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CHILE
Assembleia provincial com 3 mil pessoas debatem medidas anti-capitalistas para derrubar Piñera
Redação

No domingo se realizou no forúm da Universidade de Concepción (UdeC) a assembleia Provincial de Gran Concepción. Aqui colocaremos as posições apresentadas nessa convocatória massiva.

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Mais de 3000 pessoas assistiram este domingo a Assembleia Provincial de Gran Concepción, fazendo-se presente no Fórum da Universidade de Concepción mais de 20 representantes de assembleias de zonas da cidade, das províncias e regiões, organizações feministas, portuários, secundaristas, organizações de estudantes da UdeC, povos originários e trabalhadores em uma assembleia feita para discutir nossas demandas e como seguir a luta nas ruas e em organização.

Veja também: Basta de manobras: Chile pede nas ruas que Piñera vá embora

Este domingo ocorreram várias assembleias de bairro ao longo de toda a província como em Lorenzo Arenas, Bairro Oriente, Villa Cap, Bairro Norte, Laguna Redonda, Talcahuano e na grande maioria de bairros para discutir entre quem está conosco na luta e organização a fim de colocar em comum acordo nossas demandas. Entre estas assembleias se destaca a Assembleia Provincial de Gran Concepción na qual com uma massiva presença de milhares de pessoas, muitas assembleias de zonas, como a Asamblea Territorial de Penco, Talcahuano, Nonguén, Cerro Amarillo, Cabrero e outras que expuseram quais tem sido suas demandas que tem discutido em seus perspectivos bairros, assim como a participação de trabalhadores portuários, organizações feministas, como as historiadoras feministas, secundaristas, organizações de meio-ambiente, contra o Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (TP11) (NdT: Acordo comercial entre a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã que entrou em vigor dia 30 de dezembro de 2018.), pelo rompimento com o +AFP (administradores de fundos de pensão chileno). Uma mesa jurídica regional com advogados da província se colocaram a disposição para qualquer abuso policial, militar ou de qualquer índole nessa luta.

A assembleia começou com um minuto de silêncio pelas e pelos que caíram pelas mãos das forças armadas, policiais, Polícia de Investigações do Chile (PDI) e militares nesta luta que o povo vive nesses momentos.

Os pontos principais que se discutiram nessa assembleia massiva foram:

  •  Saúde e previdência social: fim as AFP, estabelecer uma repartição solidária e tripartite, pensão por demissão igual ao salário mínimo, estatização da saúde, pelo fim do lucro na saúde, financiamento estatal de hospitais e planos de saúde estatais gerando um sistema único de saúde que possa atender a saúde de todas e todos, gerido pelos trabalhadores e trabalhadoras da saúde.
  •  Educação: Educação como um direito social, fim da educação de mercado, estatização dos campus educacionais que cobram a dívida CAE (NdT: dívidas estudantis chilenas), fim as provas padronizadas, educação gratuita a todas e todos, educação intercultural e não sexista, revogação da lei Aula Segura (NdT: Lei que endurece punição a violência nas escolas chilenas), não mais criminalização dos estudantes e professores que lutam.
  •  População e serviços básicos: aumento do salário mínimo adaptado a cesta básica de 500.000 pesos, redução da jornada laboral sem flexibilidade, estatização do transporte que seja estatal e gerido por trabalhadores e trabalhadoras, usuários e usuárias do transporte público e fim as concessões de rodovias, da luz, fim as altas dos serviços básicos, decretar a habitação como um direito social, fim as moradias precárias, soberania popular dentro dos territórios, fim ao narcotráfico, fechamento imediato ao Serviço Nacional de Menores (Sename) e proteção a infância, mudança da lei de imigração.
  •  Meio Ambiente: fim as zonas de sacrifício, fim das industrias municipais contaminantes, fim aos projetos extrativistas, nacionalização e estatização da água e recursos naturais, defesa dos bosques nativos e santuários naturais do país, fim do TP11 e saída do tratado por parte do Chile.
  •  Gênero: direitos sexuais e reprodutivos, Aborto Legal, Livre, Seguro e Gratuito, sem as três causas e objeções de consciência, reconhecimento e valorização do trabalho doméstico, sem violência estatal contra as mulheres e LGBTI.
  •  Povos Originários: Autodeterminação do povo mapuche, devolução das terras usurpadas, liberdade aos presos políticos mapuche.
  •  Plano político: Chamado a uma greve geral até que caia Piñera, e a desmilitarização de todo o país, queda do governo (presidente, ministros, prefeitos), Assembleia Constituinte Livre e Soberana sem ingerência do regime político, sem ingerência do presidente, o congresso e nem os ministros, que o poder constituinte se de nos espaços coletivos, como assembleias de zonas e de bairros.

    Também se fizeram presentes na Assembleia de Concepción Centro aqueles que dizem que estão utilizando uma metodologia para retirar uma política a respeito de nossas demandas, e fizeram um chamado a assembleias massivas e interconectadas, gerar espaços onde se tomem decisões vinculantes e que conte uma participação efetiva que nasça do sentido comunitário e onde todas e todos possamos desenvolver nossas e ideias para mudar o sistema capitalista.

    Nesta assembleia de mesmo modo se fizeram algumas denuncias as prefeituras, que ao invés de serem espaços para organizar como continuar a luta nas ruas e na greve, tem servido como método para apagar a luta. Se discutiu que as Assembleias de zona e bairros, assim como cordões industriais e comitês de segurança e proteção que vem se dando a nível a nível nacional. São esses os espaços em que podemos construir uma verdadeira organização revolucionária a partir da luta nas ruas, aprofundando discussões política para a queda de Piñera e instalação de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

    Ao final da massiva reunião se uniram todas as assembleias de bairro e organizações sociais a fim de gerar uma rede de comunicação para seguirem se organizando.

    É importante continuar com a realização de assembleias permanentes nas distintas comunas da região, já que serve como método de organização coletiva entre a classe trabalhadora frente as medidas que se tem levado a cabo o governo Sebastian Piñera. Isto é, com o desenrolar de uma greve geral mediante a criação de comissões em cada local de trabalho para caia Piñera, que sozinho tem tomado medidas que só respondem a necessidades dos grandes empresários, e não a todas as demandas que exige o povo há mais de uma semana e exige não muito menos que desejo de quem manifesta um rechaço total a seu governo, todo seu gabinete e ao sistema capitalista que endossa suas políticas sociais e econômicas.

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