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IMPERIALISMO
Trump concede aliança militar com o Brasil enquanto avança acordo de recolonização comercial
Redação

Nessa semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou a designação do Brasil como aliado prioritário extra-OTAN que ele e Jair Bolsonaro haviam acordado em encontro nos EUA no início do ano. Uma aliança que aprofunda os obscuros interesses norte-americanos de recuperar a hegemonia sob os países da America Latina, fortalecendo a influência do seu poder bélico enquanto avança com uma proposta de acordo comercial com o Brasil.

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Esse tipo de aliança, que já ocorre com outros 17 países, dentre eles a Argentina, abre caminho para que o Brasil possa ter preferencia na compra de equipamentos e tecnologia militares dos EUA; participar de leilões organizados pelo Pentágono para vender produtos militares; ganhar prioridade para promover treinamentos militares com as Forças Armadas norte-americanas.

Não é a primeira aproximação militar com os americanos que Bolsonaro estabelece, vide a concessão da base de Alcântara para aviões militares norte-americanos. Ou mesmo a aproximação de Sergio Moro com os órgãos de inteligência americanos, o FBI e CIA, os quais fez visita pessoal e fora da agenda quando esteve em solo americano, e participou de cursos como no Departamento de Estado norte-americano.

Ou seja, dá ao Brasil o direito de se valer do poderio militar norte-americano para aprofundar a sua política autoritário e policial no país, a repressão a negras e negras nos morros, aos trabalhadores e a juventude que quiserem se enfrentar com os seus planos entreguistas e de ataques a direitos trabalhistas, à aposentadoria e a à educação.

Uma aproximação que se dá na mesma semana em que Bolsonaro deu declarações questionando os crimes da ditadura militar no Brasil, como o do assassinato de Fernando Santa Cruz, período que ficou marcado pela ingerência de órgãos de inteligência norte-americanos através do aparato militar nacional.

Em decreto assinado hoje por Bolsonaro e pela ministra da Mulher e dos Direitos Humanos Damares Alves, foram substituídos quatro, dos sete membros, da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. Dos novos membros, dois são militares e os outros dois membros do PSL.

Essa aliança militar abre caminho para o suporte imperialista para avanços autoritários no país e na America Latina, como no caso da tentativa de golpe na Venezuela, apoiado abertamente por Bolsonaro junto a outros líderes direitistas da América do Sul. A maior penetração do poder bélico norte-americano se coloca nos marcos das disputas entre as potencias imperialistas pela recolonização comercial do Brasil e da América Latina. Em um cenário onde o capitalismo internacional não consegue encontrar caminho alternativo senão ao de um novo colapso e essas potencias se preparam para sobreviver às crises futuras com base na superexploração da classe trabalhadora periférica.

Nessa mesma semana, houveram outros sinais por parte de Trump do seu interesse em estreitar materialmente os laços com o Brasil. Tendo Bolsonaro como fiel escudeiro da sua guerra ideológica contra a ordem globalista, da sua batalha contra o fantasma do “marxismo cultural” e do discurso de ódio às mulheres, negros, nordestinos e migrantes, Trump estreita os laços com o presidente e principal facilitador dos negócios imperialistas na América Latina.

Após a aprovação da Reforma da Previdência, a privatização da principal estatal e distribuidora de combustível e o avanço de uma nova reforma trabalhista, Bolsonaro deu a confiança que Trump e a burguesia imperialista, sobretudo norte-americana, precisava para dar passos decididos nessa aproximação. A partir da consolidação do acordo comercial do Mercosul com a União Europeia, os EUA se colocam na disputa pelos espólios da superexploração e recolonização da região.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que o Brasil vai trabalhar para firmar um acordo mais "ambicioso e abrangente" possível com os americanos, após reunião com o secretário de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que se reuniu terça-feira com Troyjo, o ministro da economia, Paulo Guedes, e o presidente Bolsonaro.

Saiba mais: Acordo União Europeia – Mercosul: rumo a uma “tripla dependência”?

Portanto, é fundamental rechaçar este acordo comercial e o avanço militar que aprofundam a dependência e ingerência imperialista do país, e mobilizar-se contra ele - junto à isso, opor-se aos ataques econômicos que Bolsonaro impõe aos trabalhadores que vieram no intuito de permitir a exploração de nossa mão-de-obra pelas empresas estrangeiras.

 
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