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Faísca declara apoio crítico à chapa 3 “A UFRN vale a luta” para o DCE da UFRN
Faísca - UFRN

Hoje e amanhã acontece a votação para a nova gestão do DCE da UFRN, publicamos aqui nossa posição como setor minoritário do movimento estudantil, em defesa da mais ampla unidade desde as bases para enfrentar os ataques do governo Bolsonaro, inspirados na luta da população chilena e na resistência boliviana contra o golpe de Estado racista.

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Ao passo que Bolsonaro e Guedes se preparam para implementar novos e mais profundos ataques, Weintraub está com o Future-se engatilhado para privatizar as universidades e expulsar os filhos da classe trabalhadora de dentro delas.

Na UFRN, ainda não foram pagos integralmente os auxílios referentes ao mês de Outubro e a Reitoria se recusa a se pronunciar contra o Future-se, enquanto precariza o trabalho dos terceirizados com a abertura do refeitório e provável reabertura do restaurante universitário, mantendo o mesmo número de trabalhadores que cuidavam só do RU. Além disso, mais de 160 bolsas de pós-graduação foram cortadas.

Tampouco podemos esquecer da privatização do pré-sal e da aprovação da Reforma da Previdência, medidas realizadas com a benção dos governadores dos estados do Nordeste, inclusive de Fátima Bezerra (PT).

Nosso presente e futuro estão completamente em jogo. Os capitalistas querem a juventude morrendo de exaustão sob bicicletas alugadas para aplicativos de entrega ou pela bala da polícia. Este cenário de ataques impõe duas condições para que seja possível nos organizar para lutar contra os ataques: precisamos da maior unidade possível, ainda maior que no 15 de Maio, quando fomos 70 mil nas ruas apenas em Natal, e da total independência política do movimento estudantil dos governos, da Reitoria e dos empresários.

A única chapa que reivindica essa independência política é a Chapa 3 “A UFRN vale a luta” e por isso escolhemos votar criticamente. Convidamos os estudantes que acreditam na necessidade da auto-organização independente da juventude aliada à classe trabalhadora para se enfrentar contra Bolsonaro e seus ataques a nos acompanharem nesse voto crítico.

O processo eleitoral do DCE está cruzado por diversas contradições, sejam as polêmicas em torno do desrespeito a votações consultivas no Conselho de Entidades de Base por parte da Comissão Eleitoral, ou a não abertura de diversas urnas pelos campi. Lamentavelmente não é o debate entre as diferentes perspectivas políticas para que o DCE corresponda à necessidade dos estudantes da UFRN serem sujeitos de transformação da realidade dentro e fora da universidade, se conectando com o espírito de luta no Chile e na Bolívia, que está dando o tom dessa eleição.

A gestão anterior, “Nossa Voz”, era composta pela Kizomba - PT, Paratodxs - PT, UJS e Levante Popular da Juventude, cuja atuação se deu conforme às necessidades de suas organizações a nível nacional de apaziguar os ânimos da juventude e dos trabalhadores para que esperem as eleições de 2020 e 2022. Terminou o ano com denúncias de sumiço de dezenas de milhares de reais do caixa do DCE e repetidas negativas em organizar a luta desde as bases, deslegitimando as assembleias.

A inspiração na América Latina para responder os ataques à altura não falta. A juventude e a classe trabalhadora chilenas seguem se enfrentando com a repressão e aos gritos de “Fuera Piñera”. Querem derrubar não só ele, mas todo o regime neoliberal herdeiro da ditadura pinochetista. Na Bolívia, os trabalhadores, camponeses, jovens se enfrentam com a direita e polícia golpistas e racistas, com total apoio das Forças Armadas. Estes novos ventos da luta de classes se preparam também para chegar aqui e faz necessário refletir a necessidade de retomar as entidades para as mãos dos estudantes como ferramentas de sua luta.

Três chapas concorrem à gestão, que seguem monolítica, já que a proposta de proporcionalidade não foi nem ao menos votada durante o CONEUF. Veja esse vídeo sobre a importância da proporcionalidade para democratizar as entidades estudantis.

A Chapa 1 é composta por membros da Paratodxs (PT) e estudantes independentes, que fazem um discurso demagógico se apresentando como a única chapa que se originou “nas bases”. Focam na defesa de medidas como a possibilidade de fazer cópias por preços menos abusivos e de um suposto “novo movimento estudantil”, cujo conteúdo não ameaça de modo algum a direção burocrática da majoritária da UNE, sobretudo porque contém membros da principal corrente do PT (CNB) e não possibilitam que os estudantes dos cursos sejam de fato sujeitos da política. O discurso supostamente “supra-partidário” pregado contribui com uma ideia de que o problema do movimento estudantil são os partidos e organizações políticas, que não a toa recebeu o apoio nas redes sociais até mesmo de membros do MBL.

A Chapa 2 é a formação clássica da majoritária da UNE, composta pela Kizomba, UJS e Levante Popular da Juventude, e que fazem demagogia com compromissos de luta que eles mesmos abandonaram durante todo o último ano. Enquanto no plano nacional os deputados do PCdoB apoiam a entrega da base de alcântara ao imperialismo estadounidense, a representante da UNE RN se reúne à portas fechadas com a Reitoria para repassar informes que terminam por passar um pano para escândalos como atual: alunos passando fome. A demagogia feita em torno da defesa da educação transformada por essa chapa em defesa do REUNI impede de poder defender cada um dos nossos direitos conquistados de fato, porque deixa passar a expansão precarizante baseada em trabalho terceirizado semi-escravo e bolsas de fome, com as quais se espera que sobrevivamos todos os meses com R$ 400,00.

Já a Chapa 3 é composta pelo Juntos!, UJC, Correnteza e estudantes independentes, se apresenta como chapa de oposição. Para poder cumprir de fato este papel de oposição, chamamos os companheiros a batalharem cotidianamente pela maior unidade desde as bases. Não pode ser que estejam defendendo essa perspectiva apenas nos dias de campanha eleitoral, assim como o PT e o PCdoB fazem demagogicamente. Além disso, é necessário dar respostas políticas e programáticas que defendam que a crise seja paga pelos capitalistas. Fizemos um chamado aqui para a construção de uma plenária programática de toda a oposição, para unificar com debates vivos todos aqueles que queiram retomar as entidades estudantis pras mãos dos estudantes e para se colocar ombro a ombro com a classe trabalhadora, um chamado que ou foi ignorado, ou diretamente negado.

Essa negativa expressa uma lógica de que unidade real contra os ataques e que possa superar a burocracia poderia se dar por meio de reuniões às portas fechadas entre os grupos políticos, onde o rumo das mobilizações e atuações políticas são definidas sem os estudantes. Chamamos os companheiros a romperem com essa lógica, hierarquizando a batalha pelos espaços de auto-organização onde os estudantes possam ser sujeitos da política, decidindo os rumos e objetivos do movimento estudantil, pois só assim poderão tomar de volta as entidades a serviço da sua luta.

Além disso, o programa lamentavelmente é semelhante ao da Chapa 2, sendo que não coloca em primeira linha a defesa dos trabalhadores terceirizados da UFRN, para que por igual trabalho recebam igual salários e iguais direitos, defendendo sua efetivação sem concurso público. O financiamento da educação é um problema concreto, em meio à crise econômica e com dezenas de privatizações que são diretamente canalizadas para o pagamento da dívida pública que é ilegal, ilegítima e fraudulenta e suga o dinheiro público para as mãos de mega monopólios. Por isso, o não pagamento da dívida pública é uma pauta central para o país. Também consideramos decisivo que a chapa denuncie abertamente o papel traidor cumprido pelo PT e pelo PCdoB, seus apoios reacionários à Reforma da Previdência e implementação de ataques brutais à educação como no Piauí, Bahia e Ceará.

Nosso apoio à chapa 3 não apaga as nossas profundas diferenças com as organizações que reivindicam o legado do stalinismo, como a UJC e a Correnteza, um legado sangrento de perseguição de revolucionários, de retrocesso nas conquistas das mulheres e LGBTs na revolução Russa e da traição da revolução internacional. Repudiamos toda reivindicação e homenagem à Stalin, como a que propôs o Correnteza na USP, nos somamos à indignação expressa pelo Sindicato de Trabalhadores da USP.

 
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