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ÓLEO NO NE
Novas manchas de óleo no NE mostram que fonte de vazamentos segue ativa
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

Subiu para 161 áreas contaminadas por um vazamento de óleo denso no litoral do nordeste. Novos vazamentos na Bahia e no Sergipe revelam que a fonte de vazamentos é enorme e segue liberando material.

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Só em Salvador foram retirados já 22 toneladas de óleo, segundo a Folha, e as manchas seguem reaparecendo. A Bahia e Sergipe decretaram situação de emergência com os vazamentos. No Ceará, já foram encontradas 23 tartarugas mortas. Em outras regiões, são mais tartarugas, golfinhos, peixes encontrados cobertos de óleo.

O Ministro do Meio Ambiente (aquele que acha que não há aquecimento global), Ricardo Salles, disse que o governo ainda não sabe quanto de óleo ainda tem no mar e pode chegar. Até agora o governo federal não tomou nenhuma medida séria em relação aos vazamentos, apesar de diversas solicitações de órgãos de defesa ambiental.

Já faz mais de um mês que esse óleo está aparecendo e o máximo que o governo Bolsonaro “revelou” até o momento é que o óleo não é brasileiro, como justificativa para dizer que não é de sua responsabilidade isso que está acontecendo. Acusa o óleo de ser venezuelano, enquanto pesquisadores da UFS fizeram um laudo que confirma que parte óleo, encontrado em Sergipe, vem da empresa Shell.
Ou seja, o governo Bolsonaro está deixando essa situação se agravar, assim como deixou que as queimadas na Amazônia chegassem aonde chegaram, está lavando as mãos e sendo cúmplice desse crime.

Uma catástrofe que acontece em meio a entrega histórica de um volume trilionário de petróleo contido em reservas de pré-sal em leilão aos grandes monopólios internacionais, como a Shell, essa mesma empresa aparece ligada a um dos barris de óleo esparrado pelas praias nordestinas. A chamada “cessão onerosa” é um verdadeiro crime contra as riquezas naturais do país, entregues ao imperialismo americano, europeu, chines, e que prevê novos desastres como esse, por uma ínfima quantia de R$ 100 bilhões.

É revoltante que os próprios governadores do Nordeste, inclusive os do PT e PCdoB, estejam denunciando essa catástrofe enquanto se reúnem com Rodrigo Maia para negociar que uma maior “fatia do bolo” da venda do pré-sal vá para os seus estados. Foi inclusive sob essa condição que governadores como Fátima Bezerra (PT-RN), Rui Costa (PT-BA), Flávio Dino (PCdoB-MA), apoiaram a reforma da previdência e garantiram votos dos seus estados.

O vazamento de óleo nas praias do Nordeste é um crime ambiental sem precedentes, no país que, não tem terremoto, não tem tsunami, mas tem a cobiça dos capitalistas pelas nossas florestas, nossos rios, mares, arrancando o ferro, o petróleo e deixando rastro de destruição ambiental e de vidas humanas. Tivemos as queimadas na Amazônia, cuja fumaça anoiteceu cidades, a serviço da expansão do agronegócio e da especulação sob nossas terras e recursos, seja pelos latifundiários de Bolsonaro e Trump vendendo soja para os chineses, seja pelos latifundiários e laboratórios franceses, ingleses e outros. O agronegócio que foi largamente favorecido nos anos de governo do PT e seu processo de reprimarização da economia, assim como a mineração, que é responsável pelo soterramento de cidades Brumadinho e Mariana pela Vale. Estes setores deram o golpe para garantirem seus negócios em meio a crise capitalista e as disputas comerciais entre EUA e China.

EDITORIAL: Praias cheias de óleo, mas governadores do Nordeste negociam sua parte da venda do Pré-Sal

Frente ao descaso do governo, é necessária uma investigação independente feita por petroleiros, pesquisadores e ambientalistas que queiram buscar a verdade dos fatos, pois há todo tipo de interesse por trás das investigações em curso, lentidão e resultados contraditórios.

É preciso romper as ilusões no PT e PCdoB e construir correntes no movimento de trabalhadores, da juventude e dos movimentos sociais com um programa e uma estratégia capaz de impedir que siga a sanha predatória dos nossos recursos naturais. Correntes que não aceitem meros discursos, mas que exijam ações pelo fim de todas privatizações do Pré-Sal e das refinarias, que todas as riquezas entregues ao imperialismo sejam estatizadas sem indenização e que todo o petróleo nacional seja produzido por uma Petrobras 100% estatal e administrada democraticamente por seus trabalhadores com controle popular, única maneira de garantir segurança operacional e ambiental, transparência nas operações e contratos, combatendo verdadeiramente a corrupção, o que nunca interessou à Lava Jato e, assim, garantir que somas tão imensas sejam usadas não para o enriquecimento de imperialistas, empresários e políticos, mas para servir aos interesses do povo brasileiro. Garantir que os recursos minerais do país sejam usados em benefício da população, e não de empresários e imperialistas, é parte da mesma luta pelo não pagamento da dívida pública, para romper os laços de subordinação e roubo do país.

 
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