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EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
Flavia Valle: “temos que lutar ao lado da juventude contra o fechamento de salas por Zema”
Redação Minas Gerais

Flavia Valle é professora na rede pública de Minas Gerais e conversou com o Esquerda Diário sobre a mobilização dos professores e estudantes contra os ataques de Romeu Zema (NOVO) e Jair Bolsonaro (PSL). O governador anunciou o fechamento de centenas de turmas em mais de 215 escolas do estado de Minas Gerais.

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Esquerda Diário: pode explicar essa medida de fechamento de salas pelo governo de Minas Gerais?

Flavia Valle: é uma medida de ataque à educação, um grande absurdo, que vai piorar ainda mais as condições da educação em Minas Gerais, que já sabemos que são muito precárias. Vai causar a demissão de centenas de trabalhadores designados da educação e piorar as condições de trabalho, por um lado, e de aprendizado para os estudantes, por outro. O governo quer um número de 40 alunos por sala de aula!

Serão mais de 200 escolas afetadas em todo o estado de Minas. Não à toa a juventude já mostrou que não vai aceitar, como vimos com a manifestação no IEMG e com o ato dos estudantes da Escola Manoel de Matos no dia de nossa audiência pública.

Esquerda Diário: os professores e trabalhadores da educação fizeram uma paralisação nesta semana, na segunda-feira. Pelo que vocês estão lutando?

Flavia Valle: No início desta semana fizemos uma paralisação estadual conforme decisão da última assembleia de nossa categoria. E participamos de uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre a implementação do piso salarial e as nomeações de aprovados no concurso no Estado. O governo de Romeu Zema, do Partido Novo, segue na inconstitucionalidade ao não pagar o salário devido aos professores, o que nos gera um prejuízo de ao menos 8 mil reais ao ano, como bem demonstrou uma professora em sua fala na audiência.

Sabemos que o governo passado de Fernando Pimentel do PT tampouco pagava o piso, e que também fechava turmas nas escolas, numa clara política de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e da juventude, mantendo seus acordos da Lei de Responsabilidade Fiscal conforme os interesses dos empresários como os da mineração. Agora estamos num governo de direita que visa aprofundar de forma violenta esse modelo contra o qual já lutávamos antes, e que aprofunda ataques como fechamentos de turmas e não cumprimento de acordos. Que são um prenúncio de sua tentativa de ajuste fiscal violento em Minas Gerais.

Esquerda Diário: Quais são as medidas do ajuste fiscal do governo de Romeu Zema?

Flavia Valle: Zema precisa mostrar a que veio para seus amigos empresários, banqueiros e latifundiários; e quer levar à frente as privatizações da CEMIG e da COPASA, além de que ameaça com demissão e diminuição de salários entre os servidores para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal que Bolsonaro quer impor nos estados. Já privatizou estradas e é um grande apoiador da Reforma da Previdência de Bolsonaro, que ele quer piorar ainda mais, trazendo também para os estados e municípios, e impedindo todo o povo trabalhador de se aposentar.

Esse Regime de Recuperação Fiscal que o governo vai apresentar na Assembleia Legislativa em breve é um pacote de maldades contra os trabalhadores e o povo pobre. Para a maioria, Zema pede sacrifícios e austeridade; e para os empresários, promete favores e benefícios fiscais. É um plano para privatizar tudo, cortar gastos com direitos sociais e com salários do funcionalismo...tudo para seguir pagando a dívida pública do estado, um dinheiro que Bolsonaro vai terminar entregando para banqueiros e especuladores, por via da interminável dívida pública nacional.

Esquerda Diário: Zema está junto com Bolsonaro...

Flavia Valle: Sim, Zema faz um governo de extrema direita alinhado com Bolsonaro, e está disposto também a ver a Amazônia queimar para garantir lucros do agronegócio, enquanto aqui em Minas vemos nossas cidades cobertas pela lama derramada para garantir os lucros das mineradoras como a Vale.

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São governos muito mais violentos em seus planos de ajustes e na retirada de direitos democráticos, e que têm suas mãos sujas de sangue indígena e do suor de trabalhadores, que só podem ser enfrentados com a luta nas ruas. Não deixam espaço para nenhum tipo de ilusão de conciliação, como o PT fez durante tantos anos. Essa visão de conciliação com os grandes empresários, mesmo depois do golpe, faz com que os governadores do PT e PCdoB do nordeste apoiem a aprovação da Reforma da Previdência.

Assim eles enfraquecem a verdadeira força que temos contra esse projeto de Zema e Bolsonaro, que é organização dos trabalhadores em defesa de nossos direitos históricos, junto à juventude e aos povos originários. Não podemos mais deixar que as grandes centrais sindicais e estudantis, como a CUT, a CTB e a UNE, que são dirigidas por PT e PCdoB, deixem passar sem luta ataques como vimos na aprovação da Reforma da Previdência.

Esquerda Diário: Como derrotar os ataques de Zema e Bolsonaro?

Flavia Valle: Enfrentamos um governo de ajuste e de direita e precisamos da maior unidade na luta. Nós trabalhadores da educação temos que lutar ao lado da juventude contra o fechamento de salas por Zema e que essa luta seja um apoio para enfrentar o conjunto dos ataques de Zema e Bolsonaro, como o projeto Future-se nas universidades.

Os trabalhadores da educação, junto com a juventude das escolas e das universidades, como a UFMG, são linha de frente das lutas no estado de Minas Gerais contra o governo Bolsonaro, como vimos com as grandes mobilizações nos dias 15 de maio, 30 de maio e 14 de junho, repetidas em menor medida no 13 de agosto. Por isso também precisamos unificar nossas pautas para fortalecer a luta contra nossos inimigos em comum.

Desde as assembleias da educação, nós do MRT viemos propondo que nosso sindicato, o SindUTE-MG, pelo enorme peso de mobilização que tem em nosso estado, faça um chamado à CUT estadual de um plano de lutas em comum, para ser efetivo o enfrentamento ao governo Zema, unindo todas as forças de trabalhadores das diversas categorias, junto com a juventude, contra os ataques destes governos. E dessa forma poder derrotar integralmente esses ataques e fazer com que sejam os capitalistas e seus políticos a pagarem pela crise que eles criaram, única via de lutar contra a destruição da educação, da Amazônia e de nosso futuro.

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