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JUVENTUDE 2019
As batalhas da Faísca contra Bolsonaro, o golpismo e pela construção de uma força à esquerda do PT
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria
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Terminamos o primeiro ano de Bolsonaro com grandes ataques aos direitos dos trabalhadores, à educação, à saúde e à natureza. Um setor da sociedade, em especial, tirou o sono de Bolsonaro e sua corja neste primeiro ano, a juventude, e deixou algumas lições para o desafio de enfrentar essa extrema direita asquerosa. A juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária esteve em diversos cantos do país impulsionando através de intensa atividade a imperial necessidade de enfrentar este governo de extrema-direita, por fora dos limites impostos pelas direções conciliadoras do movimento estudantil, dirigidas por PT e PCdoB.

Começamos o primeiro ano de governo Bolsonaro com o objetivo de organizar as expressões de insatisfação que a juventude, sobretudo das universidades, já vinha demonstrando desde o governo Temer e se intensificou com a eleição em novembro do ano passado do atual governo de extrema direita, pois era certo que seria necessário enfrentar ataques ainda mais profundos que desde então já ameaçava ao conjunto da juventude estudantil e trabalhadora.

Janeiro logo nos deixou o gosto amargo do que viria a partir da memorável tragédia em Brumadinho, que deixou 270 mortos em nome da expansão da mineração, enquanto em paralelo o então novo ministro da educação, Ricardo Vélez, dizia que as universidades deveriam ficar reservadas à uma elite intelectual e que “a ideia de uma universidade para todos não existe”, dando ideia do que viria a ser a política excludente do governo, que jamais poderia conceber a universidade como um espaço que potencialmente poderia produzir conhecimento que impedisse tragédias semelhantes a Brumadinho. Não somente em 2019, mas ao longo de toda sua existência a Faísca ergueu a necessidade de colocarmos o conhecimento produzido na universidade a serviço dos trabalhadores e da população que a financia.

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Em março, estivemos à frente de rechaçar 1 ano sem justiça por Marielle e fazendo a pergunta: "Quem mandou matar Marielle Franco?" ecoar pelo país. A Faísca impulsionou uma paralisação por Marielle a partir do CASS (Centro Acadêmico do Serviço Social) da UERJ e debateu com cada um a necessidade de lutar por uma investigação independente para chegar nos mandantes desse crime, uma questão que se reforça ainda mais agora, quando mais do que nunca se escancara que o Estado brasileiro tem o sangue de Marielle nas mãos e que a família do presidente pode ter ligações com isso. Marielle é a ferida aberta do golpe institucional e por ela seguiremos exigindo justiça.

Bolsonaro, Moro, Paulo Guedes e cia sabem que a juventude é sua forte inimiga. Quando vieram os primeiros ataques à educação, Bolsonaro direcionou sua artilharia à Sociologia e à Filosofia. Junto ao andamento da reforma da previdência para atacar os trabalhadores, queriam atacar os setores mais críticos da sociedade como são os estudantes das ciências humanas. E Moro, com seu autoritarismo judiciário que prendeu Lula arbitrariamente, atuou para que seu pacote "anti corrupção", pudesse aprofundar os assassinatos policiais à juventude negra. Depois, escancararam que queriam atacar todos aqueles que se organizavam e decidiram cortar verba das universidades que sediaram eventos da UNE. Logo, esses cortes se espalharam por todas as universidades federais, ameaçando algumas de extinção. Além disso, cortou o orçamento das pesquisas, atacando drasticamente milhares de pesquisadores. Aqui também a Faísca esteve em diversos energicamente se colocando contra esses ataques e impulsionando a necessidade de erguer o movimento estudantil, se aliando aos trabalhadores para articular uma luta que ligasse o rechaço aos cortes ao repúdio à reforma da previdência.

Em maio, veio a força do movimento estudantil repudiando os cortes nas pesquisas e nas universidades federais. Dia 15, fizemos manifestações de milhares pelo país, paralisando diversos cursos e universidades. Nós da Faísca atuamos nesse movimento debatendo a necessidade de unificar nossa luta com os trabalhadores e de que nossa pauta era contra os ataques à educação e a reforma da previdência, questão que a majoritária da UNE, composta por PT e PCdoB vieram negociando com Rodrigo Maia.

Depois do dia 15, exigimos uma coordenação nacional das lutas e que a greve geral do dia 14 de junho se unificasse com os estudantes no dia 30. Mas a estratégia que primou foi a da separação dos dias, separando assim a juventude e os trabalhadores e favorecendo as negociações do PT e PcdoB no Congresso. Negociaram nosso futuro e hoje vemos como essa estratégia serviu para desmoralizar os estudantes. Por isso, sempre debatemos a tarefa das entidades dirigidas pela Oposição de esquerda da UNE, (PSOL, PCB, PCR) em organizar um pólo anti-burocrático, para desmascarar o papel que cumpria essas burocracias da UNE e centrais que travam nossa organização e exigir um plano de lutas real.

Esse foi o sentido da nossa atuação no CONUNE, congresso dos estudantes da UNE que reuniu mais de 8 mil estudantes e não organizou nenhuma resistência real aos ataques, testemunhando em Brasília a votação da reforma da previdência.

Iniciamos o segundo semestre com o ataque do Future-se do ministro Weintraub. Querem universidades-empresas e um conjunto de benefícios da educação à empresas privadas e operadoras financeiras. Junto a isso, em setembro cortou mais de 5 mil bolsas de pesquisa e veio também uma forte ameaça para aprofundar o trabalho já precário do Rappi, Ifood, Uber: o programa verde e amarelo. Com ele, Bolsonaro e Guedes querem diminuir encargos trabalhistas e legalizar a precarização do trabalho informal de jovens até 29 anos, é uma nova rodada da reforma trabalhista então aprovada pelo governo golpista de Temer.

Além disso, as queimadas na Amazônia se multiplicaram sob aval desse governo que quer entregar nossas riquezas naturais ao agronegócio e interesses imperialistas. Jovens brasileiros, se inspirando na juventude que vem rechaçando os ataques à natureza causada pelo capitalismo internacional, como expressa a ativista Greta Thunberg, também saíram às ruas para repudiar a destruição da Amazônia.

Todos ataques atingem em cheio negros, mulheres e lgbts. Além disso, os discursos machistas, misóginos, racistas e lgbtfóbicos desse governo só serviram para endurecer um setor mais reacionário e a violência policial do Estado. Os mais jovens foram os que mais sofreram, perdemos Ketellen, Agatha, nove jovens em Paraisópolis, vimos jovens chicoteados, e todo discurso de ódio de Damares contra os lgbts e os direitos das mulheres também aprofundando a violência de gênero.

Mas a juventude também é internacional. Hoje, na América Latina e na França, jovens e trabalhadores dão o tom dos enfrentamentos da luta de classes para resistir aos ataques, protagonizando um novo ciclo de luta. No Chile, os mais jovens mostraram um potencial explosivo, e fizeram a direita brasileira tremer de medo de que esses jovens pudessem sacudir os jovens e trabalhadores brasileiros.

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Nós da Faísca, acreditamos que a juventude brasileira mostrou grande potencialidade em 2019 para enfrentar Bolsonaro e seus ataques, não fomos a frente porque a estratégia das direções das entidades da juventude, como é a UNE, dirigida por PT e PCdoB, atuaram para negociar nossa força em nome de uma estratégia meramente parlamentar, que mesmo após a soltura de Lula espera por 2022 e não organiza nenhuma luta real, paralisando a UNE e centrais sindicais.

O exemplo chileno e hoje francês deve servir para sacudir a juventude brasileira e a gigante classe trabalhadora diante de tamanhos ataques. Mais do que nunca, frente a mais de 11 anos de crise capitalista, precisamos de entidades que queiram de fato ser uma ferramenta de organização, unindo cada jovem que veio se enfrentando com a extrema direita de Bolsonaro.

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Nós da Faísca queremos atuar com essa perspectiva a partir das entidades em que seremos parte das gestões no próximo ano, segundo ano de governo Bolsonaro. Estaremos, junto a estudantes independentes em diversos centros acadêmicos com a perspectiva de impulsionar essa política junto ao conjunto dos estudantes, com entidades que buscarão unificar os estudantes, aliados aos trabalhadores, e que atue a partir dos espaços de auto-organização, defendendo que os jovens universitários sejam tribunos da juventude brasileira, que hoje amarga 12 horas pedalando nos aplicativos de entrega ou com a repressão da polícia como vimos em Paraisópolis, e assim possa levantar um movimento estudantil unificado contra Bolsonaro que lute por universidades que estejam a serviço dos trabalhadores e da população.

[VÍDEO MANIFESTO] | Conheça e construa as ideias da Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, a juventude socialista e antiburocrática que aposta na aliança da juventude com a classe trabalhadora para barrar os ataques e impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Nossas vidas valem mais que o lucro deles!

 
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