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ISRAEL
Eleições em Israel: empate entre Netanyahu e Gantz mantêm a incógnita sobre novo Governo
Redação

A medida que avança a contagem de votos se confirma o empate virtual entre o partido Likud, do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, e a aliança Azul e Branco, liderada pelo ex-general Benny Gantz.

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Com 92% dos votos analisados, segundos dados publicados pelo jornal israelense Haaretz, o Likud chegaria a 31 assentos no parlamento, enquanto a aliança que encabeça Gantz obtêm 32 assentos. A soma de possíveis blocos reflete 56 assentos para o Likud, impedindo que Netanyahu tenha a possibilidade de formar um Governo, enquanto que a aliança Azul e Branca encabeça um bloco com 55 assentos, ambos aquém dos 61 necessários para ter maioria no parlamento.

Com os primeiros resultados refletindo um revés para seu partido, Netanyahu se limitou a dizer que teria que esperar os resultados definitivos antes de buscar alternativas de Governo. A maioria dos blocos de partidos de direita e ultradireita que o levou para o governo em mandatos sucessivos terminou em crise. O respaldo garantido por dois dos partidos ultraortodoxos —o ashkenazi União da Torá e do Judaísmo (oito assentos) e o sefardi Shas (nove)— e pela aliança Yamina (sete), a extrema direita nacionalista e religiosa, é insuficiente para garantir um novo mandato.

De outro lado, Gantz, pode celebrar que a aliança formada no começo do ano conseguiu polarizar a eleição. Mas o crescimento da sua aliança levou à crise de importantes partidos tradicionalmente situados na centro-esquerda. O histórico trabalhismo socialdemocrata continua sua crise, estagnado em seis assentos e a nova União Democrática pacifista, não superou a marca dos cincos deputados mesmo que a estivesse reforçado com políticos trabalhistas e com o ex-primeiro-ministro Ehud Barak.

A contagem também mostra ao partido Lista Conjunta de unidade árabe com 13 assentos, mantendo-se como terceira força. Antes do término da jornada seu líder Ayman Odeh falou por telefone com Gantz e combinaram de se reunir.

Enquanto que a organização formada por Avigdor Lieberman (chamada Yisrael Beiteinu), ex-ministro de Defensa de Netanyahu, fica com 9 assentos. Yisrael Beiteinu (que significa “Israel é Nosso Lar”), o principal artífice do recente fracasso de Netanyahu em formar o governo estaria obtendo melhores resultados que em abril, quase duplicou seus assentos conseguindo um papel de arbitragem que lhe atribui a chave para a futura governabilidade. Lieberman, um direitista laico, quando foi ministro da educação de Netanyahu quis proibir a língua árabe nos colégios mistos de Israel e que obrigou aos artistas israelenses a apresentar obras nos territórios ocupados sob a ameaça de extorqui-los com remoção de subsídios.

Com os resultados que lança a eleição parece que primou por um lado o medo no eleitorado a que a desespero de Netanyahu o leve a cumprir suas promessas de anexação (o que a grande maioria dos israelenses -menos os dos territórios ocupados, claro - veem com medo porque seria desencadear um conflito que não se sabe quando pode terminar), e por outro lado os grandes problemas que tem com a justiça o atual chefe do Executivo impactaram no apoio eleitoral. As bravatas de Netanyahu, ao estilo Trump, o fizeram perder um setor do eleitorado de direita, o que poderia explicar a subida de Lieberman.

Gantz se mostrou mais “moderado” mas não deixa de ser uma "pomba" que pode virar falcão a qualquer momento. Seu papel na Operação Margem Protetora em 2014, quando foi o General do Exército israelense que bombardeou Gaza deixando mais de 2200 palestinos mortos, mostra até onde pode chegar o líder da aliança Azul e Blanco.

Com o “empate técnico” que lança os resultados crescem os chamados a um Governo de unidade nacional. Tanto Gantz como o líder de Yisrael Beiteinu sugeriram a formação de uma coalizão laica composta por seus partidos e o Likud, sob o argumento de deixar fora do governo os partidos ultradireitistas. Mas nesse caso se abrem especulações: se o governo será encabeçado por Likud ou o Azul e Branco e, segundo, se contará ou não com a presença de Netanyahu. Outras opções de alianças estão abertas, em especial pela boa eleição do partido de Lieberman e da Lista Conjunta árabe.

No tabuleiro se joga contra o relógio o acordo de imunidade que Netanyahu necessita com urgência, acusado pelo Ministério Público de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos distintos e que está previsto para ocorrer no início de outubro. Também o desenvolvimento do "plano de paz" que vinham preparando Trump com Netanyahu para o conflito com os palestinos, no que se troca a soberania por investimentos fundamentalmente nos estados árabes.

 
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