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DENÚNCIA
Quantos funcionários é preciso para uma estação do metrô funcionar?
Redação

Reproduzimos abaixo um texto anônimo escrito por uma metroviária de São Paulo e enviada ao Esquerda Diário. O Esquerda Diário chama mais trabalhadores a escreverem denunciando a precarização em seus locais de trabalho.

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"Eu sei que passamos pelo Metrô sempre às pressas para irmos trabalhar ou para voltar para casa, sempre cansados no fim do dia, e sequer olhamos em volta.

Mas pense por um instante em quantos funcionário devem ser necessários para fazer as estações do Metrô funcionarem... qualquer que seja a sua resposta eu sei que é um número superior a três, pois saiba que se tornou comum varias estações funcionarem com apenas 3 funcionários colocando não apenas nós, metroviários, em risco, mas todos os usuários que passam cotidianamente pelas estações de Metrô.

Nesse ano o Metrô demitiu dezenas de funcionários injustamente, mandou outras dezenas de funcionários embora através do PDV (programa de demissão voluntária) levando a que se tornasse rotina estações abrirem com apenas dois ou três funcionários, às vezes um e, ainda mais grave, sem nenhum funcionário obrigando os funcionários do turno anterior a estenderem seu horário de trabalho até que funcionários de outras estações sejam remanejados para assumirem os postos de trabalho.

Esses, apenas, três funcionários na estação trabalham cumprindo o trabalho que deveria ser feito por cinco, sete, ou, às vezes, até oito funcionários, os sobrecarregando, estressando e adoecendo; e, claro, botando em risco suas vidas e a vida dos usuários que estão expostos a acidentes sem a devida orientação dos funcionários treinados.

Nós, metroviários, estamos cada vez mais cansados e exaustos, tentando dar conta de tanto trabalho, e muitas vezes não estamos dando. Por conta dessa falta de quadro nas estações, por muitas vezes os usuários ficam esperando pra serem atendidos, maiores de 60 anos esperando para serem passados nas catracas, cadeirantes esperando para conseguirem simplesmente sair e entrar nas estações, pessoas com deficiência visual esperando sem ninguém para os conduzirem - agora ainda mais com o corte do programa Jovem Cidadão que fazia este serviço.

Claro que nada disso é culpa do metroviário, sabemos de quem é: a culpa é do governo Dória e governo Bolsonaro, que tem uma política clara de precarizar para privatizar todos os serviços públicos, para lucrarem com suas vendas, as entregando para a iniciativa privada.

Se faz necessário que a categoria junto à população de São Paulo lute por mais contratação de funcionários. Existem postos de trabalho necessitando que sejam preenchidos e é grande o nível de desemprego. Parem de precarizar nossas vidas, deem trabalho a quem precisa para que possamos atender a população do jeito que ela merece, com qualidade e respeito. A privatização desvia recursos públicos para grandes aglomerados da iniciativa privada, faz o trabalhador do transporte ganhar menos e a passagem ficar ainda mais cara, pois o lucro das empresas vem em primeiro lugar.

A aliança dos metroviários com a população é fundamental, pois nosso interesse é o mesmo, o de garantir um transporte rápido, acessível e seguro a todos que usam o sistema. Passagens mais baratas, estações com mais funcionários e expansão substancial das linhas de Metrô só serão possíveis se o dinheiro público for usado para o bem público e não para engordar os caixas das empreiteiras. A luta contra a privatização e pela estatização do transporte sob controle dos trabalhadores e usuários em todo país só pode ser vitoriosa se os trabalhadores e o conjunto da população estiverem unidos e mobilizados contra a precarização do trabalho e a retirada de direitos.

 
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