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SAÚDE
Bolsonaro desassistirá milhares de famílias retirando o NASF da atenção básica
Alex Monk
Assistente Social em Natal-RN

No final de janeiro o governo Bolsonaro através da nota técnica 3/2020, extinguiu o modelo de NASF (Núcleo de Atenção à Saúde da Família) que é vinculado a Atenção Básica (SUS).

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De acordo com a nota técnica, o quadro de profissionais “deixa de estar vinculada às tipologias de equipe NASF AB”, o que implica que os gestores municipais é que vão definir quais profissionais irão compor as equipes, além da carga horaria, desobrigando equipes definidas.

O NASF AB é composto por assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos etc. Na prática, além do desemprego de profissionais que hoje compõe as equipes, a mudança afetará as famílias hoje assistidas.

Sabemos que em muitos municípios longe dos centros urbanos, essas equipes são importantes para o atendimento das necessidades em saúde de milhares de famílias. Sem uma proposta alternativa, o Ministério da Saúde praticamente acabou com o programa.

Bolsonaro tem um discurso demagogo e contraditório quando diz que governa para a família, pois esse impacto afetará muitas famílias de trabalhadores e trabalhadoras. Seu discurso pró-família se alia a um conservadorismo cristão que se espraia em figuras como Damares, impondo uma irracional política de “abstinência sexual” para juventude, ameaçando atacar o direito ao aborto nos casos previstos por lei (risco de vida da mãe, má formação congênita e de vítimas de estupro), além de ter dito coisas do tipo “Enquanto nossos meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado, algumas ideologias...já que a menina é igual, ela aguenta apanhar".

Ou seja, o interesse de Bolsonaro é de fortalecer a família enquanto uma instituição que aprisiona a mulher ao lar, reguladora de seus corpos e da juventude, reprimindo as manifestações de sexualidade. De resto, Bolsonaro quer que as famílias trabalhadoras se virem sem assistência social básica, cortando ainda mais da saúde pública, ameaçando o caráter público e universal do SUS.

O SUS no primeiro ano de governo Bolsonaro teve um corte de investimento de 4,3%. A fatia destinada do orçamento geral da união para investimento em saúde no país no ano de 2018 era de 4,08%, enquanto a dívida pública consome 40,66% do PIB. Tais cortes, assim como as privatizações, reforma da previdência, etc, tem o objetivo de ampliar essa diferença, destinar ainda mais recursos para a dívida, uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta, que organiza todo o orçamento do nosso país semicolonial e dependente para garantir o lucro dos grandes bancos internacionais que tem poder sobre ela, assim como grandes empresários e acionistas.

Portanto, a defesa das famílias passa pelo rompimento com essa dívida, que possibilite um plano de assistência social que de fato possa assegurar as condições mínimas de saúde, mas também pela necessidade de romper com o consenso capitalista de que a crise seja paga pelos trabalhadores. Um consenso que apenas agrava o desemprego e os subempregos precários, que são a ruína de milhões de famílias.

 
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