Como já denunciamos neste Esquerda Diário, o Programa Future-se, se aprovado, vai se configurar como um grande ataque à autonomia universitária, por meio da participação gestora e financeira de Organizações Sociais nas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão nas Universidades e Institutos Federais de Educação. É um projeto de entrega total da universidade à empresas e interesses privados.
Dando imóveis das universidades de presente para empresários capitalistas
Além da entrada do capital financeiro nesses espaços, o que vai se caracterizar como uma visão mercadológica da educação pública, o texto do programa, também disponível na íntegra no site do G1 afirma que os imóveis de propriedade da União serão transferidos para o Ministério da Educação, a fim de que as OSs tenham uma garantia ao fazerem o investimento.
Não contente com a transferência dos imóveis, estes poderão ser doados às Organizações Sociais. Weintraub demonstra a máxima que diz que fazer "caridade" com o dinheiro dos outros é fácil:
"O Ministério da Educação poderá doar, condicionalmente, bens imobiliários para as Organizações Sociais participantes do FUTURE-SE, desde que a rentabilidade da gestão patrimonial seja vertida para ações inseridas no âmbito das Ifes."
Mas "a rentabilidade da gestão patrimonial", segundo o projeto do Future-se, será controlada pelas próprias OS, que substituem a comunidade universitária na gestão de seu orçamento. Ou seja, o ataque não se dá simplesmente no campo ideológico e financeiro, mas também na doação dos bens, se configurando como um desmonte também material da educação pública.
Com relação aos funcionários efetivos, o texto aponta que estes poderão ser cedidos às Organizações, desde que estas se responsabilizem pelo pagamento dos salários e dos encargos trabalhistas, não cabendo a eles o recebimento de proventos extras, visto que os funcionários em dedicação exclusiva não podem acumular função. Assim, o Estado também pretende se eximir da folha de pagamento e das responsabilidades com seus funcionários que poderão trabalhar, inclusive, sob as regras de cada OS.
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Os ataques à educação pública federal são mais que escandalosos dentro do Programa Future-se. É imprescindível a organização da juventude junto com a classe trabalhadora, assim como foi visto nos atos de 15M e de 30M, para barrar esses ataques e promover uma educação que seja verdadeiramente a serviço da classe trabalhadora e de suas filhas e filhos.
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