O Juizado Central de Instrução número 6 da Audiência Nacional determinou nesta sexta-feira, em meio à greve geral catalã, deletar as contas de redes sociais e webs da plataforma Tsunami Democràtic.

Esta plataforma abriu uma conta no Telegram que chegou a alcançar 335.000 seguidores em menos de uma semana, uma das maiores adesões a um canal de Telegram sobre causas políticas e sociais até agora, superando inclusive contas utilizadas por ativistas em Hong Kong.

Nas redes de Anonymous foi postada uma imagem da ‘app’ do Tsunami Demoràtic informando que este aplicativo estava encerrado por ordens judiciais.

A partir da Plataforma Tsunami Democràtic foi convocana na última segunda-feira uma enorme ação de protesto com o bloqueio do aeroporto do Prat, em Barcelona. Também haviam anunciado novas ações para o próximo 26 de outubro, o que levou a Liga Espanhola de Futebol a deixar suspensa a partida entre os times Real Madrid e Barcelona que aconteceria neste dia na capital catalã. Nesta mesma sexta-feira, uma mensagem havia sido transmitida aos seguidores do canal de Telegram, anunciando novas ações para a próxima semana.

O fechamento das contas e redes sociais significa outro salto qualitativo na censura, violação da liberdade de expressão e liberdade de organização, assim como o direito à manifestação da população, mais um símbolo de um Estado autoritário que de suposta “democracia exemplar” da qual enche a boca Pedro Sánchez em suas apresentações à imprensa. Isso se soma à condenação infame contra os presos políticos catalães, a repressão que vimos nesta semana e a aplicação da prisão preventiva de quatro manifestantes detidos em Barcelona.

Trata-se, nem mais nem menos, da aplicação da doutriba de “tudo é rebelião” e “tudo é terrorismo” frente às manifestações sociais e as mobilizações.