Conforme noticiamos ao longo das últimas semanas, a sede privatista de Paulo Guedes vem tomando enormes proporções. "Quero privatizar todas!", diz o ministro da economia de Bolsonaro. Já havia lançado uma lista com enormes estatais brasileira na mira, como os Correios e a Eletrobrás. No dia 5/9 ganhou superpoderes de Bolsonaro, avançando no "programa de desestatização".
O fato agora é que Paulo Guedes quer desvincular a obrigatoriedade do destino dos gastos públicos, ou seja, quer acabar com a obrigatoriedade de garantia de serviços públicos como saúde e educação. Em entrevista ao Jornal Valor Econômico, Guedes afirmou que "Não vamos tirar dinheiro de área nenhuma. Cada prefeito e cada governador tem que ter a decisão de onde gastar mais". Ou seja, dá carta branca para atacar o funcionalismo e os serviços públicos, abrindo ainda mais espaço para a privatização.
Como não poderia deixar de ser, Paulo Guedes explicou a medida dando como exemplo que "cerca de 80% desses recursos vão para o pagamento da própria máquina, em salários e aposentadorias". Com isso, prefeitos e governadores, com uma simples assinatura pode diminuir ou cancelar o envio de verba para um determinado setor público, precarizando ainda mais a vida de quem necessita acesso aos serviços públicos, para saciar a sede entreguista de Bolsonaro, Guedes e dos capitalistas.
Sobre as privatizações, pesquisa recente do Data Folha aponta que quase 70% dos brasileiros são contra privatizações de estatais. O interessante é que entre os que ganham até 2 salários mínimos, 16% apenas são favoráveis as privatizações, escancarando que os trabalhadores e povo pobre sabe que a farra das privatizações irá custar o acesso à saúde e educação.
É evidente que o objetivo de Bolsonaro e Guedes é salvar os capitalistas de sua própria crise em detrimento da vida de milhões de trabalhadores, precarizando brutalmente as condições de vida de toda população e entregando empresas públicas nas mãos da iniciativa privada. Tudo isso para jamais garantir o religioso pagamento da dívida pública, que anualmente consome praticamente metade do PIB brasileiro. Este ano, a dívida pública saltou para escandalosos R$ 3,99 trilhões de reais.
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Todo o montante que advém de privatizações, concessões e leilões de estatais e recursos naturais é destinado ao pagamento desta dívida ilegítima, ilegal e fraudulenta negociada ao bel-prazer por seleto grupo de banqueiros. A dívida pública é um dos principais mecanismo de saque dos trabalhadores e de subordinação do país ao capital financeiro.
É urgente que romper pagamento da dívida pública, para que o dinheiro roubado pelos capitalistas seja usado para garantir saúde, educação e condições salubres de vida para os trabalhadores e para toda a população.
Foto: Fernando Bizerra Jr
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