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MASSACRE EM PARAISÓPOLIS
Reportagem revela que ameaças da PM eram diárias: ’Vamos tocar o terror em Paraisópolis’
Redação
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Uma reportagem da Ponte Jornalismo, escutou diversos moradores, afirma que há cerca de um mês, os habitantes do local relataram que vinham sofrendo ameaças diárias por parte da PM por conta da morte do sargento Ronald Ruas Silva, ocorrida em 1º de Novembro deste ano durante uma troca de tiros na Avenida Professor Alcebíades Delamare, nas imediações da favela. A mesma reportagem foi reproduzida pelo portal UOL.

A reportagem revela que, no dia seguinte, sem mencionar a morte do sargento, o comandante geral da PM, coronel Marcelo Vieira Salles, postou nas redes sociais que a comunidade seria alvo de “uma Operação Saturação”, como são chamadas ações com a presença massiva de policiais. No comunicado, Salles dizia que “centenas de policiais militares” de diferentes unidades intensificariam o policiamento no bairro, “sem previsão de término”.

Desde então, as operações da PM passaram a ser diárias, com bloqueios de ruas, revistas de pessoas, invasão de casas e comércios, além das ameaças. Segundo relato dos moradores, “vamos tocar o terror em Paraisópolis” vinha sendo o bordão ouvido e sentido na pele pela comunidade.

"MC Sacana" - o músico Marcos Forlan, da região - relata à reportagem da Ponte que foi abordado por dois policiais, há duas semanas, em um supermercado. “Eles perguntaram o que eu fazia e eu fui falando. Quando eu falei que era ator e MC, eles já me ameaçaram naquele tom: ‘MC também morre de vez em quando’”, conta. Segundo o artista, os policiais escancaravam a retaliação contra a favela por causa da morte de Ruas. “A polícia é assim: quando morre um policial, a polícia toda para para resolver isso, mas quando morre um favelado, nem liga.”

Na segunda maior favela da capital paulista, operações violentas em retaliação fazem parte de sua história. Segundo O Estado de S. Paulo, em 2009, após três policiais terem sido baleados, uma Operação Saturação da PM durou 82 dias e contou com práticas de tortura contra crianças e idosos. Além disso, também a repressão aos bailes funk é sistemático, em 2013 tendo deixado uma estudante sem olho ao ser atingida por estilhaço de bomba.

As cínicas declarações da PM que afirmam querer garantir a “segurança” da região e que nada tiveram a ver com o massacre, enquanto vem mergulhando essa população em medo constante para que tenha medo de sair de casa e a juventude não possa ter qualquer lazer e cultura, apenas reforçam o caráter racista e burguês do aparato repressor mais assassino do mundo que, sob o comando de governadores como Dória e Witzel no Brasil de Bolsonaro, ganha ainda mais espaço para assassinar a juventude negra.

 
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