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APG da UFRJ solta nota de repúdio contra os cortes da Capes e os ataques do Bolsonaro
Redação

A Associação de Pós Graduandos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, soltou nota de repúdio pelos mais de 5 mil cortes de bolsas de pesquisa da Capes e os demais ataques do governo Bolsonaro.

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Não é de hoje que os governantes vêm atacando profundamente a educação. Mas, o que temos visto são ataques gigantescos sem pretendentes no Brasil.

Bolsonaro e sua corja - ou equipe - como o ministro da educação Weintraub vêm atacando todos os níveis da educação, seja ideologicamente com a censura ultraconservadora de temas debatidos em salas de aula e perseguição à docentes ou cortando milhões do investimento na educação superior.

Esse governo defende abertamente o conhecido projeto reacionário “Escola Sem Partido”, o projeto “Future-se” cujo caráter é privatista e entreguista aos grandes empresários e em oito meses já cortou 30% das verbas das universidades públicas através de bolsas-auxílio moradia, alimentação e “passe livre” de estudantes pobres e negros, além das milhares de demissões de funcionários dessas universidades onde agora muitas sobrevivem com um número muito inferior ao necessário para o seu bom funcionamento. No dia 02 de setembro, anunciaram o corte de 5.613 bolsas da CAPES, o maior ataque à ciência e à pesquisa, fonte de renda de tantos brasileiros. o presidente também anunciou que não haverá mais bolsas de financiamento para nenhum outro pesquisador nesse ano.

No total, já foram mais de 11 mil bolsas financiadas pela Capes cortadas só neste ano, cerca de 10% do total de bolsas vigentes em janeiro, além dos cortes no Ministério da Ciência e Tecnologia, que corta todo o orçamento para pagar as 84 mil bolsas da CNPq. A maioria dessas bolsas são de estudantes mulheres.

Bolsonaro ataca sistematicamente esse setor, pois sabe que os estudantes e trabalhadores da educação são linha de frente de oposição ao seu governo e, os enfraquecendo, pode então passar sem resistência seus ataques primordiais como a Reforma da previdência e outras políticas que querem explorar até a última gota de suor dos trabalhadores, assim cobrado pelo imperialismo e grandes patrões.

No entanto, os estudantes não estão aceitando passivamente essa precarização e, literalmente, a extinção da pesquisa acadêmica. Pois Dezenas de universidades federais são contrárias ao "Future-se" de Wintraub e Bolsonaro A UFSC, por exemplo, aprovou greve pela ampla maioria numa imensa assembleia contra os cortes onde chegou a ser discutida até mesmo a suspensão do vestibular para 2020.

A associação de pós-graduandos da UFRJ também já se posicionou contra os cortes e o nefasto “Future-se”.

A UNE (União Nacional dos Estudantes) que dirige milhares de DCEs e CAs pelo Brasil continua com uma política completamente adaptada às burocracias universitárias e a paralisia, mantendo no máximo calendários rotineiros e inofensivos que não expressam o que concretamente está acontecendo: a pesquisa está sendo destruída, a educação privatizada e algumas universidades terão que fechar suas portas. Onde estão os chamados de assembleias gerais e reuniões de base em cada curso juntamente com os professores e funcionários da educação para a construção de uma luta massiva no dia 7 de setembro?

Segue nota na íntegra:

APG-UFRJ: Não toleraremos mais cortes de bolsas da CAPES! Unir a pós e a graduação contra os cortes!

Aumentam os ataques do governo a universidade pública! O governo Bolsonaro segue com seu projeto de destruição da Educação, mostrando que, além de acabar com as nossas florestas e com os direitos dos trabalhadores, a privatização do ensino em todos os seus níveis é uma de suas prioridades mais centrais. Bolsonaro e sua equipe – composta, dentre outros, pelo ministro da Educação, Weintraub, que ataca a Ciência e a Educação com a mesma desenvoltura com que distribui chocolates, em cena abjeta que simboliza sua indigência intelectual – já cortaram, em junho, 2,7 mil bolsas de mestrado e doutorado. A estas, ocorridas após os cortes de maio, se somaram as bolsas cortadas do CNPq, que já anunciou que não tem dinheiro para pagar 84 mil bolsistas a partir deste mês. Ato contínuo, ontem, dia 02 de setembro, anunciaram o corte de 5.613 bolsas da CAPES, contabilizando, nos oito meses de governo Bolsonaro, 11.811 bolsas cortadas somente desta agência.
Isso ocorre porque o projeto do governo Bolsonaro visa transformar o Brasil em uma plataforma para os interesses estadunidenses, entregando todas as riquezas nacionais. Não possuindo nenhum projeto de desenvolvimento para promover a autonomia e a soberania do país, mantendo o Brasil na sua condição de “celeiro do mundo”, os cortes das bolsas, os cortes orçamentários, e o Future-se (aliados ao constante repasse de recursos públicos a instituições privadas de ensino), são medidas que constituem uma verdadeira contra-reforma universitária. O projeto assume sem nenhum pudor seu caráter privatista e neoliberal, impondo aos estudantes e trabalhadores a condição de precariedade e informalidade demandada pelo setor de serviços e pela competitividade do mercado. Para esse projeto, que visa manter o país em condição de subdesenvolvimento, promover a mediocridade em detrimento do conhecimento, impor uma “agenda cultural” reacionária e reforçar o autoritarismo estatal, a Ciência não apenas é inútil, como chega a ser mesmo inconveniente.

Desde o início deste ano, a APG-UFRJ vem se mobilizando junto aos estudantes da pós-graduação contra os incessantes ataques. Realizamos diversas assembleias, debates em vários campi, atos em defesa da Educação, bem como construímos as manifestações de 15 e 30 de maio e a de 14 de junho. Fomos, inclusive, inadmissivelmente reprimidos pela polícia militar dentro da própria UFRJ (Ilha do Fundão), ao realizar um ato para chamar a atenção da comunidade sobre o iminente colapso da educação pública. Mas é preciso continuar.

A situação crítica da universidade coloca a necessidade de unificar a graduação e a pós-graduação: está sendo arrancado dos graduandos a possibilidade de continuar sua formação acadêmica (mestrado e doutorado). Precisamos também nos coordenar regionalmente, e nacionalmente, para construir, pela base, um plano de luta que não apenas defenda a universidade contra esses ataques, mas que avance no sentido de construir uma universidade verdadeiramente democrática e que fortaleça o povo. E isso só poderá acontecer quando todos os trabalhadores e seus filhos tiverem condições de usufruir da universidade. Não permitiremos que as pesquisas e a ciência sejam vendidas para atender a interesses privados, como se pretende com o programa “Future-se”. O conhecimento produzido deve servir ao povo, pois é sua melhor arma!

Diante deste cenário, APG-UFRJ não irá esperar pela convocação de atos esparsos e descontínuos promovidos pelas cúpulas estudantis e decididos sem nenhuma consulta ou construção junto às bases. Em assembleia realizada no dia 29/08, que reuniu graduandos e pós-graduandos da UFRJ e de outras instituições, foi decidido que a APG-UFRJ entraria em estado permanente de mobilização, com um calendário de atividades (rodas de conversa, debates, panfletagens, intervenções, assembleias, atos) até o fim do ano com o intuito de preparar-se junto às bases para a defesa da universidade contra os ataques do governo. Por meio da formação de núcleos nos diferentes campi da universidade, além da consagração de valiosas alianças com setores combativos dos sindicatos e de outras instituições de ensino, a APG-UFRJ se compromete a seguir o calendário encaminhado em assembleia e convida a toda a comunidade estudantil, juntamente com as entidades representativas da comunidade acadêmica, a compor de maneira horizontal essa luta que não é apenas pelo futuro, mas pela sobrevivência atual do caráter público da universidade.

Pela restituição integral do orçamento das universidades públicas! Pela universalização e reajuste do valor das bolsas! Por uma nova universidade voltada para a classe trabalhadora e para o povo. Ampliar a mobilização e a resistência contra os ataques do governo à educação e a retirada dos direitos sociais!

 
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