Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), das 54 barragens que foram interditadas no início desde mês de outubro, 33 estão localizadas no Estado de Minas Gerais, e de todas elas, 14 pertence a empresa Vale, a mesma responsável pelos crimes ambientais de Brumadinho no início desde ano, e de Mariana em 2015.
As interdições aconteceram porque as empresas responsáveis pelas estruturas não enviaram ou não atestaram a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE). Após Minas Gerais, os Estados que teve interdição foram Rondônia (5), Mato Grosso (4) e São Paulo (3). Os Estados de Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará têm duas barragens interditadas e, o Amapá, teve uma estrutura sem DCE.
Já faz nove meses desde que ocorreu a tragédia de Brumadinho onde destruiu toda a biodiversidade da região e deixou 248 mortos e 22 pessoas desaparecidas. A Vale, empresa dona da barragem de Brumadinho segue até hoje impune onde até o momento veio pagando apenas pequenas multas e vem atrasando o pagamento das indenizações da fatalidade.
Não bastando, a Vale ainda está entre as grandes empresas e multinacionais que devem – juntas - cerca de meio trilhão de reais para a Previdência Social, enquanto a Reforma da Previdência está sendo aprovada para fazer com que a população pobre pague com suas aposentadorias por uma crise que ela não gerou.
Numa sede por lucro, empresas extraem tudo que se tem de recursos naturais neste país e tratam a vida de centenas de trabalhadores como se não fossem importantes, como se fossem apenas números. O cenário que ficou de Brumadinho é de muita dor das famílias que perderam seus entes queridos e muita indignação por não ter a devida responsabilização da empresa, que também é protegida pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) que apela ao cúmulo de chamar esse crime capitalista de “incidente”.
Os riscos de outros rompimentos já assustam a população e já fizeram cidades ser evacuadas. A única saída coerente para a Vale é sua re-estatização, com gestão pelos trabalhadores e controle popular, além de representantes ambientalistas eleitos nas universidades e comunidades, como um meio de transição entre a forma atual da mineração predatória para uma outra na qual a extração de recursos para a existência humana não seja insustentável, maneira que só será verdadeiramente possível em um outro sistema de produção, no qual não exista uma minoria parasitária explorando as massas.
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