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ESCOLA SEM PARTIDO
Extrema-direita ameaça educadores e projeto político pedagógico da EMEF Enzo em São Paulo
Nossa Classe - Educação

Nas ultimas semanas os educadores da EMEF Enzo Antônio Silvestrin, da Diretoria Regional de Educação de Pirituba, na cidade de São Paulo, vêm sendo perseguidos e ameaçados por um pai que se autodenomina de extrema-direita, que depois se articulou com outros pais reivindicando uma educação “tradicional” e acusando a escola e seu projeto político pedagógico, baseado em princípios como direitos humanos e defesa da diversidade humana, de esquerda.

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Charge: Mario

Nas últimas semanas a diretora da EMEF Enzo Antônio Silvestrin, da Diretoria Regional de Educação Pirituba, na cidade de São Paulo foi procurada pelo pai de uma aluna da escola, autodenominando-se de extrema-direita, para expressar seu desacordo com o projeto pedagógico da escola, considerado por ele como de esquerda. Este pai reivindicava, em nome da “comunidade escolar”, uma escola “tradicional” em contraposição ao projeto político pedagógico da unidade fincado em princípios como “Direitos Humanos, emancipação dos sujeitos, liberdade para que os alunos, além de poderem ser quem são sem discriminação, julgamento ou qualquer opressão, possam também entender a diversidade como algo inerente à condição humana”, projeto esse que já vem sendo construído há alguns anos a partir de ampla discussão com os trabalhadores da escola e a comunidade escolar. Após uma conversa de quase 4 horas com esse pai, a direção da escola sugeriu realizar uma discussão mais ampla com a comunidade escolar para tratar do currículo da escola e debater o projeto.

Porém, um dia após a conversa, esse pai realizava postagens no Facebook buscando recrutar pessoas contrárias a direção para um grupo de WhatsApp a fim de se mobilizarem em defesa da criminalização da atuação da escola. Nos comentários do Facebook o pai fornecia informações como o endereço da escola e o nome da diretora. No dia seguinte esse pai entrou na escola e filmou, sem qualquer cerimônia, as aulas de Educação Física. Contestado afirmou que buscava levantar materiais para “aniquilar a direção da escola”! E ainda afirmou à diretora que, de fato, a integridade física dela não estaria garantida. Não parou por aí, agora de forma articulada com outros pais, está espalhando notícias falsas, como a de que na escola existem banheiros unissex e que a direção haveria articulado um grupo virtual para colocar as crianças da escola contra seus pais e (além disso) ameaçam chamar a imprensa.

Essa situação absurda e inaceitável é emblemática desse período pós eleição de Bolsonaro, em que vivemos um aprofundamento dos ataques - aos setores oprimidos: mulheres, negras e negros, indígenas e LGBTs – que se intensificam e buscam se legitimar a partir dos inúmeros discursos de ódio do Presidente contra esses setores. Isso vem derivado então em uma realidade ainda mais ampliada de extermínio do povo negro, violência policial, aumento exponencial dos casos de feminicídios, nos números de violência contra a mulher e ataques, inclusive físicos, aos LGBTs. São exemplos disso casos como a execução da menina Agatha Félix, de apenas 8 anos; o chicoteamento do jovem negro por seguranças do supermercado Ricoy na Zona Sul de SP, e mesmo o estupro da professora da Rede Municipal de São Paulo no estacionamento da sua escola num sábado de reposição e o assassinato da estudante de 9 anos no CEU Parque Anhanguera. Casos que não só ilustram essa realidade, como também atravessam os muros de nossas escolas.

O discurso da Escola Sem Partido, que não serve para outra coisa que fomentar o obscurantismo, o fundamentalismo religioso e legitimar o machismo, racismo, LGBTfobia e outras formas de discriminação e violência, está aí e serve como inspiração e base de atuação de pais como esses que ameaçam a integridade física de trabalhadores da educação. E é parte da política de censura, como assistimos recentemente em relação ao material didático de ciências recolhido por Dória para reprimir LGBTs, (http://www.esquerdadiario.com.br/Dora-recolhe-material-didatico-da-rede-estadual-para-reprimir-os-LGBTs) e também para tentar impedir que esse debate sobre as opressões se faça presente entre os muros de nossas escolas. Isso tudo é exatamente o que os trabalhadores a EMEF Enzo Antonio Silvestrin tanto se esforçam para construir e tornar realidade em oposição a todo o discurso obscurantista e intolerante de Bolsonaro e da extrema-direita no Brasil.

Nós do Movimento Nossa Classe e do Esquerda Diário repudiamos essa ofensiva contra os educadores e o Projeto Político Pedagógico da escola, assim como nos solidarizamos com os trabalhadores da EMEF Enzo Antonio Silvestrin e sua comunidade escolar, que vêm sendo ameaçados e que buscam tornar seu projeto pedagógico urnarmtrumento de luta contra as opressões. Abaixo deixamos o link para abaixo-assinado e manifesto em apoio aos educadores e a comunidade escolar da EMEF Enzo Antônio Silvestrin além de um vídeo sobre o projeto político da escola. Assista e assine!

https://www.change.org/p/pmsp-manifesto-em-apoio-aos-educadores-e-a-comunidade-escolar-da-emef-enzo-ant%C3%B4nio-silvestrin

 
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