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FRANÇA | REFORMA DA PREVIDÊNCIA
5D: França se prepara para maior greve geral em décadas
Redação

A greve contra a reforma da previdência de Macron começa este 5 de dezembro. Inclui os principais sindicatos do transporte, trens, professores, estudantes, correios, hospitais e refinarias. São esperadas diversas jornadas de greve sucessivas.

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A greve contra a reforma da previdência de Macron foi crescendo com o tempo e pode se converter na mais importante greve na França em décadas
Em um artigo publicado no portal Révolution Permanente [portal francês da rede de diários Esquerda Diário], Juan Chingo destacou a dimensão desta nova onda de greves e se perguntava esta semana se vemos o início de uma greve geral política contra Macron:

“Tudo indica que a greve geral do 5 de dezembro terá uma escala absolutamente sem precedentes, será provavelmente a maior mobilização desde as de 1995, 2006 e 2010. Com o clima de insubordinação enraizado pelos Coletes Amarelos, a luta de classes na França, articulada de forma similar a uma greve geral de 24 horas com tendências de se renovar nos principais bastiões do movimento operário, assim como entre os trabalhadores ferroviários e a RATP [rede de transportes de Paris]. Poderia experimentar um novo giro. Um ano após o início do movimentos dos Coletes Amarelos, abre-se uma nova etapa com a reunificação, ou inclusive com a materialização do “Tous ensemble [todos juntos] de uma parte importante do mundo do trabalho. Até onde chegará este processo nessa nova etapa? Esta questão será decidida nos próximos dias, pela própria luta”.

Em uma tribuna publicada no diário Libération, assinada por diversos dirigentes sindicais, ativistas, trabalhadores, professores e intelectuais, se assegurava:

“Um ano depois do início do movimento dos Coletes Amarelos, Macron persiste em ignorar a raiva que se levanta em todas as partes: professores, trabalhadores dos serviços de emergência, estudantes, jovens que se mobilizam pelo clima, trabalhadores, trabalhadoras e habitantes da região de Rouen... a catástrofe ecológica, os suicídios na Educação Nacional, na SNCF e nos Correios, as condições de trabalho intoleráveis nos hospitais, a explosão da subcontratação, dos contratos precários e a exploração dos imigrantes sem documentação... mais do que nunca, este sistema coloca de joelhos a humanidade e o meio ambiente. Com a reforma da previdência e a repressão cada vez maior, o governo está desafiando a todo o mundo do trabalho, as classes trabalhadoras e a juventude”.

“É neste contexto que os trabalhadores da rede de transporte de Paris [RATP na sigla em francês] conquistaram uma mobilização muito forte no dia 13 de setembro contra a reforma da previdência. Com as taxas de adesão entre 90% e 100% dependendo da área de serviços, este dia se demonstrou a eficácia da greve quando é seguida massivamente. Mas, sobretudo, impulsionou uma continuação, a de uma greve de tempo indeterminado a partir do 5 de dezembro”.

“O que está em jogo é o nosso futuro. Por isso, para assegurar que este plano de ação se leve a cabo, é essencial organizar assembleias gerais sempre que seja possível para nos mobilizar e seguir sendo donos de nosso movimento. Nós, ativistas sindicais, políticos e associações de diferentes organizações e setores, coletes amarelos, ativistas de bairros de trabalhadores, mulheres, LGBTI na luta por igualdade, jovens comprometidos com o clima, somos hoje quem assina essa plataforma: desde o 5 de dezembro todos e cada um de nós devemos ir ai, em greve e decididos!”

O jornal britânico The Sunday Times fala que a França poderia estar ficando submersa em um “inverno do descontentamento”, em referência as ondas de greve que sacudiram o Reino Unido no inverno de 1978-1979. Enquanto a Forbes assegura que se trataria possivelmente da maior greve geral em décadas.

Como dizia o artigo do diário Revolution Permanente, “El 5/12 não só será uma grande jornada de luta, mas também será um momento de tomada de consciência e confiança, um momento para medir os passos que se dão coletivamente e constatar a força da luta da classe operária. Ai está por se ver o que acontecerá após o dia 5, em especial a partir da segunda-feira dia 9 de dezembro, que aparece como dia da jornada decisiva que vai determinar se o movimento se enraíza para uma greve ampla de caráter político”.

 
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