Os metroviários do Distrito Federal protagonizaram a maior greve da categoria entre os meses de maio a julho desse ano (2019). Os trabalhadores reivindicavam o cumprimento das sentenças judiciais que determinavam o reajuste dos salários no mesmo índice que a inflação, exigiam a manutenção do acordo coletivo firmado em 2017 e denunciavam a precarização das condições de trabalho diante da falta de funcionários e de segurança.
A proposta que o governo do Distrito Federal ofereceu foi somente o aumento no valor do auxílio alimentação e no ressarcimento do plano de saúde. Além da incorporação da carga horária de seis horas ao contrato de trabalho dos pilotos. Os metroviários não acataram a proposta. Até o momento a categoria segue sem acordo coletivo vigente.
O Tribunal Regional do Trabalho chegou a proibir, no mês de julho, que a empresa cortasse o salário dos grevistas. Entretanto, uma liminar do Tribunal Superior do Trabalho autorizou os descontos na folha de pagamento dos metroviários em greve. A liminar expressa o caráter arbitrário e autoritário do poder judiciário. Trata-se de um brutal ataque ao direito de greve de todo trabalhador.
O governador do Distrito Federal, Ibanes Rocha (MDB), publicamente, insultou os metroviários ao tentar colocar a população contra os mesmos. Ou seja, um movimento explicito de deslegitimar a greve da categoria. "Não conheço ninguém que possa dizer que o serviço de metrô no Distrito Federal seja bem prestado”. E continuou "[Os metroviários] perderam todas suas cláusulas de benefício. Vão ter os salários cortados porque tenho uma decisão do TST que me autoriza. A folha [de pagamento] que fecha hoje sai com cortes salariais desse mês, e os dos meses anteriores vão sair em agosto."
A situação da categoria é crítica. Ademais de não obterem conquista da pauta de reivindicações, os cortes de salários impõem uma dificuldade financeira concreta e objetiva as famílias dos trabalhadores grevistas. Um metroviário que teve seu salário cortado chegou a realizar durante “uma semana greve de fome” na frente do Tribunal Superior do Trabalho.
Em nota pública a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) declarou apoio a luta dos metroviários, em defesa do direito de greve e dos direitos dos metroviários e condenou a postura do Metrô e do governo do DF.
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