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ENTREGUISMO
Estudo revela prejuízo de mais de R$1 trilhão com entrega do pré-sal no megaleilão marcado para amanhã
Redação

Nesta quarta-feira, 06 de novembro, acontece o megaleilão do pré-sal, onde o governo Bolsonaro e Paulo Guedes pretende entregar para mãos imperialistas áreas nas quais se estima haver reservas entre 9,3 bilhões de barris e 15,2 milhões de barris. É a maior entrega de recursos nacionais para empresas estrangeiras já feita na história.

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Parece piada, mas não é. Essa reserva sozinha equivale a mais de 50% de todo o petróleo já descoberto no país. O valor atual dessa quantia é equivalente a R$3,3 trilhões pelos preços de hoje (10/10), ou seja, quase metade de tudo que o Brasil, em todos os ramos, produziu e consumiu em todo o ano passado, ou se quisermos outra comparação o equivalente ao orçamento de 579 anos da USP.

Veja mais: Bolsonaro fará maior privatização de petróleo da história mundial. Governadores do PT e PCdoB são cúmplices

Não bastasse, esse imenso saldo entre o valor estimado da capacidade produtiva total e o que as empresas imperialistas pagaram, apenas pela perda da soberania nacional na capacidade de determinar o ritmo da produção o país deixará de lucrar mais US$ 300 bilhões. Vocês não leram errado... estamos falando mesmo de 300 bilhões de dólares. Para ser mais concreto, considerando o câmbio de hoje, seria aproximadamente 1,2 trilhões de reais - 1.200.000.000.000,00. Isso mesmo...Para vermos a falácia deste governo quando tenta nos convencer que o problema do país é a nossa aposentadoria, quando na realidade estão entregando verdadeiros tesouros nacionais que representam em valor mais que o dobro da suposta economia que dizem que a Reforma da Previdência trará (segundo eles, a economia que a reforma iria representar para os cofres públicos seria de R$ 962 bilhões de reais).

O governo Bolsonaro, junto com seu ministro da economia Ultraliberal, Paulo Guedes, passou os últimos meses buscando convencer os trabalhadores e setores populares de que o país estava à beira do abismo e que somente a aprovação da reforma da previdência poderia nos salvar. Com muita propaganda em todos os meios – inclusive a Rede Globo que agora Bolsonaro diz ser uma de suas “hienas” – e muita... mas muita ajuda das burocracias encrustadas nos nossos sindicatos – CUT dirigida pelo PT e a CTB, pelo PC do B - que fizeram todo tipo de manobra para conter a classe operária, traindo a Greve Geral e desmobilizando os trabalhadores que poderiam ter se somado às grandes mobilizações que a juventude protagonizou nos meses de maio e junho contra este governo e seus ataques à educação – conseguiram aprovar a maldita reforma.

Além da atuação das centrais, a falácia da estratégia de resistência parlamentar a Reforma da Previdência da oposição petista e do PCdoB, se revela através da atuação de seus governadores. Com o pires na mão, os governadores da região nordeste venderam seu apoio a reforma da previdência, em troca das migalhas que receberão seus estados pelo megaleilão.

Isso nos mostra como o real projeto é entregar o país para a rapina imperialista. Logo após o golpe institucional de 2016, José Serra conseguiu aprovar o projeto da Quebra da Partilha, que mudava o regime da partilha dos campos de petróleo, tirando da Petrobrás a operação exclusiva do pré-sal e abrindo caminho para as multinacionais. A partir disso, foram leiloadas 12 áreas do pré-sal, das quais 6 foram para mãos de multinacionais estrangeiras e outras 6 ficaram sob operação da Petrobrás, e são estas as áreas que estão sob o contrato conhecido como Cessão Onerosa. Quando celebrado o contrato com a União, a Petrobrás adquiriu a quantidade de 5 bilhões de barris, mas descobriram que estas áreas superam muito esta quantidade estimada. Somando o volume inicialmente contratado mais o excedente, estima-se que a soma das áreas da Cessão Onerosa (Poços de Franco, Complexo Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi), pode haver entre 14,8 a 20,2 bilhões de barris de petróleo. Por essa razão, as garras imperialistas estão afiadas para sugar esse verdadeiro tesouro nacional, e no Brasil de Bolsonaro encontra o cenário perfeito para sua política de rapina. Para se ter uma ideia, o maior campo de petróleo do mundo, Ghawar na Arábia Saudita, possui uma reserva de 74 bilhões de barris, segundo a Agência Internacional de Energia, colocando a Arábia Saudita como o 3º maior produtor de petróleo no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Rússia. A entrega deste recurso representa um enorme ônus para o país, pois o mesmo poderia ser destinado a melhorar as condições de vida da classe trabalhadora e do povo oprimido. Quantos planos de obras públicas poderiam ser criados, gerando emprego, melhoria de infraestrutura, moradia com estes recursos? Quanto de ciência deixaremos de desenvolver entregando estes recursos para as multinacionais?

Temos que ter bem presente também, que não será prioridade de nenhum governo amigo dos empresários e patrões destinar estes recursos para os trabalhadores e maioria do povo oprimido. Temos que defender não somente 100% da estatização dos recursos do pré-sal, como também que seja sob gestão dos trabalhadores e controle popular. Que seus recursos sejam destinados a investimentos para a população, para geração de empregos, desenvolvimento da ciência e tecnologia, educação, transporte, saúde e moradia; e para isso é necessário que construamos uma força nacional ancorada na classe trabalhadora e que junto com a juventude, mulheres, negros e negras, indígenas, LGBT’s e todo povo oprimido possa enfrentar o governo Bolsonaro e seu projeto ultraliberal, que quer implementar no Brasil o modelo chileno que hoje nossos irmãos latino-americanos estão em massa nas ruas repudiando.

 
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