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Bolsonaro pede que Ministério Público faça vistas grossas à corrupção no governo
Redação

Metaforizando com o jogo de xadrez, Bolsonaro afirmou com todas as letras que ele é o rei e a PGR é a dama. É um fato grave, embora não seja surpreendente; este governo já deixou claro suas pretensões autoritárias desde antes das eleições manipuladas pelas lava-jato. Esta manobra explicita a disputa entre diferentes tipos de autoritarismos entre as alas do governo.

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No ato de posse do novo Procurador Geral da República, Augusto Aras, um menos contido Jair Bolsonaro pediu aos membros do Ministério Público Federal “avisassem” o governo quando “algo de errado” estiver sendo feito. De imediato, essa fala por si só equivale a reduzir o MPF a um tipo de órgão de consultoria jurídica do governo, enquanto o seu papel, ao menos formalmente, é literalmente o de fiscalizar o governo. Embora não se possam ter ilusões sobre a justiça burguesa, que em nome de um alegado combate a corrupção deu um golpe institucional e chegou ao ponto de prender arbitrariamente Lula quando este estava em primeiro lugar nas eleições presidenciais (uma clara manipulação eleitoral a favor de Bolsonaro), também não é possível deixar de denunciar que o chefe do executivo está descaradamente declarando que está aparelhando o MPF sobre seu controle direto.

Na prática a nomeação do novo procurador é mais um capítulo na disputa entre autoritarismos nas diferentes alas do governo. De um lado estão o congresso, o senado e o STF no fortalecimento de um autoritarismo mais por dentro das instituições do governo; do outro está Bolsonaro, Moro e a lava-jato, que buscam fortalecimento de um autoritarismo pelas vias do controle das instituições diretamente pelo poder executivo. Essa bravata de Bolsonaro tenta soar como uma tentativa de mostrar que poderia reverter o desgaste que vem sofrendo nos últimos tempos, seja com a crise ambiental da Amazônia, seja com o enfraquecimento da lava-jato perante o STF, mostrando que supostamente ele teria o MPF "nas mãos". No entanto o que as recentes movimentações tem demonstrado, como o debate em torno da progressão de regime de Lula para evitar uma anulação da pena, e o repúdio cada vez maior de figuras da própria direita a lava-jato, é de que esta ala de Bolsonaro está cada vez mais isolada.

É importante ressaltar que essa disputa pelo alto entre as diferentes alas do governo apenas pode resultar na consolidação de um regime político mais autoritário, capaz de reprimir a luta da classe trabalhadora com mais eficiência a fim de passar os ataques dos capitalistas, como as reformas trabalhista e da previdência com mais facilidade. E que capitular da luta de classes, seja para apostar em alianças com a direita, como fazem PT e PC do B, ou nas eleições como faz o PSOL, é dar espaço para que esse autoritarismo assente.

É preciso que classe trabalhadora mostre a sua força, apoiada na disposição de luta da juventude, e construa um movimento desde a base, organizado em cada local de estudo e de trabalho, para enfrentar esse governo e as reformas que os capitalistas querem impor para nos fazer trabalhar até morrer e assim pagarmos pela crise que eles mesmos construíram. E que os crimes de corrupção sejam julgados por júri popular, com cada juiz sendo eleito com mandato revogável e com o salário de uma professora.

 
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