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VIOLÊNCIA RACISTA
Jovem negro foi chicoteado por seguranças em supermercado de São Paulo
Redação

Um adolescente negro e em situação de rua foi chicoteado por segurança em supermercado da rede Ricoy da Avenida Yervant Kissajikian, em Via Joaniza, na Zona Sul de SP, enquanto outro registrou a tortura em vídeo.

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O jovem, de 16 anos, estava no supermercado e foi levado por seguranças para uma sala após ter furtado chocolates. Foi deixado nu e teve a boca amordaçada, em seguida, recebeu inúmeras chicotadas.

Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra as cenas odiosas, repugnantes e bárbaras de violência sofridas pelo jovem e causou indignação de diversos internautas. É possível ouvir um dos seguranças dizendo "To fazendo isso, simplesmente, pra não atrasar o seu lado, pra não ter que te matar". O vídeo teria sido gravado pelos próprios seguranças, que segundo informações da assessoria de imprensa da rede de supermercados Ricoy foram afastados.

Ariel de Castro Alves, conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), disse que está acompanhando a investigação e que cobra a punição dos responsáveis pelos “atos bárbaros e cruéis de tortura”.

Segundo declaração de Ariel, “existem indícios contundentes de crime de tortura praticado pelos seguranças. A tortura ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A Lei 9455 de 1997, prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados”.

Não é um caso isolado. Em fevereiro deste ano, no supermercado Extra da Barra da Tijuca, Pedro Henrique, de 19 anos, foi assassinado ao ser estrangulado até a morte na frente da sua mãe por um segurança da rede mesmo sob pedidos de socorro e de que o mesmo liberasse o rapaz por aqueles que estavam em volta.

O racismo estrutural naturaliza toda a violência contra a população negra, assim como sua exclusão à vida plena, com direito à moradia, educação e lazer. Faz com que jovens sejam automaticamente tachados como criminosos, sofrendo ataques desde serem seguidos por um segurança numa loja até mortos com uma bala simplesmente por existirem.

E não vai ser por meio do judiciário ou daqueles que hoje estão no poder que haverá justiça, até porque, como sabemos, a rede Extra, por exemplo, é respaldada por seu apoio eleitoral a Bolsonaro. Todos os dias um guarda chuva ou uma garrafa d’água são confundidos com uma arma de fogo na mão de um negro no RJ. É o governo de Witzel e Crivella que obriga escolas a colocarem placas com escritos "Não atire. Escola.", visto que sua polícia faz operações em horários de entrada e saída dos alunos.

Em São Paulo, onde ocorreu este caso repugnante, o governador João Doria segue os mesmos passos de Bolsonaro e Witzel no incentivo e legitimação da policia racista e violenta, com declarações como: "A policia vai atirar para colocar no cemitério". Este é o tipo de pensamento dos governantes direitistas e reacionários que fortalece o clima de violência contra a população pobre e negra.

Basta de violência contra os negros, basta de assassinatos dentro das favelas pela mão da polícia. Basta dessa política racista e de extermínio. Toda solidariedade ao jovem torturado e sua família.

 
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