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ATAQUES À EDUCAÇÃO
Cortes na educação e militares nas escolas: o que tem por trás do projeto de Bolsonaro?
Redação

Bolsonaro vai lotar escolas com policiais e militares em busca de "disciplina". Na realidade, projeto irá perseguir e cercear estudantes, impondo os valores da extrema-direita, intervindo em setores que mostraram imenso repúdio ao seu governo: professores e estudantes.

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Hoje (5), Bolsonaro assinou uma proposta para ampliar as escolas militares em 2020. Ao lado de Weintraub, que sustentou a importância da proposta retomando a "ameaça comunista" no Brasil, o governo Bolsonaro quer praticamente impor que escolas adiram ao programa que irá transformar escolas em colégios militares.

Sob a bandeira da "disciplina e ética", o governo Bolsonaro avança contra a educação desde a creche até à pós-graduação com cortes que somam quase R$6 milhões, e que afetarão duramente a educação pública. Universidades federais correm o risco de fecharem as portas por falta de verbas para pagar contas básicas como água e luz, e cerca de 80 mil bolsistas podem perder suas bolsas após corte avassalador no CNPq e Capes.

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Assíduo defensor do "Escola sem Partido", um reacionário projeto da extrema-direita que quer perseguir e cercear professores, colocando abaixo o exercício do livre pensar nas escolas, Bolsonaro usa o investimento em escolas militares para fazer demagogia com a Educação que vem tentando destruir e, mais que isso, abrir ainda mais espaço para o avanço da privatização e das empresas do setor privado.

Veja abaixo alguns pontos deste projeto que vai avançar mais ainda no retrocesso da educação pública:

Militares à frente das questões administrativas

Para instaurar uma política de "quartel general", de maior vigilância tanto dos alunos, quanto dos professores, militares atuarão nas escolas nos setores administrativos. Sob a máscara da "disciplina", Bolsonaro quer intervir diretamente no ensino das escolas, garantindo o combate ao que a extrema direita chama de "viés ideológico", que na realidade é construir o espaço escolar com o máximo de discussões que são pertinentes e que fazem parte do próprio cotidiano dos alunos: racismo, LGBTfobia e machismo.

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Cães de guarda na escola: militares intervirão na área Educacional e Didático-pedagógica

Segundo o MEC, além da área administrativa, os militares da reserva também serão responsáveis por atividades que, nas palavas deles, fortaleçam os valores "humanos, éticos e morais". Quando se trata em discutir "valores" é necessário se questionar em que tipo de valores está em pauta. Bolsonaro tem como ídolo o torturador Coronel Brilhante Ustra, famoso por métodos brutais contra mulheres e crianças.

Ética e moral, do ponto de vista de Bolsonaro, é na prática atacar setores oprimidos da sociedade e fortalecer condutas ultra reacionárias contra aqueles que repudiam as barbaridades que fala e faz. Não podemos ignorar o fato de quem são os ídolos de Bolsonaro e de seus aliados, que seguem impune diante a atrocidades cometidas contra todos que resistiram na ditadura militar.

Além disso, Bolsonaro vai colocar militares para atuar na área didático-pedagógica. Ao invés de melhorar planos de carreiras de pedagogos e fomentar a formação continuada de professores, que hoje trabalharam grandes jornadas dentro e fora das escolas para receber um salário de fome, irá colocar seus amigos da reserva militar para supervisão escolar e psicopedagogia, para melhor perseguir e reprimir estudantes e professores.

Bolsonaro pretende colocar diversas forças policiais na escola para "atuarem" como profissionais da educação e o que se esconde por trás disso, seguindo os ataques que estão sendo observados nas universidades federais e institutos federais de perseguir e cercear estudantes e professores, que já mostraram seu imenso repúdio ao governo Bolsonaro.

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Reforçando sua ligação com sua base militar, Bolsonaro usará as escolas cívico militares para este objetivo. A situação da Educação no país não se resolverá a partir da perseguição de alunos e estudantes, ou do aumento das forças repressivas no espaço escolar. Ao contrário disso, é necessário batalhar por uma educação que seja capaz de garantir o direito ao livre pensamento, ao debate amplo e necessário com os estudantes e com a realidade que vivem. É preciso investir nas escolas, nos professores e estudantes, garantindo condições viáveis para combater a evasão escola e avançar para um ensino público de qualidade.

 
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