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OBITUÁRIO
Morre Tonhão, professor e incansável lutador contra o miserável sistema capitalista
Redação

Histórico lutador social, ativista da categoria de professores de São Paulo e demitido do governo Covas, Tonhão, vítima de um câncer e da negligência e abandono da saúde pública, faleceu na madrugada dessa quinta-feira, 8, em São Paulo.

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Antonio Justino, mas conhecido como Tonhão, foi um grande lutador da classe trabalhadora. Participou da fundação da CUT e do PT em meio ao ascenso operário do final dos anos 70, e sempre militou na sua categoria, dos professores estaduais de São Paulo, e no seu sindicato, a APEOESP, como parte da oposição à direção burocrática que há décadas controla a entidade e freia as suas lutas.
No ano de 2000, em meio a uma duríssima greve contra o governo Covas em São Paulo – em meio ao acelerado processo de desmonte da educação pública desse estado – Tonhão foi um demitido político por enfrentar o governador durante uma manifestação da categoria. Nunca conseguiu reverter a sua demissão, e a direção do sindicato nunca fez uma campanha pela sua reintegração. Por quinze anos, até se aposentar por idade aos 65 anos, Tonhão ficou sem salário.

Mas não esmoreceu, e seguiu em luta. Como demitido, seguiu não apenas no seu ativismo sindical na categoria de professores, mas apoiando diversas lutas dos trabalhadores. Foi, por exemplo, um grande apoiador na greve dos trabalhadores da USP de 2009, quando Claudionor Brandão, dirigente do Sindicato de Trabalhadores da USP, também sofreu uma demissão política – dessa vez por parte do governo Serra.

Em 2015, um registro de uma fala de Tonhão no carro de som, em meio à greve de professores, é uma demonstração sólida de seu espírito de combatividade e anti-burocrático:

Marcello Pablito, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, falou sobre Tonhão e a luta que enfrentou em seus momentos derradeiros em decorrência da negligência do estado, que o privou dos remédios de alto custo que poderiam talvez lhe dar uma sobrevida:

“Hoje pela madrugada Tonhão, nos deixou. Um professor e lutador incansável, das batalhas da nossa classe e na luta que vinha travando contra o câncer e a humilhação a que o governo submete a população no sistema público de saúde. É um dia triste para os amigos, familiares e para os lutadores que compartilharam, atos, manifestações e greves com esse companheiro. Uma cena em particular me emocionou que foi encontrar esse velho companheiro, mesmo doente, antes do Sol nascer na porta da Ford para lutar contra as demissões em um momento em que a burocracia sindical mais uma vez nos traia. Mesmo debilitado fisicamente se mantinha consciente e fez questão de nós dizer que se mantinha firme por seu ódio ao capitalismo e pela esperança que tinha como professor e militante na nossa juventude. Essa, a quem Bolsonaro, a polícia e os capitalistas arrancam o futuro, que deixam suas vidas sobre uma bicicleta, que passam privações, sem emprego, sem educação e a quem o sistema oferece a redução da maioridade penal certamente abrirão caminho a um futuro que valha cada lágrima e cada luta travada pelas velhas gerações de lutadores como Tonhão, que viverá sempre em nossa luta! Tonhão, presente, agora e sempre!!”

O Esquerda Diário deixa aqui sua homenagem a Tonhão.

 
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