mesmo tempo a mídia não noticia o que está acontecendo, esconde a greve, para evitar que o movimento ganhe alcance na população. Tudo isso mostra como a greve cutuca o que o governo Bolsonaro, a FIESP, a Bovespa, a Globo, a Record não queriam que fosse tocado: as privatizações e o direito das patronais de demitirem quem elas bem entenderem.

A luta dos petroleiros é um grande exemplo para os trabalhadores em todo o país, por sua pauta em defesa dos empregos de petroleiros efetivos e terceirizados, pelo seu desafio à privatização e ao governo Bolsonaro.

Nós do Esquerda Diário estivemos em piquetes desde o primeiro minuto da greve, em atos, ações de distribuição de combustível a preço acessível, e de norte a sul do país colocamos toda nossa energia para apoiar e divulgar a greve e para que cada jovem e cada trabalhador do país levante em alto e bom som: “somos todos petroleiros”.
Queremos com esse texto oferecer algumas propostas para fortalecer a greve.

1. Multiplicar as ações para ganhar o apoio da população e romper o cerco da mídia

As ações de distribuição de gás de cozinha e gasolina com preços acessíveis realizadas em diversas cidades do país foram ações que não somente atraíram milhares de pessoas nos locais como ajudaram a romper o cerco da mídia. Se esse tipo de ação for multiplicado e repetido em todo o país, com apoio material das centrais sindicais e de outros sindicatos, isso fortalecerá muito a greve e o apoio da população.

2. Organizar grupos de trabalhadores para expandir a greve

Em diversos lugares estamos vendo grupos de petroleiros indo a terminais ou escritórios que ainda não aderiram à greve e tentando convencer os colegas a aderir. Precisamos multiplicar essas iniciativas, inclusive para além das fronteiras entre as federações sindicais, queremos que toda a categoria cruze os braços.

3. Aumentar o envolvimento dos grevistas, aumentando seu protagonismo na greve

A greve está contando com um altíssimo índice de acatamento de norte a sul do país, especialmente nas refinarias. E esse acatamento não está sendo de “pijama”, ele acontece com frequentes idas à porta da refinaria, a piquetes de convencimento em outras unidades. Os trabalhadores têm aderido e com peso. Porém, vendo a truculência do governo, a truculência do TST, e a continuidade do cerco da mídia é preciso que multipliquemos as iniciativas. Em um conflito dessa magnitude nada mais natural que queiramos multiplicar nossas forças. Não só é possível como é necessário isso. É preciso que as mil e umas capacidades técnicas, artísticas, organizativas, o conhecimento e inclusive o peso numérico dos petroleiros sejam colocadas em cena. Para isso é preciso que em cada refinaria, terminal, reunião nos sindicatos sejam organizados comitês para realizar mais e mais atividades e para que os petroleiros decidam como aumentar a força, intensidade e quantidade de ações do movimento. Esses comitês poderiam organizar novas e maiores ações de distribuição de combustíveis, organizar atos de rua, e mil e uma outras iniciativas que nossa poderosa e criativa categoria poderia pensar.

4. Organizar uma coordenação democrática do movimento para multiplicar suas iniciativas e forças

A criação de comitês junto aos sindicatos e as assembleias locais poderiam multiplicar iniciativas no âmbito local, mas para que cada região e estado não atire para um lado diferente e tenhamos uma convergência nas iniciativas e atinjamos nossos objetivos é preciso termos uma coordenação nessas atividades e nas decisões. É preciso uma coordenação não somente dos que vá muito além da coordenação feita pelos dirigentes sindicais, mas também dos trabalhadores que estão construindo a greve a cada dia, ainda mais agora que nosso movimento atinge locais que têm baixa taxa de sindicalização ou atravessa as fronteiras de cada federação. Precisamos que ocorra uma coordenação no âmbito regional, estadual e mesmo nacional para que as forças do movimento aumentem. Uma coordenação desse tipo, baseada, em representantes eleitos de cada lugar poderia dar um nível de unidade à categoria como nunca vimos, permitiria superar as divisões entre diferentes sindicatos e federações, e permitiria finalmente assustarmos de fato Castello Branco, Bolsonaro e todos seus aliados ao criarmos fóruns que cada petroleiro verá como sua voz, seja ela a de um colega que trabalhava de seu lado ou de um dirigente sindical de longa tradição.

5. Conseguir um efetivo apoio das centrais sindicais e das organizações de esquerda

Se a greve petroleira vencer, a classe trabalhadora de todo o país sairá mais forte, e para isso todo apoio é fundamental. Olhando o Facebook, Instagram, podemos ter a impressão de que diversos parlamentares e sindicatos e centrais sindicais estariam com essa perspectiva, mas é preciso um olhar mais crítico. Centrais como a CUT têm dezenas de milhões de filiados, e poderiam estar nos ajudando a romper o cerco da mídia, oferecendo ajuda material, convocando manifestações ou tendo uma orientação para que seus sindicatos tomem medidas como a que foi votada na assembleia dos metroviários de São Paulo: uma panfletagem à população mostrando o que é nossa greve e porque todos trabalhadores devem apoiá-la. Os petroleiros estão em uma dura luta e agora, e outras categorias igualmente ameaçadas tem um cronograma de mobilização muito distante. Correios tem greve para o dia 03 de março, INSS tem mobilização para o dia 14, e a educação só para o longínquo 18 de março. As direções dessas categorias, especialmente CUT e CTB precisam adiantar essas mobilizações para que todas elas e os petroleiros se coordenem e tenham maior chance de derrotar Bolsonaro e os capitalistas.

Também as organizações da esquerda, como o PSOL, poderiam ajudar colocando suas forças para realizar atos e outras medidas em apoio à greve, e pondo seus mandatos parlamentares a serviço dessa luta, a postura decidida de parlamentares que se reivindicam socialistas ajudaria comprometer os sindicatos ligados a PT e PCdoB como é o caso da CUT e CTB respectivamente.

6. Avançar na unidade com os terceirizados

A greve tem como seu principal mote a defesa dos mil empregos em Araucária, 600 deles terceirizados. É uma primeira e contundente mostra de unidade da categoria tão dividida pela empresa, pelos sindicatos. Precisamos partir desse grande passo adiante para darmos passos mais firmes, se nos unimos conseguimos impactar muito mais fortemente à produção e mais que isso conseguimos desafiar as divisões que os patrões e os governos tentam fazer na classe trabalhadora. Precisamos batalhar para unir os terceirizados na luta, apoiar suas reivindicações e todas as mobilizações que eles tiverem segurança para realizar, e mais que isso, manter a luta em defesa de todos os mil demitidos da FAFEN, e não somente da minoria abarcada pelo Acordo Coletivo de Trabalho, que são os efetivos.

*

Apresentamos essa propostas como ideias para contribuir com o fortalecimento dessa greve. Se vencermos será uma punhalada do projeto privatista de Bolsonaro e Guedes. Toda a classe trabalhadora estará mais forte, toda a ofensiva de entrega de recursos nacionais ao imperialismo, tão defendida pela Lava Jato, por Bolsonaro, sofreria um forte baque. A vitória da greve colocaria novos patamares para enfrentarmos a entrega do pré-sal nos leilões, a venda das refinarias e terminais e oleodutos, e mais que isso permitiria colocarmos em xeque uma política de preços que está a serviço de aumentar os lucros das empresas compradoras, às custas da população brasileira. E estaremos em condições muito melhores para avançar na necessária luta pela unidade da nossa classe, a começar por iguais direitos e salários para efetivos e terceirizados, batalhando por sua efetivação sem a necessidade de concurso, e por uma Petrobrás 100% estatal, administrada democraticamente pelo trabalhadores e com controle popular, que é o que pode garantir que essa enorme riqueza nacional esteja a serviço do povo, garantindo segurança operacional e ambiental nas operações bem como combustíveis baratos para toda a população.

 
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