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CHILE
Piñera anuncia demissão de seu ministério e intenção de rever Lei de Emergência
Redação

O presidente do Chile anunciou a dissolução de seu gabinete ministerial e sua intenção de remover a Lei de Emergência. Primeira notícia sobre sua nova tentativa de tentar conter a luta da juventude e dos trabalhadores chilenos depois de arrancar dezenas de vidas de manifestantes.

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Depois das gigantescas manifestações que aconteceram ontem, as maiores da história do Chile, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, fez um pronunciamento há poucos minutos. Vestindo uma pele de cordeiro procurou anunciar medidas para “reestabelecer a normalidade”. Entre seus anúncios está a intenção de suspender as leis de emergência, a reformulação de todo seu gabinete ministerial e um apelo ao Congresso para que aprove os projetos de lei que ele enviou.

O mesmo Piñera, que tinha anunciado que o país estava em “guerra”, decretou o estado de emergência, impôs o toque de recolher, e ordenou ataques aos manifestantes que já tiraram dezenas de vidas, vestiu a pele de cordeiro na transmissão ocorrida há poucos minutos.

A suspensão das Leis de Emergência foram anunciadas como “intenção” a se concretizar conforme discussões de seu governo com as Forças Armadas e policias. Na importante região de Valparaíso, capital legislativa do país, as Forças Armadas anunciaram nesta manhã a suspensão do toque de recolher em mais uma tentativa de tentar “descomprimir” a revolta em curso.

Expandiremos nas próximas horas esta notícia com maiores detalhes e posicionamentos na cobertura do Esquerda Diário sobre essas jornadas revolucionárias no Chile. Ao final dessa matéria apresentamos uma tradução do primeiro e urgente posicionamento feito no La Izquierda Diário Chile perante esse anúncio de Piñera.

A tentativa de Piñera é uma maneira de tentar mudar algo sem mudar nada, como previsto em artigo de opinião publicado essa manhã no Esquerda Diário. Em “Debates no Chile: Como seguir a luta depois da maior manifestação da história”, Pablo Torres do Comitê de Redação La Izquierda Diario Chile argumenta como a queda do gabinete ministerial seria uma das maneiras institucionais de resposta à crise, que junto a migalhas que os empresários aceitam ceder, possam tentar calar os protestos sem colocar em riscos seus interesses que tanto lucram com o “modelo chileno”, herdado da sanguinária ditadura de Pinochet.

Está em jogo aceitar essas armadilhas institucionais ou desenvolver o caminho da auto-organização dos trabalhadores para, mediante a greve geral ativa e de luta derrubar Piñera e impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que possa abordar soluções de fundo aos anseios da maioria da população.

A crise no Chile mostra como o sonho de todos burgueses brasileiros, sejam eles FHC, a FIESP, a Globo, Bolsonaro ou Guedes está se mostrando na verdade como seu pesadelo. O retorno da luta de classes atormenta Bolsonaro, e para a juventude s trabalhadores este processo está cheia de lições a tirarmos como argumentamos no editorial de segunda-feira.

A seguir publicamos artigo de Fabián Puelma, publicado em La Izquierda Diario Chile às 12:18

Piñera, não acreditamos em você! A mudança de gabinete ministerial não solucionará nada

Enquanto o governo siga em pé não haverá solução de nossas reivindicações. Piñera diz que nos escutou. Escutou nada! As ruas pedem que Piñera saia. Quem pode pensar que este governo dará uma resposta favorável a nossos interesses. Não haverá solução enquanto ele siga em La Moneda e enquanto não for liquidado o regime herdeiro de Pinochet.

O governo e todos os partidos oficialistas fizeram anúncios hipócritas celebrando a manifestação desta sexta-feira que tomou as principais cidade do país. Roubaram tudo e agora querem roubar nossas mobilizações. Nós que nos manifestamos ontem somos os mesmos que fizemos panelaços e marchamos todos esses dias gritando fora Piñera e milicos.

O governo reafirmou sua chamada “agenda social” que é somente de migalhas sobre o corpo de nossos mortos. É o mesmo que anunciou na terça-feira. Porém a esmagadora maioria rechaça suas medidas, e assim demonstraram várias pesquisas de opinião. A única novidade é a mudança do gabinete ministerial e a possiblidade de levantar o estado de emergência no domingo, depois de uma semana de repressão, mortos, milhares de feridos e detidos. E que “logo, queremos avançar” a baixar os pedágios, a água e o gás.

O governo diz que escutou. Não escutou nada. O que milhões pedem é a saída de Piñera. Quem pode acreditar que ele resolverá nossas demandas? Nossa luta surgiu da profundidade da rua, questionando a herança da ditadura. “Não são 30 pesos, são 30 anos”. Décadas de um Chile herdado de Pinochet, mantido e aprofundado pela direita pela Concertación. “A ditadura ainda vive”, é o que podia ser lido em muitos cartazes. Não haverá solução até liquidarmos todo esse regime herdado da ditadura!

Como derrubar Piñera? Essa é a verdadeira pergunta. E temos que ser claro. O impeachment que organizações, como o Partido Comunista, estão preparando, é um beco sem saída. O Senado que destituirá Piñera? Não. Os partidos da Ex-Concertación já estão trabalhando e legislando a favor da enganação de “agenda social do governo.”

A política de “diálogo sem exclusões” que é levada pela Frente Ampla e pelo Partido Comunista com a “Mesa de Unidade Social” à sua cabeça só nos leva a dar sustentação a essse governo, enquanto milhões querem sua saída. O governo o que mais quer é “normalizar” o país e que o Congresso aprove suas medidas.
Para remover Piñera é preciso derrubá-lo pela mobilização. Dando continuidade à greve geral até que caia o governo e impulsionar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana sobre as ruínas deste regime podre, uma assembleia que discuta as medidas urgentes para dar uma saída favorável as trabalhadoras e aos trabalhadores, estudantes, povos oprimidos e setores populares.

 
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