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UFFS
Bolsonaro nomeia pastor conservador para reitor da UFFS, mesmo tendo ficado em 3º lugar
Redação Rio Grande do Sul

Novo reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), se declara cristão e conservador e, mesmo classificado em terceiro na lista tríplice, foi nomeado reitor por Bolsonaro. Já publicada em diário oficial, a posse acontecerá na quarta-feira, em Brasília, no Ministério da Educação.

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Na última sexta-feira (30), foi nomeado o professor Marcelo Recktenvald como novo reitor da UFFS. Autodeclarado cristão, conservador, defensor da família e pastor batista, o novo reitor, que assume devido ao alinhamento ideológico do novo governo Bolsonaro, é anti esquerda e já reproduziu postagens de Olavo de Carvalho (guru do presidente) onde diz que “O Weintraub está para os seus antecessores como um antibiótico está para as bactérias”. E já compartilhou até mesmo postagens negacionistas climáticas, que afirmam ser impossível acreditar no aquecimento global devido ao aparelhamento na ciência, pois a ciência teria virado um “instrumento militante”.

Em terceiro colocado na lista tríplice da universidade, Recktenvald conseguiu apenas 21% dos votos da comunidade acadêmica e não teria nem se classificado para o segundo turno das eleições, porém foi integrado à lista tríplice e selecionado por Bolsonaro, decisão que atropela a autonomia acadêmica e escancara o caráter hierárquico e autoritário das nomeações dos reitores das federais. Para criar seus tentáculos nas novas reitorias e nomear gente alinhada com um governo anti esquerda e contra a ciência das instituições públicas, já virou prática recorrente do presidente atropelar as decisões acadêmicas e essa já incorre na 6ª vez em que foi selecionado e nomeado um reitor que não venceu as eleições, chegando ao absurdo de nomear uma reitora que nem mesmo havia participado do processo eleitoral (no caso da UFGD).

Embora o presidente deva se valer de uma ordem de preferência do primeiro e, em caso de não possibilidade esclarecida, do segundo colocado e assim por diante, já está claro que a lista tríplice não é um mecanismo que garante a autonomia acadêmica e que, na medida em que cresce o autoritarismo do governo, ela é cada vez mais dobrada às vontades do alinhamento político do presidente.

Além dos ataques orçamentários massivos à educação, cada vez mais Bolsonaro avança sobre a autonomia das universidades e tenta produzir ele próprio um aparelhamento ideológico a fim de avançar em seu projeto de educação.

Apoiador do Future-se, projeto articulado do governo para avançar a sanha privatizadora das universidades públicas, o novo reitor que profere coisas absurdas e anti científicas é a exata face de um governo que, arbitrariamente, com decisões que passam por cima da universidade, deseja destruir a ciência das universidades públicas, aplicar suas ideologias obscurantistas e privatizar a educação pública.

É preciso, mais do que nunca, que se defenda as universidades e que se organize uma luta dos estudantes e trabalhadores da rede pública, que estão sofrendo e sofrerão ainda mais golpes da direita como esse, contra os avanços ideológicos e privatistas de Bolsonaro e pelo direito dos estudantes e trabalhadores de terem sua própria autonomia de decisão institucional.

 
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