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CHUVAS EM MG
Zema defende reforma da previdência e privatizações frente a situação catastrófica em MG
Redação

Na noite de ontem (29/01), Romeu Zema foi entrevistado no programa Central GloboNews para debater sobre os trágicos resultados das chuvas em MG e a “nova política”. Contudo, pouco foi tratado sobre as mais de 50 vidas perdidas e a displicência do governo estadual. Grande parte do tempo foi usado pelos entrevistadores e pelo governador para defenderem privatizações e a reforma da previdência como solução para este cenário trágico.

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O programa, que tem duração de 1 hora, tratou do tema “a tragédia da chuva” apenas por poucos minutos. O empresário não só culpou a população pelos resultados mais graves, pois alguns resistiam a abandonar suas casas ou retornavam à elas, como tentou a todo momento tirar qualquer responsabilidade do governo, desconversando para as prefeituras e governo federal. Sua principal “solução” para este drama que atinge milhares de mineiros que estão desabrigados é o repasse de verba do governo federal para o Estado e deste para os municípios, o mesmo disse sobre um plano para obras públicas em locais adequados.

Grande parte das vítimas e trabalhadores prejudicados pelas enchentes moram nas zonas periféricas de Minas Gerais, assim como de Belo Horizonte. Estas chuvas “excepcionais” já ocorreram na história do Estado. Como mostra Silas Pereira. “Um exemplo das tragédias é em 1992 na Vila Barraginha. Trinta e seis pessoas morreram em um desmoronamento em Contagem, no dia 18 de março de 1992 uma avalanche de lama engoliu cerca de 150 barracos.” Zema tenta jogar o problema para outras instâncias do poder, mas não só, vê o desastroso cenário para milhares de trabalhadores que perderam suas casas, seus parentes ou suas vidas, resultado de uma “causa natural”. Nada mais falso se olharmos para toda a estrutura de moradia e planejamento urbano das cidades mineiras, em especial BH, onde os pobres historicamente são as vítimas de “causas naturais”, como ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados.

Para uma compreensão mais detalhada de que se trata de um problema estrutural, leia Belo Horizonte: planejamento para quem?

Com a parceria dos entrevistadores da GloboNews, o restante da entrevista voltou-se ao outro foco, “a nova política”, ou melhor, a defesa de Zema de seu pacote de ataques para que o Estado saia da situação difícil em que se encontra. Uma ameaça silenciosa contra a população. No decorrer do debate, onde todos concordavam, diversas perguntas e respostas focaram na propaganda da reforma da previdência, demissão de funcionários públicos e privatizações, em especial da Cemig.

Zema disse que “A maioria das privatizações deram certo”. Não seria, certamente, o caso da Vale, que até hoje não foi punida pelas centenas de vidas que tirou e o desastre ambiental ocorrido em Brumadinho. Pelo contrário, a empresa é elogiada pelo governador, pois estaria investindo 5 bilhões para adequar seu processo de mineração e evitar novos desastres. A chuva e as mais de 100 cidades em estado emergência por conta de barragens e represas são somente situações “excepcionais”.

Nada há nada de excepcional na perda de dezenas de vidas, no desabrigo e destruição de milhares de pessoas e moradias. Zema não cansou de fazer comparações do Estado com uma empresa e a se auto-proclamar como um empresário que decidiu dar um jeito na política e lutar contra a corrupção. Como? demitindo funcionários e privatizando empresas e atacando a aposentadoria, cujos efeitos serão a maior precarização do trabalho e das condições de vida da população trabalhadora e pobre mineira, agravando, e não resolvendo, tais casos “excepcionais”.

 
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