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REBELIÃO NO CHILE
Chile: trabalhadores do comércio paralisam em pleno Natal
Redação

Há dois meses do início da rebelião no Chile são muitos os trabalhadores mais precários que começaram a se colocar de pé. Paralisação em supermercados, construção de sindicatos em redes de fast food e ameaças de ações dos trabalhadores do comércio em meio ao Natal.

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A ação dos trabalhadores do supermercado Jumbo no “exclusivo” shopping Costanera Center em Santiago do Chile paralisando os caixas e atividade local é mais uma mostra de como a rebelião iniciada há mais de dois meses chega ao questionamento de todas as questões da vida cotidiana. Uma semana atrás algo parecido tinha sido feito pelos trabalhadores do shopping Florida Center, exigindo redução de sua jornada de trabalho, enquanto isso trabalhadores das maiores redes de fast food acabam de fundar um sindicato unificado, um fato histórico.

As redes sociais deram visibilidade durante a tarde do domingo à paralisação do turno dos caixas do supermercado Jumbo no Costanera Center. Os trabalhadores foram apoiados massivamente pelo público em sua exigência de melhoria das condições de trabalho no marco do aumento do lucro das empresas durante as vendas de fim de ano.

Esta ação é a primeira de uma série de paralisações no comércio pela melhoria das condições de trabalho que estão sendo convocadas pelas redes sociais. Em um vídeo recente trabalhadoras e trabalhadores do setor dizem “conseguimos a coragem para dizer BASTA (...) deixemos de ser cifras, números de vendas e porcentagens” e chamam a organizar em unidade uma paralisação nacional neste dia 23 e 24.

Diversas imagens nas redes sociais registram ações e paralisações realizadas no dia de ontem.

Os trabalhadores do comércio, principalmente os de shopping centers estão obrigados a trabalhar extensas jornadas que aumentam ainda mais a medida que chegam as festas. Enquanto os empresários do setor conseguem lucros cada vez mais milionários com o Natal, os e as trabalhadoras tem que trabalhar mais e mais horas e muitos nem conseguem ter um minutos com seus entes queridos.

Entretanto, a reivindicação vai além do trabalho extraordinário nestas datas, e se estende a um questionamento às condições de precarização que caracteriza o trabalho diário de milhões de chilenos. Este questionamento está profundamente atravessado pela situação que vive o país há alguns meses, e toda a discussão que está sendo feita sobre a herança pinochetista dos últimos 30 anos, e isso, é claro, inclui a absoluta precarização do trabalho ou ainda a proibição ou fragmentação da organização sindical, entre várias discussões.

É por isso que em uma das páginas em que os trabalhadores tem publicado suas reivindicações afirmam a reivindicação de redução da jornada de trabalho, aumento salarial, direito a organização sindical, contra a terceirização, contra os sistemas de avaliação de desempenho, contra o pagamento por rendimento, etc.

Semana passada os trabalhadores do Shopping Costanera Center já tinham realizado um protesto similar, pendurando nas varandas do último andar uma faixa que dizia “Horário Digno. Os quebrados também temos família. A luta continua”

Junto desses exemplos se soma a recente e histórica fundação de um sindicato unificado dos trabalhadores do McDonald’s e do Burguer King. não somente se trata do primeiro sindicato dessas empresas conhecidas por explorar a juventude mas também se trata de um sindicato unificado de trabalhadores das duas redes.

Apesar de que pode-se pensar que o McDonald’s e o Burguer King são empresas competidos, esse grupo de trabalhadores mostra que ainda que sejam empresas diferentes a unidade daqueles que fazem essas empresas funcionar vem em primeiro lugar.

Pode te interessar: “Histórico no Chile: trabalhadores do McDonald’s e do Burger King criam sindicato unificado” (em espanhol)

Estes são somente alguns exemplo entre dezenas ou centenas por todo o Chile. O Chile acordou, e os e as trabalhadoras não estão à margem desse movimento histórico.

 
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