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"Todo meu repúdio a tortura sofrida por uma companheira trans do PSOL!" diz Maíra Machado
Redação

Na ultima terça-feira (16), uma militante trans do PSOL de Guarulhos, foi sequestrada e torturada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, por razões claramente transfóbicas.

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A jovem foi abordada por dois homens que se autodeclaravam apoiadores do Jair Bolsonaro, os homens armados a obrigaram a entrar no carro, onde a vendaram e a agrediram enquanto a direcionavam a ela insultos transfóbicos, além disso também a insultaram por seus posicionamentos políticos. Como resultado da violência teve escoriações graves em todo o corpo (joelhos, costas, ombros, dedos da mão, pescoço e rosto).

Isso acontece em um momento de fortalecimento dos elementos arbitrários do judiciário e do bolsonarismo, como a portaria 666 de Sérgio Moro que através de diversas medidas buscam arbitrariamente prender e deportar estrangeiros que sejam, supostamente um "risco ao país". Essas medidas buscam aumentar o poder de controle e repressão do Estado para garantir a aprovação de diversos ataques aos trabalhadores como a reforma da previdência e a MP 881.

Vejam abaixo declaração da professora Maíra Machado sobre o ocorrido:

"Todo meu repúdio a violência sofrida pela companheira do PSOL. O discurso ultra conservador aclamado pelo governo, faz coro as declarações do presidente e seus ministros. Há alguns dias a ministra Damares Alves, sugeriu a instalação de fábricas de calcinhas para acabar com a exploração sexual na Ilha do Marajó, como se o que causasse o numero de abusos fosse a falta do uso dessas roupas.

O discurso machista e lgbtfóbico deste governo é bem aberto, no início do ano a mesma ministra disse que era uma nova era no Brasil, e que "menino veste azul e menina veste rosa", limitando não só a identidade de gênero que é associada a uma cor ou outra, mas também qualquer liberdade democrática que mulheres, negrxs e lgbts lutaram muito para para ter. E é em base ao apoio ideológico do governo que há cada vez mais espaços para violências, como a sofrida pela companheira do PSOL.

Não podemos acreditar que esses eventos estão isolados de uma política nacional articulada para nos fazer pagar pela crise capitalista. Que a miséria que nos reservam tende a ser cada vez mais opressora e exploradora para que possam continuar vivendo seus privilégios. Isso se prova na implementação em larga escala da reforma trabalhista, que obriga milhares de trabalhadores, em sua maioria jovens, a ocuparem postos de trabalhos ultra precários e morrerem em decorrência disso: como o caso de Thiago Dias da Rappi e mais recentemente de um trabalhador na argentina que foi atropelado fazendo uma entrega e de suporte da empresa teve apenas a indagação: Mas como está o pedido?

É revoltante o futuro planejado pra nós trabalhadores, para as mulheres, negros e negras e lgbts. A extrema-direita e seu discurso, racista, machista e homofóbico, planeja esmagar-nos enquanto sobem em seus elefantes de ouro.
Prestamos nosso apoio aos companheiros do PSOL, na luta contra esse governo e por uma alternativa anti imperialista e anti burocrática na esquerda."

Saiba Mais: Reacionária Damares diz que meninas são abusadas porque não usam calcinha
Rappi: trabalho precário causa mais uma morte em São Paulo

Reproduzimos a nota na integra publicada pela Executiva Estadual do PSOL São Paulo abaixo:

Na terça-feira (16/7), uma militante transexual, membra do diretório municipal do PSOL de Guarulhos, da setorial LGBT do PSOL SP e da direção do Quilombo Raça e Classe da CSP-CONLUTAS, foi sequestrada e torturada por declarados apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por razões manifestamente transfóbicas, num ato criminoso de enorme gravidade.

A. T. (preservamos a identidade por questão de segurança) estava no início da Radial Leste quando foi abordada por dois homens armados que a mandaram entrar no carro. Deu-se início à prática de intimidação e tortura. A militante teve os olhos vendados, foi ameaçada com o direcionamento de arma de fogo contra a sua cabeça e ouviu insultos transfóbicos enquanto era agredida e seus pertences revirados. Além do crime de ódio as intimidações passaram para o campo político atacando suas posições em relação ao PSOL nas redes e contra o Bolsonaro. Como resultado da tortura teve ferimentos e escoriações graves em todo o corpo (joelhos, costas, ombros, dedos da mão, pescoço e rosto).

Com o objetivo de intimidar, o único pertence roubado foi seu celular, sob pretexto declarado pelos criminosos de acessar todos os contatos. Os criminosos também atiraram diversas vezes, por sorte não ferindo a vítima com estilhaços ou balas.

Desde o ocorrido, todas as medidas legais foram tomadas para resguardar a militante e exigir investigação e punição exemplares para o caso. A. T. fez exame em hospital e abriu boletim de ocorrência. Acompanhada por advogados e parlamentares do PSOL, a Secretaria de Segurança Pública foi interpelada com um pedido de reunião urgente sobre o caso, mas, até agora, não retornou.

O PSOL afirma que o ocorrido, sem precedentes, configura crimes gravíssimos motivados por razões políticas e transfóbicas. Criminosos que o praticam são movidos pelo ódio e conduta assassina, de cunho fascista, e têm por objetivo intimidar militantes como a companheira e o conjunto da militância de um partido de esquerda coerente e reconhecido pela sociedade, como o PSOL. Tais pessoas e seus possíveis mandantes não apenas não terão êxito nesses objetivos, como terão de responder criminalmente por seus atos, pois o partido não permitirá que o caso passe impunemente.

Fazemos o chamado a todos os partidos de esquerda, movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, entidades democráticas como OAB, ABI e outras a condenarem o atentado contra uma mulher trans, negra, militante de esquerda, e exigirem conosco as providências cabíveis da Secretaria de Segurança Pública e do governo de São Paulo.

Exigimos investigação e punição exemplares.
Exigimos que a Secretaria de Segurança Pública de SP nos receba imediatamente, em caráter de urgência, para audiência.
Condenamos o ódio, a transfobia, a intolerância política e os métodos de milícia típicos de uma ideologia de traços fascistas.
Não seremos intimidados!

Executiva Estadual do PSOL São Paulo
25 de Julho de 2019

 
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