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Uma genocida homenagem a Sérgio Moro
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

O final do ano se aproxima. O ex-juiz, grande justiceiro da pequena burguesia, recebeu uma singela e genocida homenagem pelos seus feitos: seu rosto retratado por cartuchos de balas, da mesma forma que anteriormente Bolsonaro havia sido “prestigiado” por defensores do fortalecimento do caráter racista e genocida do Estado brasileiro.

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Uma homenagem fiel ao homenageado, afinal, Sérgio Moro, antes o paladino contra a corrupção que foi abalado pelos vazamentos de mensagens provando seus objetivos golpistas, se recupera aos poucos e consegue, neste quinta feira, aprovar no Senado o seu genocida pacote “anti-crime”.

Uma pacote também fiel ao criador, já que está longe de melhorar o combate ao crime, e tudo que seus apoiadores “patriotas e incorruptíveis” tratem como ilegal, da mesma forma que a Lava Jato pouco se tratava de combate à corrupção, como tornou evidente a VazaJato. Por trás das aparentes medidas de combate ao crime, se esconde o crescente autoritarismo estatal, que continuará com diferentes pesos e medidas a depender da classe social, da raça, e da posição política frente ao governo.

O efeito imediato deste pacote é o fortalecimento do caráter racista e genocida do Estado brasileiro, dando aval para a polícia reprimir e matar principalmente pretos e pobres das periferias. Fortalece o encarceramento em massa da juventude pobre assim como do judiciário que nos últimos anos se projetou como o poder arbitrário chave para que seja a classe trabalhadora, pobres e negros que paguem pela crise capitalista.

No começo de governo de Bolsonaro, tivemos um exemplo do que espera a população negra e pobre do país nos próximos anos: uma lista sangrenta de assassinados, como fez Witzel no RJ, de músicos, à crianças, trabalhadores e idosos, diversa vítimas mortas pelas balas da repressão contra o grande o crime organizado. Política de “segurança pública” racista que também vemos em São Paulo, onde jovens perderam suas vidas porque lhes é negado o direito ao lazer nos bailes funk. Este mesmo aparato repressivo, dos cassetetes, bombas, escutas, reconhecimento facial, aval estatal para a execução e perseguição, será fortalecido com o pacote genocida de Sérgio Moro.

Os cartuchos de balas gastos para formar o seu rosto representam as milhares de balas que perfuraram corpos negros e pobres neste ano. Representam os 80 tiros contra Evaldo dos Santos, os 9 jovens mortos pela repressão policial em Paraisópolis, o assassinato de Agatha e outras 20 crianças mortas por ações policiais no RJ, ao corpo de Lucas encontrado após desaparecer da frente de sua casa, constantemente ameaçada por policiais. Fica aqui uma sangrenta homenagem à Sérgio Moro.

 
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