Foto: Ingrid Barros
A polícia militar do Maranhão invadiu a comunidade Cajueiro, na zona rural de São Luis e agrediu famílias para implementar reintegração de possa expedida pelo judiciário, para garantir que a empresa portuária chinesa inicia-se sua exploração no local.
Utilizando de gás de pimenta nos olhos dos moradores da comunidade, grande contingente policial invadiu o bairro junto à tratores que iniciaram a demolição das casas. Ao todo, vivem em Cajueiro mais de 500 famílias que sobrevivem da pesca artesanal, da agricultura familiar e do extrativismo.
Moradores protestaram contra expulsão de suas casas (Foto: Yndara Vasques)
A empresa portuária WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda intitulada, atualmente, de Tup Porto São Luís S.A é a principal interessada em desabrigar dezenas de famílias em nome da exploração do local. A disputa judicial com a gigante chinesa teve início em 2014, quando uma decisão judicial garantiu a permanência das famílias. Entretanto, em julho deste ano o judiciário liberou a reintegração de posse do local.
Em resposta à tamanha violência, famílias que foram expulsas de suas casas para abrir caminho à exploração da empresa chinesa, inciaram um acampamento em frente ao Palácio dos Leões no domingo (11). Na calada da noite, como é típico deste tipo de ação policial, PMs reprimiram os moradores e expulsaram cerca de 40 pessoas que estavam protestando pelo direito à suas próprias casas.
Flavio Dino, governador do Maranhão, do PCdoB, lavou suas mãos em postagem em conta oficial no Twitter, afirmando que não pode impedir que o Estado e a polícia cumpram ordem judicial.
Reprodução da Internet
É absurda a omissão de Flávio Dino frente à tamanha violência contra os moradores de Cajueiro, buscando se esquivar deste escândalo contra a comunidade que já é reconhecida como tradição da região.
A ofensiva bolsonarista contra aqueles que lutam pelo direito à terra e à moradia não é nova e o ódio latente da extrema-direita contra trabalhadores e pobres já se manifestou diversas vezes. Bolsonaro já defendeu liberação de armas para que latifundiários abrissem uma verdadeira guerra armada contra famílias que batalham por um direito fundamental: direito à casa.
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