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ESQUELETOS DA DITADURA
Escavação de terreno revelou vala clandestina da Ditadura com 6 ossadas. Construtoras tentaram desovar os corpos
Redação

As ossadas humanas foram encontradas na Vila Mariana, em São Paulo, em local próximo à sede do antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) e onde atualmente funciona o 36º DP. O DOI-Codi foi um dos centros de prisão e tortura de militantes contrários ao regime militar.

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A polícia civil de São Paulo recebeu uma denúncia anônima de que funcionários de uma obra de prédios residenciais, feita pela construtora UNIQ, trabalhavam no terreno quanto encontraram, ao escavar o local, pelo menos seis ossadas humanas.

As ossadas humanas foram encontradas na Vila Mariana, em São Paulo, em local próximo à sede do antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) e onde atualmente funciona o 36º DP. O DOI-Codi foi um dos centros de prisão e tortura de militantes contrários ao regime militar.

Além da UNIQ, Top Solo Fundações e Líder, outras duas empresas que prestaram serviço à primeira, também foram citadas no inquérito aberto após o aparecimento das ossadas no terreno.

Segundo denúncia, os corpos encontrados estava cobertos por um pó branco que seria similar à cal e apresentavam “orifícios provocados por disparos de arma de fogo”. Os trabalhadores que encontraram os corpos, fotografaram o ocorrido e mostraram ao responsável da obra, que teria realizado uma reunião com os diretores e engenheiros da UNIQ.

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A resposta da empresa foi que a obra deveria prosseguir, devido ao prazo curto e à chegada do final de ano, ignorando o fato de que pelo menos 6 corpos foram encontrados em meio ao trabalho. Ainda segundo a denúncia anônima, os trabalhadores teriam recebido a ordem dos superiores teria sido desovar os ossos em uma área em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Segundo um dos trabalhadores, a ordem da empresa era de juntar as ossadas humanas e jogá-las na Lagoa de Carapicuíba, na Avenida Consolação, 505, do município.

O jornal Ponte obteve acesso ao relatório e divulgou que no dia 1º de novembro ouviram o mestre de obras que afirmou "acreditar que as ossadas eram de animais" e portanto, teria decidido por conta própria não avisar os superiores ou autoridades.

De acordo com o relatório da polícia, o local será investigado quanto à possibilidade de se tratar de uma vala clandestina utilizado para desovar corpos ou como segunda possibilidade um "cemitério datado do tempo da escravidão, onde pobres, escravos e negros forros eram sepultados”, segundo o relatório da polícia.

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As empresas de construção, UNIQ e as prestadoras de serviços, serão investigadas por ocultação de cadáver, uma vez que orientaram os trabalhadores à seguir a obra e "dar um sumiço" nos corpos desovando as ossadas em outro local.

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Em tempos de revisão e negação histórica, em que o bolsonarismo busca limpar o assassino papel histórico desempenhado pela ditadura cívico-empresarial-militar, o caso é simbólico desse acobertamento das centenas de esqueletos que seguem desaparecidos. Além de mostrar mais uma vez a cumplicidade das empresas e do capitalismo no acobertamento dessas centenas de execuções do regime militar em nosso país. Seguiremos cobrando e exigindo a punição para todos os criminosos da ditadura militar!

Informações de Ponte Jornalismo

 
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