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WEINTRAUB DEFENDE CORTES E "MÉRITO"
Weintraub acusa falta de esforço dos estudantes para justificar cortes de ensino e pesquisa
Redação
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Com um discurso hipócrita e meritocrático, o ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, disse a estudantes homenageados na cerimônia Destaques na Educação, na tarde de quarta, que eles "não representam alunos do Brasil inteiro", pois o país "não tem espaço para todos, só para os melhores". "Parabéns. Isso se chama mérito e quem tem mérito tem que ser premiado", disse o ministro.

O ministro disse também a crianças e adolescentes lá presentes que seu projeto privatista de educação "é para que vocês sejam livres e fortes para pensar por vocês mesmos e ter uma profissão e uma renda sem depender de bolsa", como se as bolsas não fossem justamente a renda que permite o desenvolvimento de pesquisas fundamentais nas universidades. Quer os estudantes vendendo sua força de trabalho aos capitalistas sem nenhuma possibilidade de uma pesquisa independente e sem estar subordinada aos interesses de lucro dos patrões.

Para os jornalistas ele disse que "a competição é algo que puxa todo mundo para cima e que precisa ser espalhada pelo Brasil", que "tem que haver uma dinâmica para aumentar a competição e mostrar que quem vai melhor recebe mais, que quem melhora mais recebe mais. É um critério de gestão. Você introduz a competição não para punir quem ficou para trás, mas para estimular que todos melhorem sua performance", afirmou. Se fosse verdade, já seria um absurdo, mas nem essa hipocrisia meritocrática é verdade, como demonstra o caso da pesquisadora que ficou em primeiro lugar na UFRJ e perdeu sua bolsa, sendo que realizava pesquisa de importância imensa sobre o Zika vírus.

Weintraub também quis se defender ao dizer que "não é corte" sobre as 5.613 bolsas da Capes suspensas na segunda-feira. Para ele, houve um corte lá no início do ano, dizendo que eram bolsas "vazias em curso de péssimo desempenho" e benefícios "que os reitores poderiam dar a quem quisessem". Aqui se mostra o viés do governo de querer destruir qualquer conhecimento nas áreas de ciências humanas, consideradas “inúteis” pela extrema direita.

A verdade é que o corte na Capes foi o terceiro anúncio de cortes de bolsas em 2019. Desde o início do ano, o governo Bolsonaro já cortou 11.811 bolsas de pesquisa financiadas pela Capes, equivalente a 10% das bolsas vigentes no início do ano. Desta vez, o MEC cortou diretamente de bolsas que estavam previstas no orçamento. Enquanto isto, a casta política negocia bilhões de reais em emendas parlamentares para pagar os votos na reforma da previdência, e além disso, o aumento do "Fundão" eleitoral de R$ 1,7 bilhões para R$ 2,5 bilhões, para perpetuar o poder desta casta corrupta que vive de ataques aos trabalhadores e à juventude.

Os cortes destroem a educação e a pesquisa científica, assim como o programa Future-se, que, não à toa, foi apresentado logo depois da aprovação da Reforma da Previdência na Câmara. Com a suspensão do pagamento, por conta de um déficit de 330 milhões, de bolsas CNPq, 84 mil pesquisadores deverão ficar sem suas bolsas já neste mês.

Mas esse cenário não passa sem resposta: centenas de pessoas da comunidade da UFSC rejeitaram o Future-se e aprovaram greve em assembleia imensa. Foi aprovada pela maioria a realização de greve geral e chegou até a ser discutida a suspensão do vestibular para 2020.

Veja também Dia 7/9: Tomar as ruas contra os cortes e o Future-se de Bolsonaro

Por isso, ao fazer coro com a indignação da juventude, é necessária uma coordenação nacional das universidades que já se levantam para que haja uma massificação e construção nacional das federais e estaduais, e não mais dias rotineiros para constar no calendário, como vem fazendo a UNE, encabeçada pela UJS (juventude do PCdoB). 

 
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