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PROFESSORES APEOESP
Professores Pela Base implementa rotatividade de diretores na APEOESP
Danilo Paris
Editor de política nacional e professor de Sociologia
Maíra Machado
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Há um ano atrás, nós do MRT junto aos demais companheiros do Professores pela Base, assumimos duas cadeiras de diretores da APEOESP e como nos comprometemos em nosso programa político, estamos agora fazendo o rodízio desse cargo. Dois novos companheiros, Danilo Magrão de Campinas e Maíra Machado de Santo André, que estiveram em nossa chapa, assumirão agora, com os objetivos de seguir as batalhas que iniciamos nessa primeira parte do mandato.

Desde o primeiro momento, recusamos assumir qualquer "bonificação" para fazer parte da diretoria da APEOESP, como vale alimentação, transporte, e liberação de aulas. Adotamos essa postura radical contra qualquer forma de diferenciação entre um diretor sindical e a base da categoria, pois nos encontramos em um sindicato absolutamente burocratizado, onde a expressão democrática dos professores é absolutamente sufocada. O controle da base sobre os seus dirigentes sindicais, é um princípio elementar, no qual é possível se constituir uma nova prática sindical.

Nos esforçamos para colocar nossos mandatos a serviço da luta pela educação, em particular na que travamos durante os 92 dias de greve para questionar o burocratismo de nosso sindicato, que mesmo em momentos de luta não permite que a base expresse suas ideias e decisões. Nesse sentido, reivindicamos a atuação de Marcio Barbio que ocupou o cargo de diretor da APEOESP em nome do MRT e que mesmo antes da greve esteve nos meios de comunicação denunciando o sucateamento da escola pública no Estado de São Paulo e que durante a greve expressou fortemente a defesa de que a articulação dos comandos de greve deveria ser direção efetiva de nossa luta.

Participamos ativamente dos comandos de greve formados em diversas cidades de São Paulo e nesses comandos discutimos que a auto-organização dos professores era necessária para fazer a greve vencer. Assim estivemos em todas as reuniões de preparação das assembleias defendendo que a voz e o poder de decisão estivessem nas mãos da base e fazemos o balanço de que se assim fosse, o rumo de nossa greve teria sido outro.

Frente a essa exigência, a Articulação, corrente majoritária de nosso sindicato, negou em todos os momentos que a base pudesse decidir, mas a oposição em seu conjunto também teve uma prática adaptada e burocrática e cada corrente preferiu garantir sua pequena fala ao invés de dar voz aos milhares de professores que estavam mobilizados.

O movimento sindical brasileiro é feito de muitos cargos e sindicalistas que se afastam do trabalho e passam muitos anos fora dele. Em nossa categoria isso também é comum, a presidente de nosso sindicato está há muitos anos fora da sala de aula, com diversos dirigentes sindicais afastados de seu trabalho por mandatos consecutivos. Ao não levantar essa como uma batalha central, e em alguns casos reproduzindo uma lógica semelhante, diversos setores da oposição acabam ratificando essas práticas burocráticas. Esse afastamento leva a uma enorme burocratização do sindicato, invertendo assim seu papel.

Hoje, frente a reforma neoliberal da “reorganização” de Alckmin, que responde a política de gasto mínimo que já temos vistos em diversos níveis nacionalmente, com desemprego aumentando em vários setores, colocamos nossos mandatos totalmente à disposição para reverter esse ataque sem precedentes, ajudando na reorganização de nossa categoria e na aliança necessária com os demais trabalhadores em luta.

A burocracia do PT e PCdoB, que está na diretoria de nosso sindicato há décadas, mostra que é incapaz de organizar uma grande batalha da categoria para derrotar Alckmin e o PSDB como ficou evidente nessa greve. As burocracias sindicais que atuam como um freio a luta dos trabalhadores não é um problema só de nossa categoria, mas da maioria dos sindicatos país afora. A CUT, maior central sindical brasileira, e que dirige a maioria dos sindicatos da educação, agora é responsável direta por ser também uma implementadora dos ataques do governo de Dilma, implantando por exemplo medidas como o PPE que reduz os salários dos trabalhadores. Derrubar essa burocracia é um passo inevitável para obtermos novas conquistas.

 
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