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GREVE DOS CORREIOS
Trabalhadores dos Correios entram em greve contra plano privatista de Guedes e Bolsonaro
Redação

Em assembleias em diferentes Estados do país na noite da última terça-feira, 10, os trabalhadores dos correios entraram em greve por unanimidade por tempo indeterminado contra a privatização da estatal, contra a redução de salários e ataques a direitos básicos.

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O governo Bolsonaro desde sua campanha deixou muito claro que um dos seus principais objetivos seria avançar de forma desenfreada com as privatizações e que os correios era parte importante desse plano. Paulo Guedes na última semana afirmou que "não dá para esperar um ano e meio" para privatizar as estatais, e citou como exemplo os correios. "Por que tem que demorar tanto? Tem oito caras querendo comprar (os Correios)", diz o ministro.

"Qual a dúvida em privatizar os Correios? Lá nasceu o mensalão. Ninguém escreve mais cartas", diz Guedes. Os Correios é uma das mais antigas e importantes empresas estatais do país, nas últimas décadas vem sofrendo um processo de sucateamento e ataques aos seus trabalhadores, sendo parte do projeto de preparar para a privatização com a desculpa de “inutilidade”, como declarou o ministro, para esconder que o verdadeiro propósito é transformar em mercadorias lucrativas na mão dos capitalistas.

Enquanto isso, os trabalhadores dos Correios estão sem um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente. O acordo anterior expirou, e a intransigência da empresa em negociar um novo acordo impede qualquer avanço nesse sentido. Sendo assim, direitos como pagamento de vale-alimentação e vale-refeição, convênio médico não estão garantidos.

A empresa ofereceu como única proposta a imposição de um acordo que consiste apenas em retirada de direitos, adequando o ACT à reforma trabalhista. A proposta inclui a retirada de vales nas férias e do vale extra de Natal, fim do vale-cultura, aumento no compartilhamento dos vales alimentação e diminuição da quantidade de vales, não pagamento dos tickets nas férias (com a manutenção do vale cesta), diminuição do adicional noturno (de 60% para 20%), redução do descanso remunerado, redução da gratificação de 70% para 33% conforme CLT, entre outros.

Os trabalhadores estão dando uma resposta a esse projeto: estão em greve contra o projeto de privatização, por melhores condições de trabalho e direitos básicos como a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de saúde. Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), a greve foi decretada em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Maranhão e na maioria dos estados do país, e 80% das agências vão aderir.

Confira vídeos das assembleias:

No Rio de Janeiro, funcionários dos Correios fizeram uma manifestação nesta quarta-feira (11), na porta do Centro de Tratamento de Encomendas em Benfica, na Zona Norte. Policiais militares do 22º batalhão (Maré) acompanharam o protesto e tentaram impedir os trabalhadores de interditar o trânsito na Rua Leopoldo Bulhões, em frente ao Centro de Distribuição. Os funcionários em greve atravessaram os caminhões na via para impedir a entrada e saída de encomendas.

Em São Luís, trabalhadores dos Correios aprovaram a greve em assembleia geral realizada na sede administrativa do sindicato da categoria (SINTECT-MA), no bairro Radional, em São Luís. O sindicato anunciou para essa quarta-feira, 11, um seminário das 8h30 às 16h na sede do Sindicato dos Bancários na rua Sol sobre a privatização da empresa, como parte das atividades da greve.

Em Sergipe, os serviços realizados estão afetados nessa quarta-feira, 11, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Estado de Sergipe (Sintect/SE), que representa cerca de 700 funcionários. A empresa afirmou que irá adotar medidas já planejadas para garantir o funcionamento regular das agências.

Essa importante luta dos trabalhadores dos correios mostram que só assim é possível derrotar esse plano privatista do governo Bolsonaro. Os próprios trabalhadores reconhecem que será uma luta difícil porém necessária. Colocam espontaneamente nas conversas que o objetivo de enfrentar até o final os ataques desse governo que é inimigo dos trabalhadores, da educação, do meio ambiente, das mulheres e da juventude poderá ser plenamente alcançado se houver uma unificação das lutas, com os estudantes que lutam contra os cortes de bolsas, os trabalhadores de outras estatais que também estão ameaçados, os setores oprimidos alvos da censura bolsonarista, e cada processo de mobilização tem que ter como perspectiva essa luta comum.

Por isso para barrar esses ataques de Bolsonaro e dos diversos autoritarismos é necessário batalhar por um pólo anti-burocrático nos sindicatos e demais entidades de classe que se coloque a serviço de promover a unificação dessa agenda da classe trabalhadora através da convocação de assembleias em cada estrutura fomentando a autoorganização da classe trabalhadora. Todo apoio à greve dos trabalhadores dos correios!

Confira fotos das assembleias:

Campinas

Brasília

Paraná

Bauru

Bahia

São Paulo

Regiões que decretaram greve em assembleia na última terça-feira, 10

Acre
Alagoas
Amazonas
Amapá
Bahia
Bauru
Campinas
Ceará
DF (Brasília)
Espírito Santo
Goiás
Juíz de Fora
Maranhão
Minas Gerais
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Ribeirão Preto
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rio de Janeiro
Rondonia
Roraima
São Paulo
São José do Rio Preto
Santos
Santa Catarina
Santa Maria
Sergipe
Tocantins
URA (Uberaba)
Vale do Paraíba

 
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