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DEVASTAÇÃO AMBIENTAL
O "anoitecer" antecipado é mostra da política de devastação ambiental de Bolsonaro e do capitalismo
Redação

O “anoitecer” antecipado desta última segunda-feira (19) deixou mais do que claro que os ataques ao meio ambiente pelas políticas de subserviência do governo Bolsonaro, para atender a sede de lucro dos capitalistas, são mais uma forma de nos fazer subsistir em um sistema de miséria.

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FOTO: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

A segunda-feira (19) foi marcada por um “anoitecer” antes do esperado. De acordo com sites meteorológicos, era esperado o anoitecer para às 19h na cidade de São Paulo, mas as 15h a cidade já estava tão escura que em diversos pontos as luzes que acendem automaticamente nos postes já estavam ligadas. E não foi somente em São Paulo, outras cidades do interior do estado também registram este “fenômeno”, gerando várias postagens nas redes sociais sobre o ocorrido.

Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) Franco Villela, que teve sua explicação publicada em matéria da Jovem Pan e em outros jornais, o anoitecer fora de hora foi resultado da combinação entre a frente fria, que trouxe umidade do oceano, e dos matérias particulados, carregados pelos ventos do centro e do leste de SP, vindos dos incêndios florestais dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na altura da fronteira com a Bolívia e o Paraguai. Em entrevista à Folha o especialista completa dizendo que esses materiais auxiliam na formação das nuvens e que, com isso, contribuem ainda mais a escuridão.

Apesar do governo de Bolsonaro tentar esconder os dados sobre desmatamento, até demitindo, por retaliação, o antigo diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), Ricardo Galvão, por ter publicados os dados sobre desmatamento e em algumas mídias burguesas, como o Estadão, ressaltar a possibilidade de causas naturais (período de estiagem - tempo seco) para os incêndios silvestres, os números não mentem. Dados registrados pelo satélite de referência AQUA_M-T, administrado pela NASA, mostram que o número de focos de queimada de janeiro a agosto é o maior registrado dos últimos cinco anos.

Imagem de satélite da Nasa mostra o corredor de fumaça da Amazônia sobre a América do Sul na segunda-feira (19)

Sabemos que é verdade, que a ausência de chuvas e o calor pode levar ao surgimento de queimadas espontâneas, mas não fazer a correlação entre o por quê vem se aumentando a temperatura e, o mais básico do básico, que esta prática (queimada) é uma das mais utilizadas para “limpeza” do terreno para plantio de novas safras ou para abrir espaço para o gado, é fechar os olhos para o nível de depredação, em prol do lucro para poucos, que este sistema de miséria impõe e que nosso governo reacionário, pau mandado do imperialismo – para nos manter como celeiros do mundo – faz questão de nos manter.

Façamos a correlação: os dados mostram que os estados de Mato Grosso do Sul e Rondônia são os líderes no número de queimadas neste curto período (um aumento de 100% no primeiro e um aumento aproximado de 4 vezes mais no segundo). Se ignorarmos todas as manipulações do governo, já descritas acima, a ligação com as bancadas ruralistas e o pensamento de que o meio ambiente é um entrave para o crescimento econômico, acrescentamos mais essa informação: o disparo no número de queimadas no Sul do Pará, neste final de semana, devido ao “dia do fogo” anunciado por fazendeiros da região para mostrar trabalho ao presidente. Para deixar ainda mais explícito a visão política de ataque ao meio ambiente para agradar a burguesia subserviente ao imperialismo, publicamos aqui imagens da destruição ambiental no Brasil gerada pela sede do lucro.

A questão ambiental não se encerra nela somente, a conservação ambiental (uso racional dos recursos ambientais) está intrinsecamente ligada com a perpetuação da vida na Terra, decorrente das condições climáticas, mas também está totalmente atrelada as questões de saúde da população. Em matéria recente do G1 dados oficiais do Ministério da Saúde evidenciam que mortes decorrentes de problemas cardiorrespiratórios tiveram um aumento de 14% nos últimos 10 anos, em decorrência da poluição do ar. Já havíamos publicado aqui que que a poluição do ar levava a morte de milhões de pessoas no globo e que questões como esta são cooptadas pelo mito da sustentabilidade dentro do capitalismo, mas dados mais recentes mostram a emergência que precisamos ter na defesa ambiental em relação à saúde, que passa pelo fim deste sistema de miséria que tem como foco o lucro e não a existência da humanidade no planeta, como as estimativas de pesquisadores mostram que a poluição atmosférica causam duas vezes mais mortes do que se pensava, tendo sido uma das causas que ocasionou a morte de 2,8 milhões de pessoas em 2015. Aqui no Brasil se estima que doenças isquêmicas do coração ocupam o primeiro lugar na causa de mortes, seguido das doenças cerebrovasculares e do câncer e que, no ano passado, internações por problemas respiratórios custaram R$ 1,3 bilhão ao SUS. E nem entraremos aqui em uma discussão que é de extrema relevância para a saúde pública brasileira, que é a constante precarização e ataque ao SUS, que o leva aos poucos ao processo de privatização para atender os anseios das industrias médico-farmacêuticas imperialistas.

Sintetizando, os ataques em diversos âmbitos (que inclui o ideológico) do governo Bolsonaro, um governo reacionário e fantoche dos interesses imperialistas para suprir a sede pelo lucro frente a crise histórica do sistema capitalista, que depende, na sua base, da exploração predatória dos recursos ambientais e da exploração da classe só tende a deixar cada vez mais nítido a miséria do possível que esse sistema nos obriga. As próprias prerrogativas desses sistema de exploração impossibilitam aa articulação de um projeto ecológico consequente, em contraposição às alternativas de sustentabilidade ou criação de um "capitalismo verde", com as quais a burguesia nos ilude. Precisamos resgatar a história da única classe que já tomou de assalto o céu, a única classe que, aliada à juventude, pode dar respostas de fundo a diversas questões, pois estaremos olhando de forma plena e não sob cabresto para atender o anseio pelo lucro de uma minoria, vindo do nosso suor e sangue e da exploração intensiva dos recursos do meio ambiente.

 
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