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UNICAMP
Estudantes pulam catraca do RU da Unicamp contra as demissões de 330 terceirizados
Redação

Estudantes da Unicamp, chamados por um trabalhador terceirizado em assembleia universitária, realizaram pula-catraca contra as demissões de 330 trabalhadores pelas quais a Funcamp e a reitoria são responsáveis.

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Nessa terça-feira, dia 15, aconteceu na Unicamp uma assembleia extraordinária dos três setores chamada pela reitoria, que não ocorria desde a ditadura militar, com o objetivo de votar uma moção em defesa da autonomia da universidade pública. Num cenário de frequentes ataques por parte de Bolsonaro e Dória, com o avanço do conservadorismo e da extrema direita nos espaços estudantis, é de extrema importância que a universidade se posicione contra o reacionarismo que está sendo colocado.

Um dia histórico na universidade, que pode ir além. Contudo, achamos uma contradição que a reitoria queira defender a universidade pública e demitir 330 trabalhadores terceirizados da Funcamp.

Além disso, os trabalhadores terceirizados não foram liberados de seus postos de trabalho para comparecer à assembleia, não tendo como se defender, sem direito a voz e voto. Muito pelo contrário, as suas jornadas de trabalho no bandejão foram estendidas devido à assembleia.

Essa medida de demissão, tomada pela reitoria da Unicamp, é parte da CPI das universidades estaduais, que tem como objetivo cada vez mais a precarização e a privatização do ensino público, com Bolsonaro e Dória. Frente a esse cenário e também de um momento de crise econômica e desemprego a níveis alarmantes a reitoria tomou a decisão de demitir 330 funcionários ao invés de garantir sua recontratação e se contrapor de fato às políticas reacionárias de Doria e Bolsonaro.

Dessa forma, se faz muito contraditório o reitor, Marcelo Knobel, aprovar uma moção à favor da universidade pública e se voltar contra a classe trabalhadora, atacando os terceirizados, que já trabalham em condições extremamente precárias. Afinal, é possível defender a universidade demitindo 330 trabalhadores terceirizados? Nós achamos que não.

Frente a isso, em meio a tantas falas que ignoravam a situação dessas 330 famílias que estarão nas ruas no próximo período, Sidney, um terceirizado da Funcamp, escancarou, em sua fala na assembleia, o papel hipócrita e reacionário da reitoria em relação às tais demissões e ainda chamou a todos os alunos a fazerem um ato de “pula catraca” no bandejão, para prestar o devido apoio aos trabalhadores e trabalhadoras.

Após a assembleia, os estudantes se dirigiram ao Restaurante Universitário e, em meio a palavras de ordem como “nenhuma família na rua, se a Unicamp demitir a gente luta”, realizaram o pula catraca, mostrando aos terceirizados que não estarão sozinhos nessa luta e, à reitoria, que não há unidade com uma ala que se coloca contra a classe trabalhadora.

A Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, que foi parte de todo esse processo e levou uma faixa na assembleia universitária contra as demissões, se colocando lado a lado aos trabalhadores terceirizados, está organizando junto com o grupo de mulheres Pão e Rosas a oficina “Terceirização na Unicamp: quem paga pela crise no bolsonarismo?” (confira aqui o evento no Facebook) para o Congresso dos Estudantes da Unicamp, no dia 16 de outubro, quarta-feira, para discutir a questão da terceirização. O evento vai ocorrer às 17h, no Ciclo Básico II (Pb) da unicamp, e contará com a presença de Silvana Araújo, trabalhadora da USP, militante do MRT e componente do grupo de mulheres Pão e Rosas.

Nós, do Esquerda Diário, junto com a Juventude Faísca, nos colocamos contra as 330 demissões. Achamos que devemos nos colocar, assim como a moção votada hoje em assembleia, em defesa da autonomia universitária, mas não é atacando os terceirizados que faremos isso. A luta contra os ataques à educação passam por oferecermos outro projeto de universidade, que sirva aos interesses da classe trabalhadora, e que todos possam estudar sem ter de passar por um filtro social chamado vestibular. Somos contra a terceirização, um projeto capitalista que busca descarregar a crise cada vez mais nas costas dos trabalhadores. Queremos uma universidade sem trabalho precário e essa é uma batalha que estamos dando no XIII CEU, por entidades antiburocraticas, organizadas pela base, para enfrentar Bolsonaro e todos os projetos de privatização e precarização dentro da universidade.

Fazemos um chamado ao DCE da Unicamp, que é dirigido pelo Psol e o PCB, e também ao STU e à Adunicamp, para que articulem, junto com nós, uma luta contínua, com uma forte campanha contra as 330 demissões, em defesa aos trabalhadores e contra os ataques da extrema direita.

Nossa luta é pela efetivação imediata de todos os terceirizados, que trabalham em condições extremamente precárias, sem necessidade de concurso público, para que tenham os mesmos direitos que um trabalhador efetivo e sejam reconhecidos como trabalhadores da universidade.

 
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