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GOVERNO BOLSONARO
O dia em que toda a mídia apoiou os ataques de Paulo Guedes, deixando de lado sua “oposição” ao governo Bolsonaro
Redação

Nessa terça (5), o próprio Bolsonaro enviou ao Senado mais um pacote de ataques contra os direitos da população trabalhadora e do funcionalismo público, a chamada PEC do Pacto Federativo. Essa proposta de emenda constitucional vai permitir aos governos burgueses tirar de áreas vitais para o povo como saúde e educação para poder pagar religiosamente a dívida pública com financiadores, banqueiros e investidores estrangeiros, porém na mídia monopolista não há uma linha sobre isso e, ainda por cima, elogiam e orientam os rumos desastrosos que Bolsonaro e Paulo Guedes planejam contra os interesses dos trabalhadores e da soberania nacional.

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Em editorial da Folha de São Paulo, depois do mesmo jornal realizar uma entrevista com Guedes em que este diz que pobre não poupa porque não tem educação financeira, designou sua agenda econômica de ajustes e retirada de direitos dos trabalhadores como uma “agenda ambiciosa” e que suas medidas “apontam na direção correta”. Foram claros em mirar no funcionário público e demonizá-lo, criando um consenso em que o servidor mais parece um juiz cheio de privilégios do que um trabalhador precário na sua maioria, apesar do grande preconceito que existe contra o funcionário público e que é alimentado em grande medida por esse discurso nefasto da grande mídia.

No entanto, o mais interessante desse editorial é que ele vem de um veículo monopolista de comunicação que foi tachado como um dos inimigos centrais para Bolsonaro. Ele incitou setores burgueses a não investirem mais em anúncios na Folha, e esta revidou com uma campanha pela “defesa da democracia”, criando uma matéria estranha demais afirmando que leitores reagiram a fala do Bolsonaro e que defenderam a assinatura da Folha como um “ato de resistência”. Inacreditável.

A Folha chega a chamar a PEC de “revolução constitucional”, construindo uma mentira disseminada por toda a mídia em que poder tirar os recursos voltados para saúde e educação e limitar os gastos do Estado na contratação de novos servidores e em abolir os direitos trabalhistas já adquiridos, é um ato de “modernização do Estado”, pois a partir de agora os políticos teriam “flexibilidade” para desvincular gastos considerados obrigatórios e permitir assim a ampliação do saque dos cofres públicos por detentores da dívida pública, como os grandes bancos e fundos de investimento estrangeiros, em detrimento da destruição de interesses básicos da população trabalhadora e dos recursos de nosso país.

Na mídia isso tudo aparece como “gatilhos" para controlar o que seria um descontrole dos gastos públicos, esconde-se os crescentes e escandalosos gastos com a dívida para apenas mostrar números de gastos do Estado com folha de pagamento, e ainda chegam no ápice da mentira deslavada afirmando que o dinheiro retirado do salário de funcionários públicos, da saúde, da educação e de projetos para prevenir crises ambientais, por exemplo, “voltará” à sociedade em forma de investimentos que possibilitará a ampliação de todas essas áreas mencionadas.

A velha história de que o Estado só gasta com servidor público e aposentadoria, deixando de investir em projetos de interesse do povo, quando na prática o povo não sabe e não é informado (propositalmente) do verdadeiro saque: a dívida pública.

O Globo, como não é de se esperar, apoiou tão intensamente essas medidas de Guedes como a Folha. Porém, foram além, tendo direito a coluna de Miriam Leitão, importante porta-voz de uma das famílias mais ricas do Brasil (os Marinho) e do capital financeiro (grande detentor da dívida pública), orientando Bolsonaro a não atrapalhar mais o seu próprio governo e encaminhar o que ela acha que também está na “direção correta”. Semanas atrás, o mesmo grupo monopolista já tinha dado seu recado aos filhos de Bolsonaro e aos olavistas do governo para não atrapalharem o trabalho da equipe dos privatistas, que segundo o jornal, acabam “ameaçando o governo que trabalha” [https://oglobo.globo.com/opiniao/o-governo-politico-ameaca-governo-que-trabalha-1-24042847].

Segundo Miriam, Bolsonaro deve deixar seu confronto contra as instituições e preparar uma base sólida no Congresso para evitar o que ela considera “desidratações” e “desvirtuamentos” da proposta original enviada por Guedes. Além disso, ela pontua que também é necessário ele acabar com essa história de criar outro partido e continuar com o PSL para evitar problemas em passar uma emenda constitucional que enfrentará uma “tramitação difícil”.

Além de não ter uma linha sobre o impacto da dívida pública no orçamento e computando aos direitos dos trabalhadores a fonte de todo o problema, fica evidente o apoio do Globo ao governo, passando medidas de seu próprio interesse e de seus patrocinadores burgueses.

Nós do Esquerda Diário, para além da denúncia da entrega de nosso pré-sal, designado de forma horrenda como “cessão onerosa” quando na realidade é fonte de riqueza, também denunciamos mais esse ataque aos direitos da população perpetrados pelo governo Bolsonaro, porém chamamos atenção para o discurso que dá legitimidade a esse ataque. O problema não está na aposentadoria, nos salários da maioria dos servidores públicos e no controle do Estado sobre a atividade econômica, o problema se chama capitalismo financeiro e sua forma parasita de continuar lucrando e subordinando nosso trabalho e a soberania nacional aos seus interesses.

Para saber mais sobre o impacto da criminosa dívida pública, leia-se nossos principais artigos sobre o tema: Guedes mente dizendo que reformas tirarão país da crise: Não ao pagamento da dívida pública

 
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