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REITOR BOLSONARISTA ILEGÍTIMO DESTITUÍDO
Conselho universitário da UFFS aprova destituição de reitor nomeado por Bolsonaro
Redação

Marcelo Recktenvald não estava entre os primeiros colocados da lista tríplice, não tendo se classificado nem a segundo turno das eleições. Após nomeação por parte de Bolsonaro, estudantes ocupam a reitoria em reação ao atropelo à autonomia universitária.

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Foto: Carta Capital

Nesta segunda-feira (30), O Conselho Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) aprovou por 35 votos a 12, o pedido de destituição de Marcelo Recktenvald da reitoria. A votação ocorreu após assembleias de toda a comunidade acadêmica rechaçarem o reitor biônico. O candidato que não figurava entre os primeiros colocados, não teria nem mesmo passado para segundo turno nas eleições na universidade, sendo nomeado por Bolsonaro por questões de alinhamento ideológico.

Representação da face obscurantista da política de Bolsonaro, o professor em questão declarava-se anti-esquerda, cristão conservador, defensor da família nuclear e pastor batista, e tinha uma disciplina optativa nomeada “Espiritualidade e Liderança” dentro do curso de administração, que se baseava em literaturas que misturavam conceitos de coaching com elementos bíblicos. Já compartilhou postagens de Olavo de Carvalho defendendo o ministro Weintraub e até mesmo postagens de viés negacionista climático que afirmavam ser impossível acreditar no aquecimento global porque a ciência estaria aparelhada, se tornando um “instrumento militante”.

A validação do pedido de destituição precisa da soma de 2/3 de votos favoráveis, que contabilizando o total de cadeiras no conselho, 54, seriam 36. Porém, existem as situações de não votantes dentre os conselheiros. Segundo as informações da Seção Sindical dos Docentes da UFFS, uma vaga não preenchida, além do reitor e presidente da sessão não tem direito a votar, logo, o resultado de 35 votos valida o pedido em base aos 51 votos válidos.

Marcelo Recktenvald, em uma live, rebateu a aprovação alegando que a votação deveria ter sido baseada nas 54 cadeiras do conselho, mas no regimento interno, consta em artigo 10, parágrafo 3º, inciso III que “a de maioria de dois terços,que compreende a anuência de, ao menos, dois terços de todos os membros com direito a voto no Consuni”

Agora, a aprovação da destituição do reitor está à cargo de Bolsonaro. Apesar disto, o Movimento Ocupa UFFS que liderou a mobilização contra a nomeação do reitor, fez uma declaração dizendo-se confiante:

“Estamos otimistas, uma vez que o presidente tem conhecimento da instabilidade que causou na instituição nomeando um interventor que não tem apoio em nenhum dos segmentos da comunidade universitária. Como consequência, não há pessoas dispostas a assumirem cargos da nova gestão e, as que assumiram, em geral, não têm a competência necessária para a boa gestão do patrimônio público”.

O grupo ainda se refere a outras estratégias de enfrentamento ante as investidas do governo federal no desmonte e aparelhamento das universidades públicas: “Seguimos cada vez mais articulados após a bem-sucedida ocupação da reitoria da UFFS, tanto entre os estados em que a universidade está presente, quanto com instituições e movimentos sociais de todo o País. Logo, esse pedido de destituição de Marcelo Recktenvald ao presidente tende a ampliar nossa visibilidade, além de oportunizar mais laços em escala nacional e internacional. Se por um lado podemos encontrar novos obstáculos, por outro, estamos traçando uma luta que poderá servir de inspiração a outras pessoas e instituições”

 
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