Em uma cerimônia de comemoração aos 300 dias de governo, Bolsonaro segue em frente com o plano de vender uma empresa de infraestrutura com importância estratégica fundamental para a soberania nacional, colocando o controle da geração e distribuição de quase toda energia elétrica do país nas mãos de grupos estrangeiros. Além disso, o montante que o governo pretende arrecadar, R$16 bilhões, chega a ser irrisório diante de toda capacidade instalada ao longo de todo território nacional que esta empresa possui, além da lucratividade anual superior aos R$10 bilhões.
Ou seja, a empresa será vendida pelo valor que ela arrecada em pouco mais de um ano. Realmente não há limites até onde o governo de Bolsonaro pode ir para se submeter ao imperialismo e a sanha do capital.
Para Guedes e seus abutres não basta vender a galinha dos ovos de ouro a preço de banana, é preciso depená-la viva para causar mais dor. Enquanto a venda não é concluída, o governo segue aplicando na Eletrobrás um plano de redução do contingente, tendo anunciado, além do PDV para 12,5 mil funcionários, a demissão de pelo menos 1.681 trabalhadores, que serão jogados na rua em meio a crise, sob a justificativa de torná-la mais atraente para o mercado.
É importante lembrar que poder judiciário cumpriu um papel importante nisso, pois foi o Tribunal Superior do Trabalho que intermediou o acordo coletivo que permitiu esse ataque aos trabalhadores da Petrobrás. Basta de ilusões com a justiça burguesa!
A agenda neoliberal entreguista de Bolsonaro e Guedes segue impune em meio ao silêncio ensurdecedor das centrais sindicais, que poderiam estar organizando a força da classe trabalhadora para barrar esses ataques, como está acontecendo neste momento em outros países da América Latina, como o Chile. Mas no Brasil a esquerda reformista prefere recuar e se preparar para uma disputa eleitoral no marco de um regime que cada vez mais se fecha e se tornar ainda menos democrático.
É preciso organizar a luta desde a base, não apenas para impedir esta privatização, mas também para construir um movimento da juventude e da classe trabalhadora na rua, que assim como no Chile, seja capaz de questionar esse regime político como um todo.
|