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DESESPERO
Após depoimento associar Bolsonaro ao caso Marielle, presidente faz live exaltada nas redes
Redação

Após revelação feita pelo Jornal Nacional de que os assassinos de Marielle Franco estiveram no condomínio residencial de Jair Bolsonaro, poucas horas antes do crime, o presidente gravou vídeo para as redes sociais visivelmente descontrolado e furioso.

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Na matéria da rede Globo é revelado que um dos assassinos, Élcio, entrou no condomínio com autorização feita pela casa de número 58, a casa de Jair Bolsonaro. Aos berros, com tapas na mesa e jogando seus óculos diversas vezes Bolsonaro tentou rebater a matéria. O sabido e asqueroso desdém de Bolsonaro sobre a morte de Marielle deu lugar ao nervosismo e descontrole.

Já no início de vídeo Bolsonaro demonstra que viu as manifestações e revoltas populares no Chile e Equador com bastante preocupação, para dizer o mínimo. “Qual é a intenção da Globo de fazer isso daí? Nós estamos vendo problemas ocorrer na América do Sul. É no chile, eleição na Argentina, já temos na Venezuela de muito tempo. Bolívia, Equador, Peru. Será que a Globo quer criar um fato, uma narrativa de que eu deveria me afastar ou que o povo deveria ir à rua pra pedir meu afastamento, tendo invista os indícios do caso Marielle agora”.

É o mesmo medo e desespero de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que além de expressar preocupação de que as manifestações na América Latina alcancem o Brasil usou sua fala no plenário da Câmara para ameaçar com a volta da ditadura militar. “Não vamos deixar, não vamos deixar isso daí vir pra cá. Se vier pra cá vai ter que se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar”. Outros ao redor de Bolsonaro também expressam preocupação com a luta de classes nas Américas, como o General Heleno, que em seu Twitter citou medo que no Brasil também ocorram manifestações parecidas com as da América Latina.

Ainda no vídeo de resposta de Bolsonaro é também perceptível a tentativa de proteger seus filhos, já que a matéria do JN não cita nenhum dos três, mas Bolsonaro passa todo o tempo dizendo que a emissora quer atacar e prender um filho seu, que sua família é perseguida pela mídia, principalmente a Globo, listando as reportagens sobre os processos que de fato todos respondem. A reportagem da Globo desta terça-feira não cita Eduardo Bolsonaro ou outro do clã Bolsonaro, assim a defesa alterada de seus filhos ou é ato falho ou uma antecipação de defesa, já que o painel da Câmara mostra que Bolsonaro estava em Brasília no dia do assassinato de Marielle, dando brecha para suspeitas de quem teria atendido o porteiro do condomínio da casa de número 58 e liberado a entrada de um dos executores do crime.

Enfurecido Bolsonaro dá tapas mesa, fala alto, solta xingos e dispara frases contra o PSL e o laranjal, além de abrir a disputa com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que segundo Bolsonaro foi quem vazou para a mídia as informações do processo que correm em sigilo de justiça, visando a disputa eleitoral de 2022.

O cinismo de Bolsonaro frente ao brutal assassinato de Marielle Franco é tanto que durante seu vídeo sequer consegue acertar o nome da vereadora do PSOL assassinada a tiros, junto de seu motorista Anderson Pedro.

Ao final do vídeo Bolsonaro aproveita para também levantar suspeita contra o PSOL, retomando o caso da facada que recebeu de Adélio Bispo dizendo “o Adélio foi filiado ao PSOL, foi filiado ao PSOL. Não é muita coincidência?”, numa clara tentativa de desviar o foco e afastar as suspeitas contra o seu clã.

A morte de Marielle Franco é, até hoje, a ferida aberta mais doida do golpe institucional que o país sofreu e que resultou no avanço da extrema-direita no país, liderada por Bolsonaro e seus filhos. Passados mais de um ano de sua morte, ainda vemos casos grotescos de chacotas e ridicularização do crime vindo dos órfãos da ditadura militar, como os Bolsonaros. Na campanha eleitoral de 2018, encorajados por Jair Bolsonaro e sua camarilha reacionária, os candidatos a deputado estadual pelo PSL Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, rasgaram uma placa com o nome de Marielle Franco em público, fazendo alusão ao seu assassinato e aos crimes de tortura da ditadura militar. Também o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou seu caráter reacionário dizendo que estava “de saco cheio” das cobranças por reposta a barbara execução da vereadora do PSOL. O caso mais recente foi de um assessor de Jair Bolsonaro que em um grupo de WhatsApp postou memes de piada com a morte de Marielle.

Para Bolsonaro, seu clã, os herdeiros e órfãos da ditadura militar a morte de Marielle é motivo de comemoração, como demostra esses acontecimentos, e agora frente as novas descobertas na investigação do caso se torna motivo de histeria, gritos, tapas na mesa e ameaças de volta da ditadura. Sabem que a morte de Marielle Franco e Anderson Pedro seguirão sendo cobradas e a justiça exigida.

O caminho para obrigar que o Estado realmente investigue e puna os culpados é a mobilização. No entanto, ao mesmo tempo que devemos seguir exigindo que o Estado investigue e puna os executores e mandantes do crime, não podemos deixar que somente este Estado, que tem seus vínculos com o assassinato, controle os rumos das investigações.

É urgente uma mobilização para impor que o Estado garanta recursos e todas as condições para a realização de uma investigação independente, disponibilizando materiais, arquivos para organismos de direitos humanos, peritos especialistas comprometidos com a causa, e que parlamentares do PSOL, familiares, representantes de organismos de direitos humanos, de sindicatos, de movimentos de sociais e das favelas, etc., que sejam parte da investigação.

Os berros e ameaças de Bolsonaro não são capazes de nos amedrontar e mais do que nunca é preciso levantar forte a pergunta QUEM MANDOU MATAR MARIELLE FRANCO?

 
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