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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
"É uma escravidão!": entregadores de aplicativos protestam em Salvador
Redação

As condições absurdas de trabalho e os pagamentos miseráveis das empresas são o cotidiano dos entregadores de empresas como IFood, Uber Eats, Rappi, Glovo etc. Nessa sexta-feira, 20, eles se reuniram para protestar em Salvador, na sede da empresa Uber.

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Em julho assistimos indignados a trágica morte de Thiago Dias, entregador da Rappi que sofreu um AVC em meio ao seu trabalho, uma morte de um jovem trabalhador em decorrência das terríveis condições de trabalho, com jornadas que ultrapassam 12 horas diárias, impostas aos entregadores de aplicativos.

Veja também: Faísca faz homenagem a Thiago, entregador da Rappi morto pelas condições de trabalho

Essa é a situação de milhares de trabalhadores em todo o país, submetidos a essa precarização terrível por empresas como Rappi, IFood, Uber Eats, Glovo, entre outras. Essa situação absurda motivou os entregadores de Salvador a organizarem uma manifestação, nessa sexta-feira, 20, na sede da Uber na capital baiana.

Entre as principais reivindicações, estão a questão da segurança: os trabalhadores não conseguem visualizar o destino final de sua entrega, o que coloca os trabalhadores em risco. Também exigem aumento dos pagamentos: hoje eles recebem em média R$ 0,60 por quilômetro rodado.

O jornal Bahia Notícias trouxe alguns depoimentos de trabalhadores que participaram da ação: "Estamos reivindicando pois estamos inseguros nas ruas de Salvador. Os aplicativos só abaixam nossas taxas, não temos nada de direito. É uma escravidão. Acordamos de manhã para rodar o aplicativo, daqui a pouco eles fazem uma promoção, do nada tiram. Tem entregas de 4 reais. Não estamos morrendo de fome, não. Cada vez mais a gasolina aumenta", disse Anderson Almeida. "Eu mesmo tive o celular roubado, estava rodando e perguntei para o aplicativo o que fariam. Disseram que eu era autônomo e que não poderiam fazer nada. Colocam como se a gente estivesse ganhando milhões e conheço gente ganhando 10 reais por dia", comentou.

Uma comissão foi recebida por representantes da empresa, que prometeu apresentar uma resposta em até 30 dias. Outra empresa que se manifestou, em uma nota pra lá de cínica, foi a IFood, que não possui uma sede na cidade. Eles disseram que os entregadores: “são parceiros independentes, que atuam de acordo com a sua conveniência, gerenciam seu próprio tempo, podendo, inclusive, atuar por outras plataformas”. A "conveniência", para eles, é pedalar 12 horas por dia, recebendo R$ 0,60 por quilômetro rodado.

Nos solidarizamos com os entregadores que se organizaram em Salvador, dando um exemplo de luta que, enfrentando todas as dificuldades da chamada "uberização", essa nova forma de precarização que fragmenta ainda mais nossa classe, mostraram que a união e a nossa organização coletiva para enfrentar os patrões são a única forma de vencermos.

 
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