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CENSURA
Torcedor corinthiano denuncia abuso policial ao protestar contra Bolsonaro
Redação

Homem foi algemado e agredido porque gritava palavras de ordem contra o presidente durante o jogo entre Corinhians e Palmeiras no domingo, 04.

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Rogério Lemes, que é vendedor e torcedor do Corinthians, divulgou em seu Facebook uma denúncia, contendo fotos de escoriações e também o Boletim de Ocorrência em que os policiais registraram sua versão do ocorrido. O torcedor foi levado antes do início e liberado quando faltavam apenas 10 minutos para o término da partida.

Segundo a Folha de São Paulo, os policiais militares o agrediram com chutes e um mata-leão. Segue o relato publicado pelo jornal: “Fui humilhado, algemado e um policial me deu um mata-leão. Quando me derrubaram, eu uso prótese após ter necrose na cabeça do fêmur, pedi para me levantarem e gritaram comigo: ’você não é bom? Agora se vira’. Ainda estou com corpo dolorido, um pegou o meu dedo e começou a torcer”, acusa o torcedor.

O Boletim de Ocorrência despreza a agressão e relata apenas que o torcedor gritava palavras contra o presidente Jair Bolsonaro e por isso foi conduzido para a delegacia do estádio pelos policiais para evitar um tumulto. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública defendeu a postura dos policiais militares.

Trata-se de um claro caso de abuso de autoridade, uma vez que não há qualquer prova ou sequer indício que corrobore a tese de tumulto, que inclusive se fosse o caso haveria mais pessoas envolvidas, se tratasse de uma briga entre Rogério e um ou mais bolsonaristas por exemplo. Nada justificaria a atitude de retirar o torcedor do estádio e menos ainda a violência a que foi submetido.

Os estádios nunca foram espaços neutros, e já foram palcos de diversos tipos de manifestações políticas, sejam elas organizadas, como nos casos em que as torcidas levam faixas ou cartazes; ou mais espontâneas, como gritos e vaias. Curiosamente, o próprio presidente Jair Bolsonaro recentemente declarou que utilizava suas idas a estádios para medir sua popularidade, como afirmou ao levar Moro ao Maracanã em meio a crise com a Vaza Jato. No entanto, esse teste só é válido quando é a seu favor, já que manifestações e gritos de bolsonaristas são perfeitamente aceitas, enquanto que vaias ou manifestações contrárias são negadas, e como esse caso mostra, podem ser reprimidas até mesmo de forma violenta.

Um governo que se apoia cada vez mais no discurso autoritário e abre espaço para todo tipo de repressão, assentado na negação de fatos e dados científicos, dependente de fake news e que tem a popularidade em queda precisa de policiais e atitudes como essas para seguir se impondo contra a vontade e as necessidades da maioria da população.

 
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