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Chamado a uma convenção programática por uma oposição combativa nas eleições do DCE da UFRN
Faísca - UFRN

Hoje é dia 24 de Outubro e os auxílios alimentação, transporte, creche e moradia ainda não foram depositados para todos os contemplados, com a ameaça de corte de bolsas extensão, apoio-técnico e de pesquisa a partir do próximo mês. Os óleos das praias no Nordeste não cessam e já se prepara uma lista de voluntários para ser parte de retirar na mão as consequências da ganância capitalista no RN. É preciso construir um movimento estudantil combativo contra Bolsonaro.

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Enquanto povos da América Latina fazem verdadeiras rebeliões populares contra os governos e seus ataques como no Chile, Equador, Haiti e desde ontem à noite também no Uruguai, foi aprovada a Reforma da Previdência em 2ª instância no Senado, nos condenando a trabalharmos até morrer.

Um governo que é fruto do golpe institucional, orquestrado para acelerar uma série de ajustes iniciados no governo Dilma, se valendo de medidas arbitrárias do Judiciário, desde a Lava-Jato ao STF. Suas diferenças, que representam diferentes modos de agir do imperialismo, eram menores frente ao avanço contra direitos democráticos mínimos na nossa democracia restrita, em prol dos mesmos objetivos ajustadores. Atacaram o direito do povo decidir em quem votar quando tiraram Dilma a prenderam Lula, por isso é preciso defender a imediata liberdade para Lula, sem nenhuma confiança na política do PT.

Nesse cenário, queremos debater como construir na UFRN um amplo setor antiburocrático e anticapitalista, que atue na contramão do rotineirismo e despolitização promovida pela majoritária da UNE na UFRN.

Por isso que, frente às eleições de DCE da UFRN, nós da Faísca estamos propondo ao conjunto dos estudantes e especialmente às organizações de Oposição de Esquerda da UNE, e que dirigem os CA de Direito e Serviço Social, a uma plenária programática para debater quais ideias necessárias para recuperar nosso DCE a serviço da auto-organização, da unidade entre os estudantes e da aliança com os trabalhadores de dentro e fora da universidade.

O DCE é uma entidade dos estudantes, que há anos é controlada pela direção majoritária da UNE. A última gestão, Nossa Voz, foi encerrada há menos de duas semanas e era composta por juventudes do PT (Kizomba e Paratodxs), UJS e Levante Popular da Juventude. A política que implementam no movimento estudantil condiz com a política defendida pelas suas organizações a nível nacional: esperar 2020 e 2022 para poder se localizar da melhor forma para as eleições e para este fim, trabalhar na contramão da autoorganização dos estudantes.

Não podemos esquecer que os governadores do Nordeste apoiaram a Reforma da Previdência por meio de cartas, batalhando para que esta incluísse os Estados e Municípios. O falso descontingenciamento e a aprovação da Reforma da Previdência não acontecem simultaneamente por acaso e tampouco podemos esquecer que a direção majoritária da UNE separou estas lutas, convocando manifestações em separado.

Precisamos da maior unidade possível desde as bases para ter chances contra os ataques colocados, mas para isso precisamos recuperar as entidades estudantis para as mãos dos estudantes com um programa consequente. Na greve da UFSC vimos como a direção do DCE, composta por correntes do PSOL e PCB se reuniu com a majoritária para encerrar a greve quando ainda havia fôlego. Um dos caminhos para que isso não ocorra é debater democraticamente junto com cada estudante quais ideias podemos apresentar uma oposição à direção majoritária traidora da UNE.

Uma das maiores acusações feitas à oposição é sermos contra o REUNI, o FIES e o PROUNI, projetos que “colocaram os filhos da classe trabalhadora na universidade”. Nós da Faísca acreditamos que é necessário defender estes programas de todo e qualquer ataque promovido por Bolsonaro, mas queremos defender que o movimento estudantil não pode fechar os olhos para os milhões que seguem sem o direito de estudar em uma universidade pública, muito menos aos que a duras penas tentam sobreviver com bolsas miseráveis e vendendo doces. O REUNI foi um projeto de expansão precária, baseado em trabalho terceirizado semi-escravo que mantém nossas UFs e IFs funcionando, com bolsistas que são obrigados a cumprir o trabalho de um servidor recebendo uma miséria de R$ 400 para sobreviver.

O FIES e o PROUNI contribuíram para a criação de verdadeiros mega monopólios de ensino privado, com dinheiro público. E o FIES criou centenas de milhares de inadimplentes, que concluem os cursos mais “baratos” com dívidas de 40 mil reais e a perspectiva exclusiva de empregos precários. É esta a educação que devemos defender? Onde um trabalhador terceirizado morre dentro do auditório da Reitoria e ninguém nem ao menos percebe que ele não saiu do seu local de trabalho?

Defendemos o pagamento imediato das bolsas e auxílios. Pelo fim do vestibular e a estatização das universidades privadas: trabalhador tem direito de estudar. Pela recontratação dos 70 terceirizados demitidos na reforma do RU e efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público. Que se abram as contas da universidade para que possamos decidir para onde vai o dinheiro, de forma democrática e correspondente à composição real da universidade, onde estudantes são maioria, trabalhadores (efetivos e terceirizados) a segunda maioria e professores minoria. Fim do CONSUNI, do CONSAD e da Reitoria, que decidamos os rumos da universidade de forma democrática.

A construção das chapas para as eleições do DCE não pode ser uma grande negociata, por fora de um debate vivo de ideias que possa facilitar a experiência dos estudantes com a atuação burocrática e conciliadora da UNE. A gestão do DCE em si é monolítica, porque apenas a chapa com a maior porcentagem de votos compõe a gestão, impossibilitando que os estudantes se experimentem com as diferentes concepções apresentadas durante a campanha e também que estas sejam cobradas. Por isso defendemos que uma chapa de oposição deveria defender a proporcionalidade na gestão do DCE, para que as divergências não fossem alimento para uma gestão fechada em si, mas sim combustível para socializar debates entre o conjunto dos estudantes e que decidissem os rumos do movimento estudantil em espaços democráticos de base.

Chamamos, a partir das nossas modestas mas determinadas forças, os estudantes interessados em construir uma oposição viva, militante e não rotineira, que debata grandes ideias, como a necessidade do movimento estudantil ser parte ativa dos grandes fenômenos da luta de classes, como estamos vendo no Chile e no Equador, capaz de batalhar por uma saída que sejam os capitalistas a pagarem por essa crise.

 
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